27' - spare the sympathy

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🎵 pray it away, I swear
I'll never be a saint, no way

boa leitura!

◾️Christopher◾️

Observo enquanto ele se debate ao ser amarrado pelos meus homens. Uma máscara escura cobre o meu rosto, o capuz do moletom preto sobre a minha cabeça, mantenho minhas mãos atrás das costas, uma ideia precisa e direta presa à minha cabeça desde que iniciei tudo isso. A mordaça impede que as palavras dele fiquem totalmente legíveis, mas eu ainda consigo entender palavras sobre matar todos e fazer alguém se arrepender. Seus olhos também estão vendados, porque eu não quero que ele reconheça nenhum dos meus homens, já que sempre estão na minha equipe de segurança.

Depois de contê-lo na cadeira, todos começam a sair com acenos de cabeça para mim, deixando o porão com nada além dos resmungos sofridos do homem à minha frente. Deixo que ele se debata mais, ficando em completo silêncio enquanto o encaro tentar se soltar sem sucesso. Quando ele parece desistir e finalmente fica quieto, eu dou alguns passos lentos em sua direção. Ele ergue a cabeça ligeiramente, assustado ao notar que não está sozinho. Paro em sua frente e puxo uma das pontas da venda, liberando a sua visão.

Ele pisca com força algumas vezes, atordoado por ter passado mais de uma hora sem enxergar. Seus olhos se arregalam quando ele olha para mim e logo se dirigem freneticamente ao redor do porão, notando o ambiente frio e escuro, com luzes de teto que se assemelham a holofotes, propositalmente concentradas em certos pontos do ambiente. Concentrada nos locais principais de tortura. Seu olhar apavorado vai da mesa de ferramentas até a maca de aço à direita, sua respiração se acelerando com a consciência de tudo.

Quando ele tenta balbuciar alguma coisa abafada contra a mordaça, eu retiro para que possa falar mais claramente.

— Quem é você, porra!? O que você quer? É dinheiro? Eu posso te dar quanto dinheiro quiser! — a fala é desesperada e as palavras se atropelam.

Demoro cinco segundos para entoar uma risada profunda do fundo do meu peito. Isso o faz recuar a cabeça um pouco.

— Eu não preciso de dinheiro, Sinclair. — digo.

Seu cenho se franze levemente, talvez por achar minha voz um tanto familiar.

— Então o que você quer?

— Te dar o que você merece. — vou até a mesa de ferramentas e pego um taco de beisebol já manchado com o sangue seco de várias outras pessoas que já não andam mais por essa terra. — Considere isso um pagamento pelos seus pecados. E eles não são poucos.

— Não, cara... — sua voz embarga e ele começa a tentar se soltar de novo. — Faz ideia de quem sou eu!? Isso pode te ferrar, ouviu? Você vai se foder com uma merda dessa!

— Ah, eu sei. — falo despreocupado, brincando com o taco de beisebol, o girando levemente nas mãos. — É por isso que eu levei duas semanas até estarmos aqui. Eu precisava me preparar para quaisquer reações ao que eu pretendo fazer com você.

— Quem. Porra. É. Você!? — ele praticamente cospe na minha direção.

— Você vai saber, mas não hoje. Tudo o que eu vou te dizer é que mexeu com algo que me pertence e esse foi o seu maior erro. — apoio o taco em meu ombro e noto o olhar dele acompanhar o movimento de forma apreensiva. — Na verdade, já faz um tempo que eu estava desejando te dar uma lição só por ter ousado chegar perto e tocado... — solto um suspiro e balanço a cabeça negativamente. — Mas eu precisava de um motivo, a certeza de que minhas ações seriam aprovadas.

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