꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 11٭⊹•꧂

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Esperei e esperei.

Me deitei na cama enorme que havia no centro do quarto, fui várias vezes a porta com a indecisão de abrir ou não abrir.

Fugir ou não fugir.

E se ele estivesse me testando? Se eu saísse, ele estaria me esperando com uma serra elétrica como a do outro dia?

Quando pensava que ia girar a maçaneta, eu a soltava.

O que tinha acabado de acontecer??

Minha mente estava um turbilhão de pensamentos, ora chegava a crer que estava sonhando, então me beliscava, e sentia dor.

Aquilo nunca foi tão real.

O que teria acontecido depois?

Eu quase me deixei levar pelo ar sedutor do momento, eu não desejava aquele homem, claro que era atraente, com suas marcas únicas, mãos enormes e um corpo perceptivelmente divino, cabelos escuros como o véu da noite, olhos sem brilho algum...

Eu. Não. Estou. Interessada.

Nem quero saber o que lhe prometi...

Bufo e deslizo pelo colchão macio.

Ele só está brincando comigo, com o que sinto, com o meu corpo. Colocando minha própria mente e coração contra mim mesma.

Que merda.

Há quanto tempo estou aqui esperando como uma idiota?

Olho para o teto, este quarto está tão organizado que me dá nos nervos, era para ser assim em uma casa onde ocorre esse tipo de coisa?

A porta se abre lentamente, ergo o pescoço para ver quem está ali, e quando vejo Kael, levanto em um pulo só, ele me encara o tempo todo.

Fecha a porta, ainda sem desviar o olhar e vem em minha direção, sua expressão está vazia, seus olhos, sem piedade alguma, e ele não diz nada, apenas se aproxima cada vez mais.

Busco distância mas já estou no limite entre a cama e ele.

Você. — ele quase geme quando está diante de mim.

Manipulador, insensível e cruel. É isto o que ele é.

Sua mão se ergue e logo sinto seu toque em meu rosto, afastando uma mecha vermelha.

Os mesmos dedos, percorrem uma linha invisível em meu maxilar. Estou em transe novamente, esperando o próximo passo.

Quando sua boca se aproxima, engulo em seco.

Não toque em mim. — digo, uma raiva animalesca preenche minha voz e ele para no meio do caminho, buscando meus olhos. — Não toque em mim. Não chegue perto de mim, nem sequer ouse olhar para mim. — ergo meu olhar até ele depois de dizer com firmeza cada palavra.

Isso é o sensato. Mas se ele insiste mais um pouco, eu acabaria cedendo...

O que disse? — ele praticamente sussurra, seus olhos brilham com um tipo familiar de desafio, como se fôssemos amantes prestes a sermos pegos.

Me deixe em paz. — minha voz se sobressai, enquanto a dele fora apenas um sussurro, um feixe, a minha preenche o ambiente. — Monstro.

Disse para dar ênfase, sem esperar que isso fosse afetá-lo, apenas que o iria fazer se distanciar de mim, me deixar em paz. Causar sua raiva.

A luz que a pouco percorreu seu olhar, some.

Ele é novamente o homem que serrou uma pessoa viva naquele porão.

O vejo travar o maxilar, sua expressão de repente parece mais tenebrosa e temo por minha vida, mas...?

𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora