— Véu de Sangue
"Assinou o destino, sem escolha ou voz,
No altar, o diabo disfarçado de herói,
Promessas de vida, mas o que restou,
Foi morte e silêncio, onde o amor se apagou." — Otávia Docherty...Connolly...S| ... Ele segurava uma carta envelhecida em sua mão, o papel desgastado quase se desfazendo. O nome "Otávia Docherty" assombrava sua mente, uma lembrança de um passado que ele não conseguia deixar para trás. O eco de seu desejo ressoava em seus pensamentos:
“Assinou o destino, sem escolha ou voz,
No altar, o diabo disfarçado de herói…” — A ironia o atingiu como um soco no estômago. Ele sempre fora o arquétipo do herói, mas agora via a si mesmo como um vilão em um jogo cruel de escolhas impossíveis. Ele havia prometido proteção e poder, mas o que restou foram sombras e um amor que se apagou em meio à traição. •Voltando para ᚓᚒᚓᚒᚓᚐᚖ 1930 ᚖ
O sol se punha no horizonte, lançando sombras longas e dramáticas sobre o ferro-velho de Charlie. O cheiro de óleo e metal era intenso, misturando-se com a fumaça que se erguia lentamente do cigarro entre os dedos de Thomas Shelby. Ele observava as peças enferrujadas ao seu redor, lembrando-se dos tempos em que cada uma delas tinha um propósito, uma vida. Agora, ali estavam, abandonadas, assim como ele se sentia muitas vezes.
Violett estava sentada em um bloco de metal, seus cabelos ruivos brilhando à luz do fim do dia. Ela olhava para Thomas, sua expressão séria, mas com uma suavidade que ele conhecia bem. Ele deu uma tragada no cigarro, os olhos fixos em uma antiga máquina, perdida entre os destroços.
— Às vezes, sinto que somos como isso tudo aqui, Violett — ele disse, a voz baixa e grave. — Partes quebradas de algo que já foi inteiro.
Ela suspirou, uma respiração pesada que parecia carregar o peso de muitas lembranças. — Eu também sinto isso. O passado... é como uma sombra que nunca nos abandona.
Thomas virou-se para ela, seus olhos escuros se fixando nos dela. — Eu poderia ter feito as coisas de maneira diferente. Poderia ter te impedido de ir embora.
— E eu poderia ter ficado. — Ela respondeu, o olhar firme, mas o coração exposto. — Mas sempre havia algo nos separando. Nossas famílias, o que éramos... e o que tínhamos que ser.
Ele inclinou-se para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Thomas Shelby e Violett Dubhghaill. Nossos nomes soam como uma maldição. Você sabia que o clã Docherty sempre foi considerado uma ameaça para os Shelby? Nunca fomos feitos para dar certo.
— E, mesmo assim, aqui estamos. — Ela sorriu levemente, mas a tristeza em seus olhos era evidente. — Olhando para as ruínas do que poderia ter sido.
Thomas assentiu, a lembrança de suas interações passadas trazendo à tona uma mistura de dor e saudade. Ele levantou o cigarro, dando uma tragada profunda, antes de expelir a fumaça lentamente. — Às vezes, me pergunto se o que aconteceu entre nós foi um erro. Ou se foi o único caminho que podíamos seguir.
Violett olhou para o chão, as mãos entrelaçadas no colo. — O que é um erro, Thomas? São escolhas que fazemos, ou são apenas a vida nos levando por um caminho que não entendemos?
— Talvez seja um pouco dos dois. — Ele respondeu, sua voz agora quase um sussurro. — Mas eu me arrependo, Violett. Me arrependo de não ter lutado mais por você.
Ela olhou para ele, os olhos brilhando com uma mistura de esperança e desespero. — E eu me arrependo de não ter sido mais forte. De não ter visto que havia um jeito de nós dois.
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Pecado Ambicioso - Fic - Thomas Shelby
Teen FictionViolette Dubhghaill - Seus cabelos ruivos eram capazes de brilhar sobre o sol. Violet era como uma brisa fresca em um dia abafado, uma presença que iluminava o ambiente com sua energia e seu sorriso doce e simpático. Suas roupas eram sempre comport...