Stef jamais pensou que pudesse se apaixonar por alguém que nunca havia visto antes, até que as Olimpíadas de Paris começaram, e junto com elas, surgiu uma paixão pela capitã da seleção de vôlei feminino, Gabi Guimarães. Mesmo frustrada por não ter s...
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Novembro de 2024 Stefany Martins
Meu celular vibrava como louco ao meu lado, acumulando mensagens da minha mãe, que implorava para irmos à Itália ver meu pai. Eu poderia usar isso como desculpa para ver Gabriela, claro, mas simplesmente não conseguia. Voltar àquele país depois de tudo o que passamos era como uma tortura, e, apesar do desespero da minha mãe, eu sabia que a situação só pioraria se ela fosse para lá. Então, apenas a ignorei, como vinha fazendo nos últimos dias, assim como ignorava Danilo, que também insistia na mesma coisa.
Céus, por que não me deixam viver em paz?
De repente, o telefone fixo na sala tocou, me dando um baita susto, já que aquele aparelho era praticamente um enfeite em casa. Até Liam miou, assustado, e aquilo começou a parecer muito com uma cena de filme de terror. Caminhei até a estante onde o telefone tocava insistentemente, hesitando em atender, temendo que fosse o Ghostface perguntando qual era o meu filme de terror favorito.
Olhei ao redor do apartamento, certificando-me de que estava sozinha com meu gato, antes de finalmente pegar o telefone.
— A-alô?
— Por que você não atendeu a porra do seu celular?
— Gabriela? — perguntei, atônita, ao reconhecer sua voz. Por puro reflexo, afastei o telefone da orelha e olhei para ele, conferindo se estava tudo certo. De fato era o meu telefone ali.
— Sim, sou eu. — bufou do outro lado. — Estou te ligando há horas. Você disse que estava em casa e depois sumiu, Stefany. Fiquei com medo de que algo tivesse acontecido.
— Desculpa, eu... — balbuciei, ainda confusa com a situação. — Espera, como você sabe o número desse telefone?
— Eu peguei antes de ir embora, é claro. Justamente para situações como essa.
— Nossa. — falei, surpresa. — Você quase me matou de susto, sabia? Ninguém costuma me ligar por ele.
— Você que quase me mata de susto. — pude ouvir o suspiro dela através da linha. — Não faça mais isso, por favor. Fiquei aflita.
— Está tudo bem, meu amor. — tentei confortá-la. — Eu só estava ignorando minha mãe no WhatsApp, e acabou sobrando pra você. — ri fraco, com um toque de desgosto. — Sinto muito.
— Está tudo bem com a sua mãe?
— Está. Ela só... — pausei, incerta do que dizer. — Ela só quer que eu vá para a Itália com ela. Por causa do meu pai.
— Eu posso ser egoísta e pedir que você venha?
— Pode. — eu ri. — Mas não vou. — se Gabriela estivesse na minha frente agora, eu poderia jurar que ela estaria revirando os olhos.
— Chata. — resmungou. — Acho que você não gosta tanto de mim quanto diz nas suas cartas.
— Gosto sim, e até mais. — eu amo você, quis dizer. — O problema é que você escolheu um péssimo país para essa temporada. Vê se na próxima contratação escolhe um lugar legal. Ásia seria uma boa.
