Stef jamais pensou que pudesse se apaixonar por alguém que nunca havia visto antes, até que as Olimpíadas de Paris começaram, e junto com elas, surgiu uma paixão pela capitã da seleção de vôlei feminino, Gabi Guimarães. Mesmo frustrada por não ter s...
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Gabi Guimarães
Apesar de ter dormido poucas horas na noite anterior, acordei completamente revigorada naquela manhã. Sentia-me disposta, feliz, esperançosa, como se o cansaço simplesmente não existisse. Era como se meu corpo estivesse em perfeita sintonia com a leveza que invadia minha mente. Tudo parecia melhor, mais colorido, mais vibrante.
"É o efeito Stef", pensei, sorrindo de canto.
Stef tinha esse poder sobre mim. Ela era como um raio de sol que atravessa as nuvens mais densas de um dia chuvoso, trazendo calor e luz. Como um arco-íris inesperado que surge depois de uma tempestade, pintando o céu com cores vivas. Como uma estrela cadente em noites de escuridão, reacendendo esperanças perdidas. Eu a amava com todo o meu ser, e saber que finalmente poderíamos ter a nossa história de amor com um final feliz me deixava animada, elétrica, como se o universo estivesse conspirando a nosso favor. Mal podia esperar para vê-la naquela manhã.
No entanto, ao chegar ao refeitório, o entusiasmo diminuiu. Não a vi em lugar nenhum. Fui ficando inquieta, especialmente à medida que os minutos passavam e ela continuava sem aparecer. A ansiedade começou a tomar conta de mim. Será que ela fugiu de novo? O pensamento me atormentava. E se ela tivesse, de fato, se demitido, como sugeriu naquela conversa confusa?
Quando Rosamaria entrou no refeitório, com a típica expressão de sono estampada no rosto, minha primeira reação foi ir até ela e perguntar sobre Stef. Mas me contive. Conhecendo Rosamaria, sabia que não obteria muitas respostas, se é que conseguiria alguma.
A observei ir até o balcão e escolher algumas coisas para colocar em uma bandeja — muitas frutas e itens que ela normalmente não gostava de comer. Cutuquei Thaísa, que estava ao meu lado.
— Me faz um favor? — pedi, usando meu tom mais amigável. Thaísa me olhou desconfiada, arqueando uma sobrancelha, já antecipando que eu iria pedir algo fora do comum.
— Ih, o que foi? — ela perguntou, sem esconder a curiosidade.
— Vai lá na Rosa e pergunta da Stef, assim... como quem não quer nada. — sugeri, tentando soar casual.
— E eu realmente não quero. — respondeu com um olhar de tédio, antes de suspirar. — Tá, vou lá.
A loira foi em passos vagarosos até Rosamaria, que estava bem concentrada ao escolher entre uma manga e uma laranja. Antes que Thaísa chegasse até ela, surgiu uma figura de cabelos ruivos ao lado de Rosamaria, também colocando inúmeras coisas em uma bandeja.
Rosamaria olhou irritada para Sarah, e as duas começaram a discutir em voz baixa. Thaísa ficou perto das duas, ouvindo a conversa e, logo depois, sorriu satisfeita. Em seguida, ela começou a colocar diversas comidas em uma bandeja e veio praticamente correndo na minha direção.
Mas o que diabos estava acontecendo?
— Sua garota está doente e agora está uma briga pra ver quem vai levar o café da manhã dela. Agora vai que é tua, Gabi. — Thaísa disparou, praticamente jogando a bandeja nas minhas mãos. Olhei atônita para ela, tentando processar todas aquelas informações. Quando percebi que Rosamaria parecia ter acabado de discutir com Sarah, me apressei em pegar corretamente a bandeja que a loira me estendia. — Vai, vai. Eu seguro ela!
