꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 23٭⊹•꧂

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Acordo sobressaltada.

Não suporto mais ter pesadelos.

Meu corpo está exausto, mesmo que faça três dias desde que cheguei, não consegui dormir direito. Ora sonhava com aquele tiro que Kael levou, sonhava onde eu acordava e minha cama era o sangue dele.

Ora sonhava com Carl, sonhava que Kael não chegava a tempo... via a mim mesma morta e nua.

Quando cheguei, meu pai e minha madrasta exigiram que eu fosse até a delegacia.

A notícia que estou de volta se espalhou.

Ontem a noite recebi mensagens de Camila e Taylor. Mensagens que não cheguei a responder. Não sabia o que dizer, o que fazer em seguida.

Consegui enrolar o meu pai, ele estranhamente entendeu o "estresse pós trauma" e parecia estar fazendo o possível para conter as autoridades que mais pareciam cães.

Amber já marcara seções de terapia para mim.

Todo mundo estava aguardando meu depoimento, discursos públicos e palestras sobre como consegui escapar.

O quão louco seria se eu contasse toda a verdade? Até a parte que Kael me trouxe de volta.

Minhas cortinas estavam sempre fechadas, havia todo tipo de repórteres lá embaixo, além de paparazzis.

Todo mundo queria saber A trama de Emily Lara Carson.

Tudo o que eu queria era ficar deitada noite e dia.

Meu peito pesava, meu corpo estava mole e eu simplesmente não conseguia deixar de chorar. As vezes nem mesmo sabia o porquê.

Mesmo estando em casa, eu ainda duvidava da comida. Era estranho a maneira como as coisas estavam se desenrolando.

E as vezes, eu me pegava pensando que nem sequer perguntei se Kael estava bem depois que ele simplesmente me salvou.

As vezes eu me via em um beco, ele tinha a missão de me matar, e não matou, ele podia ter deixado seu  pai fazer o serviço, mas escolheu ir atrás.

E colocou fogo em tudo. Até no próprio homem.

Eu não sabia o que pensar, no que acreditar, a maneira como fui recebida em casa só piorou a situação.

Meu pai parecia mais próximo, mais compreensivo, mais disposto a me ouvir.

Amber não estava mais me pondo para trás, me comparando ou tentando me por para baixo.

Muito pelo contrário.

Ela estava realmente se parecendo com uma mãe.

E o pior era que sua filha, Anna, não estava incomodada. Estava me tratando como sua irmã.

Como se fôssemos próximas desde pequenas.

Todos pareciam se compadecer da minha situação.

E isso me afligia.

Não sabia se estavam realmente preocupados, eu não sabia o que pensar a respeito essa bondade e carinho.

A última vez em que meu pai fora tão atencioso, minha mãe ainda era viva e eles estavam na melhor fase de seu casamento.

Eu tinha um pai.

Depois daquele tempo, não podia dizer o mesmo.

Ouço batidas na porta.

Me certifico que meu rosto está seco.

𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora