꧁•⊹٭𝙲𝚊𝚙í𝚝𝚞𝚕𝚘 07٭⊹•꧂

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٭Kael Antonella٭

O quarto dela estava fedendo muito.

Que merda era aquela? Parecia que algo podre estava ali dentro.

E ela ainda estava dormindo. Encolhida.

Kayin não lhe trouxe um cobertor?

A medida que me aproximava de sua cama, aquele cheiro imundo ficava mais insuportável, seria ela?

Cheirei um pouco acima de seu corpo, ela estava cheirando ao sabonete do depósito, nada mal.

Fui andando pelo quarto, buscando pontos onde o odor era mais forte, e era certeza de que ele vinha da cama. Ou melhor. De debaixo dela.

Me abaixei para verificar minhas teorias.

Lá estava um rato roendo uma pilha de comida podre.

Mas que merda era aquela?

Olhei para garota de novo e realmente ela parecia mais magra. Ela não estava comendo.

Quando me levantei, avistei Kayin parado no batente da porta.

Você não tem alimentado ela? — perguntei.

Eu? — ele disse como se fosse uma ofensa — Estou trazendo duas refeições todo dia para ela, o que você está querendo presumir?

Você viu ela comer alguma dessas refeições?

Ele ficou quieto. Era óbvio que não.

Mas... sempre que vinha até aqui o prato estava vazio — ele se defendeu.

Suspirei. Era só o que faltava.

Voltar aqui e ver que a pirralha não estava comendo.

Verifiquei sua pulsação e temperatura, realmente ela já esteve melhor. Que drama era esse?

Puxei seu pulso até que ela ficasse sentada, e então ela acordou, e assim que me viu pareceu despertar por completo.

Porque tem comida estragada debaixo da sua cama? — perguntei.

Ela não respondeu.

Você comeu alguma coisa desde que chegou até aqui?

Silêncio. Fazia quatro ou cinco dias que eu não vinha até aqui.

Ela encarava os pés, então levantei seu rosto até que seus olhos encontrassem os meus, e ela pareceu notar a única coisa que eu queria que ela ignorasse. A cicatriz.

Raiva me consumia.

Por acaso você quer morrer, garota? — meu tom saiu mais elevado.

Ela estava encarando novamente. Mas parecia cansada demais para temer alguma coisa.

Se eu quisesse, teria comido.

Raciocinei. Como assim?

O que quer dizer? — perguntei, e ela ainda encarava apenas um lado de meu rosto. Empurrei seu corpo contra o coxão — Do que está falando?

𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧Onde histórias criam vida. Descubra agora