O peso do amor

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Gabi Guimarães

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Gabi Guimarães

Era quinta à noite e, pela trigésima vez naquele dia, eu me encontrava vagando pelo estacionamento, em busca daquela maldita Lamborghini, com o coração disparado, uma mistura de esperança e desespero consumindo cada parte de mim. O dia havia sido um verdadeiro pesadelo. A ansiedade tinha me dominado completamente, roubando meu sono e me desgastando mentalmente. Minha cabeça não parava, girando incessantemente em torno de Stef. A cada momento, eu tentava imaginar uma maneira de conseguir seu perdão. Por mais que eu não tivesse beijado a Sheilla, a culpa me corroía por ter dado espaço para que ela se aproximasse o suficiente para aquilo acontecer.

Rosa tinha razão desde o início. Como pude ser tão descuidada? As palavras dela ecoavam na minha mente como marteladas, cada uma me lembrando da minha imprudência. Eu amava Stef mais do que qualquer outra coisa neste mundo, mas minha tentativa idiota de fazê-la sentir ciúmes tinha colocado em risco o que eu mais desejava: a nossa felicidade juntas. A lembrança do sorriso dela, antes radiante, agora distorcido pela mágoa, me acertava como um soco no estômago, me fazendo questionar se eu realmente merecia estar ao lado dela.

Ao perceber que o carro dela ainda não estava na garagem, voltei, cabisbaixa, para o meu quarto. Mais cedo, eu havia levado um longo sermão de Thaísa e das outras meninas. E, por mais que cada palavra fosse merecida, o peso de decepcioná-las, assim como a Stef, me fazia sentir ainda pior. A minha relação com Sheilla era uma questão maior do que apenas o relacionamento com Stef. As meninas me apoiaram tanto quando eu e Sheilla terminamos... e agora, eu sentia que estava traindo todas elas também, de novo.

Por volta de uma hora da manhã, acordei sobressaltada. Um pesadelo terrível havia me envolvido, cheio de sombras disformes e cenas desconexas, nada parecia fazer sentido, mas tudo era assustador. Havia alguém chorando no meu sonho — um choro desesperado, incontrolável, que me deixou em pânico. Acordei sem fôlego, sentindo uma tontura nauseante, perdida na escuridão do quarto. Tentei me lembrar das técnicas de Yoga que eu não praticava há meses, lutando para recuperar o controle da respiração. O suor escorria pelo meu rosto e o som do meu coração pulsando freneticamente parecia ecoar em minha cabeça.

"Droga", pensei. Eu estava no meio de uma crise de ansiedade.

Tentei focar em coisas que me faziam feliz, em momentos de alegria... mas então, Stef invadiu meus pensamentos. O peso da culpa voltou como uma avalanche, trazendo à tona todas as minhas falhas e o medo devastador de perdê-la para sempre.

O ar parecia faltar em meus pulmões. Por mais que eu tentasse respirar fundo, cada inspiração era curta e descompassada, me desesperando ainda mais. O quarto estava terrivelmente abafado, o que só agravava a sensação de sufocamento. Mesmo aos tropeços, decidi ir até o terraço. Precisava de ar fresco, de espaço, de qualquer coisa que aliviasse aquela sensação claustrofóbica.

Assim que cheguei ao terraço, meus olhos se fixaram na pessoa que eu mais precisava ver naquele momento.

— Stefany... — chamei, minha voz um fio de esperança. Ela se virou assustada, os olhos vermelhos e, em sua mão, um cigarro de maconha. Tossiu, engasgando-se com a fumaça.

Em Meio às 𝓔𝓼𝓽𝓻𝓮𝓵𝓪𝓼 ✦ Gabi Guimarães Onde histórias criam vida. Descubra agora