No fim ele não apareceu, e eu acabei adormecendo. Não sei por quanto tempo esperei, mas quando o sol apareceu e eu ainda estava viva, não sei exatamente o que senti.
Aquilo poderia ser bom ou ruim?
No meu caso, ruim.
O quarto estava cheiroso. Não tinha notado o quanto o ar estava pesado antes, mas agora parecia... limpo.
Olhei debaixo da cama e aquela comida não estava mais lá. Havia um copo de água encima da bancada e apenas isso.
Novamente bebi a água direto da torneira.
Não podia criar confiança no evento de ontem.
As horas pareciam se passar devagar quando não se tem nada a fazer além de ficar deitada. Tédio e mais tédio.
A porta se abriu lentamente.
Os passos dele eram suaves, se eu estivesse dormindo, nem notaria que ele esteve ali.
Dessa vez era Kael quem estava trazendo a minha comida. Não sei se foi devido a fome, mas a refeição de ontem estava deliciosa.
Ele pôs o prato sobre a bancada, comeu uma garfada e depois se direcionou a porta, mas então notou o copo cheio de água.
Ele franziu as sobrancelhas e olhou para mim.
Dei de ombros.
Então ele bebeu um gole da água e depositou o copo de volta na bancada, com mais força que o necessário.
— Porque está fazendo isso? — acho que foi a primeira coisa que disse para ele na última semana.
Ele não me respondeu.
— Ouvi que deveria estar morta, porque me mantém viva? — insisti.
Ele estava de costas para mim.
— Porque se preocupar com a minha alimentação? O que pretende fazer? — aumentei o tom.
Não importa quantas perguntas eu tenha feito, assim que me calei, ele saiu do quarto sem responder nenhuma delas.
Olhei para o prato de comida, queria muito comer, mas ele estava brincando comigo, me obrigando a jogar o jogo dele. Era como alimentar o peru para ceia de natal.
Deixei o prato onde estava, não me prontifiquei em jogar na privada, assim que ele voltasse, se voltasse, ele veria.
Onde estava seu irmão? Porque ele veio até aqui?
Me deitei novamente e fiquei rolando na cama.
E nem percebi que já estava prestes a dormir outra vez.
Essa seria minha vida daqui para frente?
x—————x
Meus olhos se abriam, me adaptando.
Esfreguei o rosto e assim que acordei completamente, lá estava ele, sentado, me encarando, as pernas levemente cruzadas e os braços também.
Não podia presumir nada por sua expressão, ele sempre era frio dessa maneira.
Engoli em seco.
O prato de comida de mais cedo não estava mais ali.
— O que está fazendo aí? — perguntei, minha voz tremeu levemente, mas consegui encobrir — A quanto tempo está sentado aí?
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𝓨𝓸𝓾𝓻, 𝙵𝚘𝚛𝚎𝚟𝚎𝚛 𝘢𝘯𝘥 𝙀𝙫𝙚𝙧
RomanceEsse criminoso promete ser a catástrofe de sua vida, um serial killer contratado para tirar a vida de Emily Carson. Maldito seja Kael Antonella.