TRAVIS KELCE POINT OF VIEW
December 13, 2024
Eu sempre fui um cara grande, pesado, desajeitado até certo ponto. Nunca tive muito jeito pra ser silencioso — meus passos ecoam em qualquer escada de madeira, minha respiração é alta demais quando tento prender o ar, e minhas mãos são tão grandes que até pegar uma xícara parece trabalho arriscado. Mas naquela manhã, eu me esforcei como nunca.
O sol ainda mal tinha despontado atrás das janelas enormes da sala, deixando o céu de Kansas City com aquele tom alaranjado que só dura alguns minutos. Eu já estava de pé fazia quase uma hora, circulando pela cozinha como um fantasma de 1,96m, tentando não fazer barulho com as portas, com os talheres, com a chaleira.
O plano era simples: café da manhã para o aniversário da minha futura esposa. Nada exagerado, nada que pudesse piorar os enjoos dela, que ainda vinham de surpresa em qualquer hora do dia. Eu conheço Taylor bem o suficiente pra saber que ela odeia sentir-se limitada — mas eu também conheço essa fase da gravidez e não tinha intenção nenhuma de arriscar.
Então preparei coisas leves: frutas já cortadas, pão integral levemente tostado, um pouco de queijo, chá de camomila. Nada de café forte. Só de olhar para o bule preto, já imaginei o nariz dela franzindo e o estômago revirando. No meio disso tudo, cortei morangos em fatias, arrumei em forma de coração — parecia bobo, mas era meu jeito de mostrar que pensei em cada detalhe.
A bandeja estava pesada nas minhas mãos quando comecei a subir as escadas. Eu prendia o fôlego a cada degrau, segurando firme para não derrubar nada. Mas antes mesmo de chegar ao quarto, ouvi um barulhinho no corredor.
Passos pequenos, apressados, batendo contra o chão de madeira.
Em seguida, a porta do quarto se abriu com um estrondo infantil, e a voz do meu filho ecoou tão alto que a casa inteira podia ter acordado.
— FELIZ ANIVERSÁRIO, MAMÃE!
A risada da Taylor veio logo depois, alta, clara, quase misturada ao grito dele. Eu parei por um instante no meio da escada, só pra ouvir. Era a música mais bonita do mundo.
Quando cheguei ao último degrau, a cena me arrancou um sorriso. Pela fresta da porta, vi Tom já jogado em cima da mãe, os bracinhos envoltos no pescoço dela, o cabelo dele completamente bagunçado, e ela segurando-o com cuidado para que ele não esmagasse a barriga.
— Obrigada, meu anjo — ela respondeu, ainda rindo, a mão deslizando pelos fios castanhos rebeldes dele.
Empurrei a porta devagar com o ombro e entrei. Apoiei a bandeja sobre o criado-mudo, fazendo questão de manter o equilíbrio.
— Ei, campeão — chamei, tentando soar firme, mas suave. — Com mais calma, huh? Pra não machucar suas irmãzinhas.
Assim que falei, o corpo dele congelou. Tom se virou devagar, ainda meio deitado sobre os lençóis, os olhos verdes arregalados.
— Irmãs? — ele repetiu, a voz meio esganiçada, como se tivesse ouvido a maior revelação da vida.
Ele caiu de barriga pra cima ao lado de Taylor, que riu diante da reação dele, cobrindo a boca com a mão para não gargalhar de vez. Eu me encostei no batente, cruzando os braços, aproveitando a cena.
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The Last Time
FanfictionEm lados opostos do mundo, Taylor Swift vive uma vida normal em Nova York, tentando encontrar novos hobbies após dar uma pausa de sua carreira musical. Com uma história pessoal marcada por perdas, Taylor já não tem mais esperança no amor. Durante um...
