"Is tusa an uilebheist san uinneig agam" -

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"Como chegamos aqui?" —

— "Se eu te conhecia tão bem" —

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Era noite na mansão Shelby, e a atmosfera estava carregada de um silêncio opressivo, como se o mundo lá fora estivesse segurando a respiração em luto. Violett havia aberto a porta do próprio quarto, a respiração ainda trêmula após a intensa discussão no necrotério. As palavras que trocou com Thomas ecoavam em sua mente, a tensão daquelas horas passadas fazendo seu coração pulsar de maneira irregular. O grito da dor pela perda de John ainda ressoava em sua mente, e a raiva e a frustração que sentia por Thomas não faziam nada além de aumentar seu desespero.

O espaço era amplo, mas aquela noite, as paredes pareciam se fechar ao redor dela. O papel de parede em tons pastéis estava desvanecido na penumbra, e os móveis de madeira escura pareciam mais sombrios do que nunca. Violett caminhou até a janela, a luz da lua filtrando-se pelas cortinas pesadas de veludo, e olhou para fora, buscando algum tipo de conforto nas sombras da floresta. A morte de John havia criado um abismo entre ela e Thomas, uma fenda que parecia impossível de atravessar.

Ela se lembrava da expressão de Thomas quando ele a acusou de não entender a brutalidade que o cercava. “Você não sabe o que é perder alguém assim”, ele havia dito, sua voz cheia de dor e raiva. Mas Violett sabia que a dor não era uma competição, e, no entanto, ele estava tão cego por sua própria tragédia que não conseguia ver a luta dela.

O quarto estava silencioso, exceto pelo leve sussurrar da brisa que passava pelas janelas. A arca antiga na entrada parecia mais pesada do que nunca, simbolizando o peso do luto que ela sentia não apenas pela morte de John, mas também pela perda do homem que Thomas poderia ter sido. Ela não podia ignorar o fato de que o homem que amava estava sendo consumido pela violência e pelo desespero, e o que restava dele era uma sombra que a deixava petrificada de medo.

Enquanto observava a noite, Violett se lembrou de como era estar perto de Thomas, quando o amor entre eles parecia mais forte do que qualquer sombra que pairasse sobre suas cabeças. Mas agora, tudo parecia distante e perdido. O olhar dele, antes caloroso e penetrante, agora era apenas uma máscara de dor e frieza. “A lealdade que você exige é um preço que não estou disposta a pagar”, ela sussurrou para si mesma, a determinação crescendo em seu coração.

A morte de John havia mudado tudo, mas Violett estava cansada de ser apenas um peão no jogo de Thomas. Ela não queria ser uma mulher que aceitava a violência como parte de sua vida. Não, ela era leal a si mesma e às suas crenças. Se Thomas não conseguisse ver isso, então ela precisaria se afastar. Violett fechou as cortinas, quebrando o contato visual com o mundo exterior, como se estivesse se protegendo de mais dor.

A sensação de tontura voltou a atacar sua cabeça, e ela se ajoelhou no chão, em frente à janela. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, misturando-se à escuridão que a envolvia. O silêncio do quarto se tornou um eco da luta interna que vivia, e ela sentiu o peso da decisão que precisava tomar. “Vou lutar por minha liberdade”, decidiu, determinada a não ser uma sombra na vida de ninguém.

Naquela noite, enquanto a escuridão se aprofundava lá fora, Violett fez uma promessa a si mesma. Mesmo que Thomas não conseguisse vê-la como ela era, mesmo que sua luta parecesse em vão, ela não deixaria que o amor dela se tornasse uma prisão. Violett se levantou, enxugou as lágrimas e olhou para o reflexo no espelho. “Eu sou mais forte do que isso”, afirmou, sabendo que, independentemente do que acontecesse, ela sempre lutaria por sua própria luz em um mundo que insistia em ser sombrio.

~ ~

Thomas Shelby observou Violett enquanto ela terminava de se vestir. A luz suave da manhã filtrava pelas cortinas do quarto, destacando os tons profundos de sua saia e o brilho discreto dos brincos de esmeralda. Ele estava encostado na porta, o cigarro descansando entre os dedos, o olhar fixo em cada detalhe dos movimentos dela, quase como se estivesse memorizando aquela cena para revisitá-la depois, em algum momento de solidão.

Pecado Ambicioso - Fic - Thomas Shelby Onde histórias criam vida. Descubra agora