Stefany Martins
Naquele dia, acordei com o Rio de Janeiro se desmanchando em água. Trovões e relâmpagos faziam-se presentes naquela manhã de sábado, pondo por água abaixo meus planos de ir à praia.
Gabriela dormia como se nada estivesse acontecendo ao nosso redor. Seu rosto mantinha uma expressão tão suave que me obriguei a levantar da cama com toda a calma do mundo para não acordá-la, mesmo com seu braço me agarrando deliciosamente.
Ela era linda, disso eu não tinha dúvidas. Mas como ela podia ser tão linda mesmo dormindo profundamente? Mesmo com seus cachos jogados de qualquer jeito sobre o rosto e o biquinho engraçado em sua boca, ela continuava estonteante.
Droga, eu realmente havia me apaixonado por ela.
Ainda com bastante calma, procurei meus chinelos e saí do quarto, acompanhada por Liam no meu encalço. Ainda eram oito horas da manhã, mas, devido ao frio, meu corpo clamava por um gole de café, enquanto Liam clamava por um pouco de ração.
— Coma tudo, seu gorducho fofinho. — disse ao gato, após apertar suas bochechas e receber um miado de reclamação.
Coloquei uma cápsula na cafeteira e fiquei na porta da minha varanda, admirando a chuva que caía com força total.
— Que horas são? — Gabriela perguntou atrás de mim, me fazendo tremer dos pés à cabeça de susto.
— Misericórdia! Você quase me matou de susto, Gabriela!
Ela olhou para mim com um pequeno sorriso, esfregando as palmas das mãos nos olhos, ainda visivelmente sonolenta.
— Desculpa. — murmurou.
— Ainda é cedo. Pode voltar a dormir, se quiser. — sugeri, mas ela negou.
— E por que você levantou?
— Sentiu minha falta?
— Sim. De repente, alguém parou de me chutar e de roncar, então...
— Eu não ronco!
— Só não pouco. — debochou. — Vou lavar meu rosto. — Sem esperar por um retruque, ela saiu em direção ao banheiro.
Peguei meu cappuccino de caramelo e me sentei no sofá da sala, ainda admirando a chuva. Por mais assustadora que fosse, ainda me fascinava. Eu amava dias frios e chuvosos, principalmente quando não precisava trabalhar.
— Você quer comer alguma coisa? Acho que tenho algo além de miojo nessa casa. — perguntei quando Gabriela retornou à sala.
— Pizza vencida e miojo. Você se alimenta tão bem, estou orgulhosa. — ironizou. — Por enquanto, só quero um carregador emprestado. Meu celular tá zerado.
— Acho que tem um em cima da minha penteadeira. Pode pegar. — disse, e ela assentiu, indo até o quarto. Logo voltou para a sala, sentando-se ao meu lado. Tomei a liberdade de passar minhas pernas sobre as dela, e Gabriela não reclamou. Pelo contrário, repousou suas mãos sobre minha pele. A visão de suas mãos compridas, com unhas curtas tingidas de preto e um anel de coco em seu dedo indicador, me fez fantasiar com aquela cena em todos os momentos da minha vida. Eu adoraria sentir seu toque todas as manhãs, mesmo que isso implicasse acordar cedo todos os dias. — Então... você tem casa aqui no Rio?
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Em Meio às 𝓔𝓼𝓽𝓻𝓮𝓵𝓪𝓼 ✦ Gabi Guimarães
Любовные романыStef jamais pensou que pudesse se apaixonar por alguém que nunca havia visto antes, até que as Olimpíadas de Paris começaram, e junto com elas, surgiu uma paixão pela capitã da seleção de vôlei feminino, Gabi Guimarães. Mesmo frustrada por não ter s...