Capítulo 14

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Finjam que na mídia o Mike tá com cabelo vermelho. Eu meio que troquei o Casey pelo Luke na situação.
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- Você sabia sobre elas, não sabia? - Luke sussurrou em meu ouvido, eu estava muito chapado para raciocinar rápido, então demorei alguns segundos para lembrar de Miranda e Rena.
- Simões - falei olhando para o teto, Nia já começava a cantar outra música do Eduardo.
- TIVE UMA IDEIA! - grito e Luke tampa os ouvidos - vamos invadir algum lugar, agora. Amor, Luke, Lucuzão, LUKEEEEEE...
- Irresponsável, irresistível - ele pisca e vai para a cozinha, fico esperando que ele vá convidar pessoas para invadirem algo que eu não sei conosco. Fico assistindo Nia cantar Lego House versão punk-rock, ela é boa nisso. Ser emogotica.

Ashton, Miranda e Rena vieram juntos de Luke, eu sorri para eles.
- Vamos ter uma noite de jovens - digo e Luke me abraça, levantando-me como uma criança.
- Você é um bebê - ele diz e eu esterro minha cabeça em seu pescoço.
- Tudo mundo é gay - digo baixinho e Luke assente, presumo que ele está mordendo os lábios.
- Vamos fazer orgia, babes.
Nos despedimos de Nia, Calum e Beatriz, dizemos que voltaremos antes das onze horas. Vamos para o carro de Rena, carro que dividia com a irmã. Rena iria dirigir. Por que dizem que ela é uma vadia?
Sentamos na ordem: Luke, eu e Miranda. Na frente foram Rena e Ashton.
- Vamos invadir aquele estúdio de beisebol - digo animado, Luke mechia no celular preguiçosamente, sem animação. Sento em seu colo e ele resmunga.
- Você é gordo - ele diz.
- Vai se fuder, Luke - falo, saindo do seu colo. Miranda olha para Ash e eles percebem o clima ruim.
- Posso contar uma piada? - Ashton pergunta, logo abrindo um sorriso, seus sorrisos eram contagiantes.
- Existiam três irmãos: o Respeito, o Cala Boca e a Confusão. A confusão sumiu e os outros dois irmãos foram a delegacia. Respeito resolveu esperar na porta e o Cala Boca entrou. O delegado perguntou: - Quem é você?
Rena já estava rindo.
- Ele respondeu: - Cala Boca - o delegado, exaltado como estava perguntou: - cadê o respeito?
- Tá na porta - disse Rena.
- O que vocês querem aqui?
- Confusão - Miranda completou, mesmo que fosse sem graça e velha, todos rimos.
Luke pedia desculpa com os olhos, qual é, eu tinha que ser um pouco difícil.
Miranda esticou-se para o banco da frente e ligou o rádio, tocava uma música diferente, eu não conhecia. Luke perguntou qual era o nome da música, mas ninguém sabia.
Ela era boa, dava vontade de tirar a cabeça para fora do carro e gritar sua letra, foi isso que fizemos. Me juntei a Miranda, subimos nossos olhares para o céu, estava começando a chover.
Não precisamos ser perfeitos. Além do mais, ser perfeito deve ser chato. Para ser bonito não precisa ser perfeito.
Não precisamos levar uma vida regrada, pelo menos por enquanto.
Naquele momento a única coisa que importava era ser jovem. Estudos tem hora, comportar-se tem hora. Tem momentos para tudo.
Luke me puxou para a sua janela, cantamos juntos aquelas letras todas confundidas e erradas.
- Michael - ele gritou em meio da música, passávamos pela ponte - eu acho que é isso que a gente devia fazer pelo resto da vida.
- Não quero falar sobre isso agora, vamos deixar o futuro para depois.
Ele riu e continuemos cantando, Rena, Miranda e Ashton se juntaram na nossa cantoria assim que coloquemos a cabeça de volta para dentro do carro.
Quando a música acabou nós estávamos quase chegando. Aquele estúdio de beisebol havia sido abandonado a muitos anos, mas nunca desconstruido.
Saímos do carro, Rena correu até a grade um tanto alta e cruzou os dedos. Miranda correu até ela e pulou a grade, Luke e eu fizemos o mesmo. Ashton fez "pézinho" para Miranda e depois escalou a grade para se juntar a nós.
Corremos e subimos uma escada que deu em uma porta, Rena tirou um grampo de seu cabelo e com ele abriu-a.
- Esperta - sussurei para ela e a mesma riu. Ela parecia asiática. Ela era irmã do Calum, quero dizer, Mauro.
Entremos e nos deparamos com um corredor com algumas portas de aço enferrujadas, um grande corredor que daria em algo que um dia foi um grande estádio e foi visitado por tantas pessoas.
Luke me puxou para trás de nossos amigos e mordeu o lóbulo de minha orelha, sussurrando:
- Não seja um mal garoto, babe - arrepiei-me.
Ele correu para junto das garotas/Ashton e eu fiquei tentando raciocinar, até Miranda quase me carregar até o grupo de góticos das trevas.
- Eu não gosto muito do campus - dizia Luke - a cidade é tão grande, tem tantos lugares.
- Concordo, mas o campus é muito legal e importante pra mim - falou Rena. Eles estavam se dando bem, ciúmes pra caralho. Como Nia dizia, dava vontade de bater nela com um pônei de pelúcia e por a culpa nele.
Eu queria SEXO.
Eu falei SEXO?
Eu queria dizer EXO, aquele k-pop.
- Você está se mordendo de ciúmes - Miranda me abraçou e eu gritei. Vamos botar ciúmes nesses dois. Desfilamos na frente deles, abraçados e fazendo posições engraçadas. Os dois riam de todas as nossas brincadeiras.
- Olhem! - Miranda apontou para uma mesa de Ping Pong, Corri até ela e peguei uma das raquetes, gritando para a mesma.
- Oh Meu Deus, faz tanto tempo que não jogo - virei a raquete em minhas mãos.
- Eu contra você e Miranda, vadias - disse Rena contornando a mesa, posicionou-se do outro lado e pegou a raquete. Miranda veio ao meu lado e se posicionou também, com a raquete na mão direita.
Rena jogou a bolinha na mesa e sacou-a. Miranda e eu fomos para a esquerda e a bolinha, bem, para direita.
- Perdedores - ela fez um L com os dedos em sua testa. Eu gritei de frustração.
Ela sacou a bola de novo e consegui rebater levemente, a bolinha foi para seu lado da mesa, Ash bateu palminhas, mas logo fechou a cara. A bola passou direto.
Joguemos mais algumas vezes - claramente Rena ganhou - decidimos continuar a caminhada, apostamos corrida e Luke ganhou. Malditas pessoas com pernas enormes.
Chegamos ao estádio, as arquibancadas estavam vazias, eu me lembrei de sentar ali com meu pai, compramos pipoca e assistimos ao jogo. Ele queria que eu fosse um jogador de beisebol, mas com onze anos eu queria escrever poesias e desenhar no fim do caderno.
Deitamos no meio do gramado e Luke segurou uma de minhas mãos. Dizem que quando vemos estrelas vemos nosso passado. Ah, eu não me orgulho dele, mas no futuro eu quero me orgulhar desse presente.
Miranda tentava segurar a mão de Rena, elas eram tão lindas juntas. Ashton, bem, Ashton estava de vela.
Jogamos um pouco se beisebol com uns tacos velhos que haviam ali, então Rena anunciou as horas. Porra, estava tão divertido o jogo, mas voltemos para casa de Nia, já era quase meia noite e estava começando a chover de novo.

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Oi
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noob ♡ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora