Pecado Ambicioso - Fic - Thomas Shelby

"Càit an do chuir thu mi" -

He's got the fire
And he walks with it
He's got the fire
And he talks with it

His Bonnie on the side, Bonnie on the side
Makes me a sad, sad girl

His money on the side, money on the side
— Makes me a sad, sad girl

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Os dias passaram, e ele viu o anúncio do noivado de Violett durante um encontro das mulheres na Companhia Shelby. As risadas ecoavam pelo salão, mas Thomas só conseguia olhar para o anel de safiras verdes no dedo dela. Polly puxou a mão de Violett para mais perto, admirando a joia com um sorriso de aprovação, enquanto Ada e Esme faziam elogios ao bom gosto de Randall.

Ele sentiu um aperto no peito. Aquele anel representava tudo o que ele não poderia ser para ela. Thomas nunca havia sido o tipo de homem que oferecia alianças ou promessas de um futuro estável. Ele era feito de fumaça, aço e violência. Mas ali estava Randall, um homem "respeitável", oferecendo tudo o que Violett precisava para uma vida segura. O tipo de vida que ele sabia que não poderia proporcionar.

No fundo, Thomas sabia que não tinha o direito de se sentir daquela forma. Ela havia feito sua escolha, uma escolha que não o incluía. Mesmo assim, ele se perguntava se ela realmente amava aquele homem ou se havia escolhido Randall simplesmente por conveniência. A dúvida o corroía. Ele queria acreditar que ainda tinha um lugar no coração dela, mas cada sorriso que ela dava enquanto exibia o anel o fazia questionar tudo.

Os irmãos falavam sobre os negócios, sobre as movimentações das gangues e os ventos de guerra que se aproximavam, mas ele mal escutava. Sua atenção estava toda em Violett, nos olhares que ela trocava com as outras mulheres, na leveza com que ela ria, uma leveza que parecia tão distante dele agora.

Então, de repente, ele não pôde mais suportar. Levantou-se abruptamente da mesa, ignorando os olhares curiosos dos irmãos e saiu do salão. Precisava de ar. Lá fora, no pátio, ele encostou-se contra a parede de tijolos, sentindo a familiar pressão da pedra fria contra suas costas. Fechou os olhos e respirou fundo, tentando acalmar a confusão de emoções que fervilhava dentro dele.

As imagens de Violett com Randall invadiam sua mente. Ele imaginava o outro homem tocando-a, segurando-a como ele fez uma vez. O pensamento de alguém mais perto dela, conhecendo suas fraquezas, seus desejos, o deixava furioso. Mas ele era Thomas Shelby, e Thomas Shelby não se permitia ceder a sentimentos como esses. Ao menos, era o que ele tentava se convencer.

Quando finalmente voltou para dentro, o calor da lareira o envolveu, mas não conseguiu aquecer a sensação de vazio que o dominava. Sentado em um dos sofás de couro, ele fechou os olhos novamente. O trabalho, o poder, a violência, tudo parecia insignificante naquele momento. Tudo o que ele conseguia pensar era na última vez que a beijou. Como o corpo dela se encaixava no dele, como ela parecia entregue, mesmo que fosse apenas por aquele instante.

Ele acendeu um cigarro, tentando afastar as lembranças. Ouviu as risadas das mulheres, o som distante da conversa animada na sala ao lado, mas sua mente estava em Violett. Ele sabia que deveria deixá-la ir, permitir que ela tivesse a vida que merecia, uma vida longe do caos que ele trazia consigo. Mas a ideia de nunca mais tê-la ao seu lado era quase insuportável.

Ele deu mais uma tragada no cigarro, observando a fumaça subir lentamente e desaparecer. Talvez, ele pensou, fosse assim que ela também desapareceria da sua vida: lenta, inevitavelmente, até não restar mais nada além de lembranças e arrependimentos.