O que estava acontecendo com ela? Por que se deixava levar pela agilidade dos movimentos dele, formando aquela conexão, aquele toque, aquele laço entre eles? Enquanto seus dedos deslizavam, afetando cada célula do corpo dela com suas sensações e apertos, ela via suas vontades se desvanecerem, junto com as palavras que poderiam fazê-la desistir. Cortava as saídas, sem ter consciência do que deveria sentir. "O que eu deveria fazer?" Ela não se importava em negar, estava se despedaçando e quebrando todos os obstáculos, avançando para o escuro, mesmo que isso mostrasse as verdadeiras faces que estavam escondidas.
"reubaibh mi 'n 'ur n-aghaidhibh uile." — Capítulo 6 —
O salão era iluminado apenas pelas luzes suaves de velas, que lançavam sombras dançantes ao redor enquanto Thomas Shelby e sua parceira giravam lentamente pelo chão. Ele se movia com uma elegância imponente, os olhos penetrantes sempre atentos, como se estivesse analisando cada movimento dela, cada respiração. O riso que escapou de seus lábios ao comentário dela era raro e carregado de um misto de diversão e respeito.Thomas Shelby, conhecido por sua frieza e calculismo, não se dava ao luxo de relaxar na presença de muitos. Mas havia algo nela – sua honestidade sem medo e a forma desafiadora como o encarava – que o instigava. Ele a puxou mais para perto, os corpos colidindo suavemente, como se fossem feitos para essa dança. Seus braços fortes envolviam a cintura dela, e a proximidade deixava o ar entre eles carregado de tensão.
— Inteligência é algo que admiro. — Disse ele, a voz baixa e controlada, quase um sussurro. — Mas não é tudo o que importa.
Ele inclinou a cabeça em direção ao ouvido dela, o toque suave de sua respiração quente provocando arrepios na pele dela. A forma como ela tensionou o corpo contra o dele não passou despercebida. Ele a provocava, e gostava disso.
— Gosto da maneira como você me desafia. — Ele murmurou, os lábios roçando levemente a orelha dela, suas palavras carregadas de intenções. Thomas sabia o efeito que tinha sobre as pessoas, principalmente sobre ela. Ele podia sentir o coração dela acelerar em resposta, contrastando com a calma predatória que ele mantinha. — Gosto de seu fogo. — Continuou, a voz carregada de uma mistura de apreciação e desejo. — Gosto da maneira como você se mantém forte e não recua.
Ela o surpreendeu com a próxima pergunta, a voz suave e, ao mesmo tempo, insinuante.
— Você caça?
Ele não pôde evitar um sorriso. Claro que ela o desafiaria assim, como sempre fazia, sem hesitação. E ele gostava disso.
— Eu caço. — Respondeu, o tom cheio de ironia. Os olhos dela, afiados e atentos, o estudavam, sem perder nada. Ele a girou, seu corpo se movendo com uma graça que ele não esperava. Ela era, de fato, uma mulher de muitas surpresas. Uma freira que sabia dançar como se tivesse passado a vida em festas, e uma enfermeira de guerra que sabia desafiar um homem como ele sem medo.
Thomas a observava atentamente enquanto ela levantava a perna com habilidade, um gesto quase delicado que contrastava com a dureza do mundo ao qual ambos pertenciam. Ele conteve uma risada, apreciando a dualidade dela.
— Até mesmo o que não está lá para ser caçado. — Acrescentou, com um toque de enigma.
A dança continuava, lenta, quase ritualística, enquanto ele a mantinha próxima, o braço firme ao redor da cintura dela, seus movimentos perfeitamente sincronizados. Os olhos dele nunca deixaram os dela, como se estivesse tentando decifrar algo além da superfície.
— Você realmente não está com medo de mim? — A pergunta saiu de seus lábios como um desafio, a voz baixa, quase um sussurro. Ele sabia que inspirava medo em muitos. Thomas Shelby, o homem que construíra um império com sangue e astúcia, não era alguém que as pessoas enfrentavam de forma casual. Mas ela era diferente. Ela o enfrentava com uma audácia silenciosa.
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Pecado Ambicioso - Fic - Thomas Shelby
Teen FictionViolette Dubhghaill - Seus cabelos ruivos eram capazes de brilhar sobre o sol. Violet era como uma brisa fresca em um dia abafado, uma presença que iluminava o ambiente com sua energia e seu sorriso doce e simpático. Suas roupas eram sempre comport...