A maldita galáxia

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Agosto de 2024Stefany Martins

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Agosto de 2024
Stefany Martins

Era final de sexta-feira, e eu me encontrava plenamente desanimada depois de um longo dia de trabalho no CT. Eu adorava trabalhar com os meninos do Flamengo, uma pena que a diretoria não gostava de facilitar meu trabalho e sempre interrompia meu momento com eles, como se o trabalho que eu faço como futura psicóloga não fosse tão importante quanto o dos outros estagiários da equipe de saúde.

Até quando vamos negligenciar a saúde mental?

Sabendo da minha chateação, Olívia, minha amiga e estagiária de fisioterapia do clube, havia praticamente me intimidado a faltar aula e ir a uma festa com ela no centro do Rio de Janeiro.

— Cadê você, Stef? Qual é o seu problema com horários?

A loira disse assim que eu atendi o telefonema.

— Estou estacionando, Oliv.

— Você está de carro? Achei que iríamos encher a cara hoje.

— Olha, eu não sei você, mas não estou afim de pagar cem reais num Uber suspeito na madrugada do Rio de Janeiro.

— Como se Fortaleza fosse mais seguro do que aqui, né.

— Cansei de passar minhas madrugadas na Beira-Mar em santa paz, não calunie minha cidade assim.

— Perdão! Agora entra, tô te esperando no bar.

Desliguei a ligação sem ao menos me despedir e me dirigi ao segurança na entrada da boate, mesmo com a fila gigantesca de pessoas reclamando. Não era a minha primeira vez ali, a Olivia sempre dava um jeito da gente entrar sem precisar ser humilhadas. Era um clube bem exclusivo, onde apenas pessoas da alta sociedade frequentavam, e eu adorava usar os "poderes" da minha amiga.

— Oi, Marco! Estou com a Olívia.

Ele descaradamente olhou meu corpo inteiro, mantendo um sorriso malicioso no rosto. Ele era até bonito, na verdade, mas o fato de ser um baita safado tirava toda sua beleza, me causando apenas nojo daquele macho.

— Claro, pode entrar. Mas será que hoje você pode me dar um beijinho de boa noite?

— Nem nos seus sonhos mais loucos. — pisquei pra ele.

Entrei no local lotado e abafado, tentando ao máximo desviar das pessoas dançantes. Tocava um funk estrondoso no recinto. Nada contra, eu até gostava, mas preferia um forrozinho, como a boa cearense que sou. Vi alguns rostos conhecidos, como cantores e influencers, mas nada relevante para mim. Já estive ali o suficiente para saber que esse povo geralmente se transforma quando bêbado, praticamente virando animais selvagens.

De longe, pude ver minha amiga acenando freneticamente para mim do bar.

— Você está um arraso! Onde comprou essa saia? — ela disse quando me aproximei.

Em Meio às 𝓔𝓼𝓽𝓻𝓮𝓵𝓪𝓼 ✦ Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora