Capítulo 18 - Band-aids don't fix bullet holes

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TRAVIS KELCE POINT OF VIEW

Kansas City, Missouri

Aquele convite do técnico Reid — bem, agora não mais meu técnico foi inesperado.
Sentia-me nervoso com a ideia de estar no lugar em que antes eu treinava para que junto com o time, garantissemos a vitória.
Mas a seriedade na voz dele durante a ligação, foi o que me deixou intrigado.

Eu não tinha a menor ideia do que ele queria, nem sabia se, levar uma criança não acabaria o desconcentrando.
A verdade era que, Thomas deveria estar na escola. Mas adivinha? Ele conseguiu me dobrar, garantindo que, estava muuuito doente para ir.
De fato, não estava com uma aparência boa. Tinha chorado uma noite inteira, e isso, desde que Taylor voltou para Nova York.

Não quis comentar nada com ela para que ela não se sentisse mal. Afinal, já estava sendo difícil para ela vê-lo tão manhoso durante as chamadas de vídeo. Mas ele tinha que aprender que, ela também tinha uma vida, e que de vez em quando, era necessário essas viagens.

Para mim, vê-la realizada com a ideia de voltar aos palcos, ou apenas com a ideia de escrever músicas e talvez vendê-las para outros artistas — já tinhamos conversado sobre isso — me deixava feliz.
Mas me fez pensar também. Ela sabia onde era seu lugar no mundo. Se ela não seria mais uma cantora, então se tornaria "professora", como eu costumava dizer, de música, para crianças. E eu? O que eu seria, se já não era mais um jogador no meio do campo conquistando troféus?

Eu não tinha resposta. Tudo bem, ser um personal trainer era legal. Mas essa não era minha ideia quando me aposentei. Não tinha como voltar atrás agora.
Amo estar me dedicando mais ao meu filho, sem dúvidas. Porém, sinto que aínda não encontrei meu lugar nesse mundo onde não existe uma multidão de torcedores vibrando por um touchdown meu.

— Está se sentindo bem, campeão? — perguntei, mantendo sua mão pequena, presa à minha, enquanto caminhávamos em direção ao estádio.

— Eu estou cansado. — respondeu, com um suspiro que eu poderia jurar ser muito dramático. Mas não era. Eu sabia bem o que ele significava. — Queria que a mamãe estivesse aqui com a gente.

As bochechinhas rosadas dele, e o biquinho formado eram de partir o coração. Eu odiava ver meu filho daquela maneira.
E, para ser sincero, o único momento em que ele se mostrou/se mostra contente, é durante as chamadas com a Tay.
Parece que o humor dele muda rapidamente. E é nesses momentos que eu percebo a grande mudança que aquela mulher estava fazendo em nossas vidas.

Eu não podia perdê-la. Nem fazer algo que provocasse isso. Porque, seria uma perda grande não apenas para mim, mas também para a pessoa que eu mais amo nesse universo. Meu filho.

— Relaxa, campeão, aínda temos mais uma chamada de vídeo a noite. — apertei levemente sua mão, como sinal de que estava tudo bem. — A mamãe vai estar conosco em breve. E lembra? Ela tem uma surpresa pra você.

Não fazia a mínima ideia do que era a tal surpresa mencionada por Taylor durante a ligação. Mas até mesmo eu, estava curioso.
Quero dizer... quantas surpresas essa mulher consegue fazer de uma vez só?
Aínda estou louco para descobrir se, aquela que ela prometeu para mim, não era mesmo uma dança privada de Vigilante Shit naquele body pequeno e revelador.

— Papai, você nunca vai permitir que ela vá embora, né? — ele ergueu o olhar para mim, aqueles olhinhos verdes brilhando em expectativa pela minha resposta.

— Não. — afirmei, parando de caminhar, agaixando-me pra ficar à altura dele. — Ei, cara, calma. — pedi pondo as mãos nos ombros dele, fazendo-o me olhar. — A mamãe volta. Nós somos uma família. Ela nunca vai embora, campeão. Eu garanto.

The Last TimeOnde histórias criam vida. Descubra agora