Macio. Cheiroso. Confortável.
Tudo não passou de um pesadelo insano então?
Não, eu podia sentir o meu corpo fraquejar de uma maneira que nem beber por dois dias seguidos seria justificativa.
Abri os olhos, pisquei algumas vezes para me certificar de que realmente estava acordada.
Eu estava deitada em uma cama de verdade. E não tinha pedaços humanos ao meu redor, nem uma lâmpada encima de mim. Eu não estava mais deitada em uma mesa.
Me encontraram?
Conforme acordava, me lembrava.
Eu tinha saído do porão e apagado em uma espécie de sala. Eu estava nos braços dele quando apaguei.
Mas que merda.
O desgaste me socou de uma vez. Devo ter dormido bastante, mas estava faminta e psicologicamente acabada.
Lágrimas brotaram em meus olhos. Como o meu mundo despencou da noite para o dia dessa maneira?
Olhei ao redor, era um quarto pequeno onde tinha apenas uma escrivaninha, a cama e poeira.
Não havia janelas, apenas um buraco pequeno que quase topava no teto.
Não sabia se era dia ou noite, se o dia estava ensolarado ou chuvoso.
A porta estava fechada, e por um momento quis me certificar se estava trancada. Mas não possuía forças.
Estava me segurando ao máximo para não soluçar alto demais, até mesmo a fresta da porta era pequena. Minha garganta queimava, assim como o meu estômago.
A cama era confortável, mas era apenas uma cama de solteiro com um travesseiro baixo. Não havia cobertas.
E estava frio.
A porta se abriu, é meu instinto foi secar as lágrimas o mais rápido possível e me encolher contra parede.
Estava frio e eu vestia apenas trapos.
K entrou com apenas um prato de isopor na mão esquerda, sem bandejas ou nada do tipo, na direita, um copo de plástico.
Nada que pudesse se tornar uma arma aparentemente. Seja contra mim, ou contra ele.
Ele pôs encima da bancada e saiu do quarto, fechando a porta.
Assim que ela bateu, eu me levantei sorrateiramente, porém desesperada. Olhei para aquele prato.
Veneno. Ali podia ter veneno.
Mais cedo eu ouvi o que eles diziam e tenho certeza que devia estar morta.
Meu corpo inteiro rugia para que eu comesse, mas voltei a minha cama com o prato em mãos e resisti a sedução de comer.
Despejei toda comida embaixo da cama, em um canto afastado, então coloquei o prato de volta no local. Não havia o que fazer com a água.
Voltei para cama solitária.
Quando me certifiquei que ninguém voltaria a aparecer, escondi o rosto com o travesseiro e enfim desabei até não possuir mais lágrimas e simplesmente dormir.
Acordei diversas durante a noite devido ao frio, até que amanheceu e o tempo se tornou mais suportável, foi só aí que dormi de verdade.
꧁•⊹٭Kael Antonella٭⊹•꧂
— Seria melhor que acabássemos logo com isso, senhor — Anthony aconselhou.
— Não podemos fazer isso sem parecer que estamos desesperados — Evin respondeu.
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𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧
Roman d'amourEsse criminoso promete ser a catástrofe de sua vida, um serial killer contratado para tirar a vida de Emily Carson. Maldito seja Kael Antonella.