Capitulo 8 - I'll look after you

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TAYLOR SWIFT, POINT OF VIEW

Kansas City, Missouri

"Às vezes, o melhor caminho é aquele que não planejamos."

Essas palavras reverberam em minha mente como uma sinfonia de consolo e surpresa. A vida, com sua magia e inconstância, tem uma maneira peculiar de nos guiar por caminhos inesperados. Por mais que eu tente orquestrar cada passo com a precisão de um maestro, a verdade é que o destino dança ao seu próprio ritmo, muitas vezes muito mais surpreendente do que qualquer plano que eu possa conceber.

Desde que meu relacionamento com Travis começou a brilhar com uma intensidade quase deslumbrante, cada dia tornou-se uma nova e vibrante aventura. O que começou como uma pequena chama tímida rapidamente se transformou em um incêndio vibrante e incontrolável, e eu me vejo navegando por mares de incertezas, mas com uma alegria que transcende qualquer tumulto. A mídia pode ter suas opiniões e seus holofotes implacáveis, mas eu encontrei uma serenidade inesperada no caos que nos rodeia.

Nos primeiros dias após começarmos a nos conhecer melhor, enfrentamos o desafio quase hercúleo de ajustar a vida de Thomas, o filho de Travis. Com o início das aulas, ele era um pequeno prodígio, mas havia aspectos da vida que ele ainda não compreendia totalmente. Tentar explicar a um garotinho de sete anos por que não deve compartilhar cada detalhe sobre o que acontece em casa, ou o fato de que seu pai está namorando alguém que a mídia observa com lupa, foi um verdadeiro teste. Não era apenas que ele era filho de um jogador de futebol; a adição de Taylor Swift à equação transformava cada aspecto de nossas vidas em um espetáculo amplificado.

Com o tempo, nossa vida juntos se transformou em algo quase natural. Em pouco mais de um mês desde que Travis me pediu em namoro, eu me vi mais frequentemente sob o mesmo teto que eles do que na minha própria casa em Nova York. Retornar à cidade que nunca dorme foi um turbilhão ininterrupto.
É claro que, a mídia já suspeitava sobre nosso relacionamento — não é como se as fotos do dia em que fomos ao restaurante que Travis reservou nunca tivessem existido.

Eles apenas não tinham a confirmação. De nenhum de nós. — Poderiam ser apenas encontros.
Nada definitivo. — E nós preferíamos assim.

Travis e eu temos sido inseparáveis. A cada dia que passa, parece que nossa conexão se intensifica. Nossa vida se tornou uma dança apaixonada, onde a presença um do outro é tão indispensável quanto o ar que respiramos. A maneira como ele transforma até os momentos mais simples em uma celebração de alegria e amor é verdadeiramente mágica.

Mas, como sempre, há algo capaz de apagar um sorriso em um instante. Enquanto olho para as fotos da última semana, em que estive em Nova York com Grace, sinto um peso esmagador de insegurança que nunca parece desaparecer. Os comentários cruéis, insinuando um suposto volume na minha barriga — algo que eu mesma venho notando a cada clique das câmeras — me atingem com uma precisão dolorosa. A cruel especulação de que aquele ligeiro inchaço poderia ser sinal de uma possível gravidez, é um golpe direto no meu coração.
A insegurança em torno do meu corpo se transforma em uma tempestade de dúvidas e medos, onde cada crítica se torna uma lâmina afiada, e cada sugestão uma acusação. A luta constante contra esses sentimentos de inadequação transforma a preocupação com a minha aparência em um pesadelo diário. Mesmo com o amor e o apoio de Travis, a sombra das minhas próprias inseguranças é profunda e difícil de dissipar, como se, não importa o quão feliz eu esteja, sempre houvesse algo para minar essa felicidade.

E, mais uma vez, encontro-me aprisionada em um ciclo interminável. A porta do banheiro está trancada, uma barreira contra o mundo externo enquanto me afundo em um ritual desesperado. Com o estômago contorcido e a mente em frangalhos, despejo no vaso tudo o que comi no almoço, como se esse ato pudesse purgar os comentários cruéis que insinuavam uma possível gravidez.
A água borbulhante no vaso é um triste eco das minhas tentativas de escapar das palavras afiadas e das especulaçõe assombram. Em meio a esse processo de auto-punição, sinto uma sensação agonizante de desesperança. Acreditar que limpar o corpo possa apagar a dor emocional é um reflexo sombrio do meu estado mental. Cada vez que me olho no espelho, vejo um rosto marcado pela tristeza e pelo desgaste, e a crença ilusória de que esse ritual possa resolver meus tormentos só faz com que o ciclo se repita, mais uma vez, sem fim à vista.

The Last TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora