Luke
Era chato, desconfortável, cheio de pessoas com nariz empinado.
Sabe aquela vontade de sair de algum lugar e chegar em casa, abrir Orange is the new black e ibernar na Netflix? Então.
A essa hora a floricultura devia ter entregado as flores na casa da sogra, ah, quero dizer, Karen.
O único sentimento que eu sentia naquele jantar era de tédio.
- Então Luke, como vai a faculdade? - Minha tia perguntou, tirando-me do transe, o bom e confortável transe.
- Eu pretendo começar um comércio - falei, o que era verdade. Fazia algum tempo que eu pensava em ter a própria lanchonete.
- Oh... Que bom - fingiu entusiasmo.
Meu celular vibrou e Andrew me olhou torto, tipo "não olha pra tela", mesmo assim eu olhei.
Obrigado pelas flores eu te amo.
Sorri, ele era algo precioso, as vezes eu pensava que eu não era bom para Michael, ele tinha tanto talento com a escrita, tudo nele.
No final o noob sou eu, não tenho talentos, e não sei fazer nada.
Sabia que tinha que fazer algo, não poderia viver nas costas de meus pais, faria aquilo por Michael.
- Andrew, podemos conversar?Michael
Tive uma boa noite de sono no meu antigo quarto, assim que acordei fui a cozinha tomar suco, quem toma suco as dez da manhã? Isso mesmo, se você pensou em Michael Clifford, você está certo. Todo mundo devia experimentar os bolinhos de Karen com suco ou chá de manhã, ela diz que não sabe cozinhar, mas sabemos que é para elogia-la. Vegemite era legal também.
Luke iria me buscar hoje a tarde, graças aos céus por não ter nenhum trabalho de faculdade ou ter que estudar, tinha um, mas eu estava o adiando mais e mais.
Escrever um livro.
Simplesmente não dava, eu sentava, olhava para o teclado e... nada.
Estava tão preocupado com as coisas que esqueci de Beatriz, ela andava desaparecida, teria que dar mais importância a ela, pois foi ela quem me apresentou a Luke. Beatriz, minha primeira amiga de faculdade.
Meu celular vibrou ao som de All Time Low, alguém estava me ligando, vi no identificador o nome "Mauro nego" e logo atendi.
- Hey Calum - ouvi o garoto bufar, quase senti o seu hálito quente pelo telefone.
- Quanto tempo a gente não se fala? Ashton e eu dormimos juntos hoje, ele é tão - ouvi Cal resmungar algumas palavras - e é isso.
- Melhor história que eu já ouvi na minha vida.
- Cala boca, Nia tá aqui e quer falar com você - ele resmungou mais algumas coisas e passou o celular para Nia.
- MICHAEL - ela começou - MANDA UM OI PRA SUA MÃE, o Calum tá resmungando umas palavras sobre ele e o Ashton aqui, acho que temos alguém apaixonado.
- Vou dizer, ele tá é bêbado. Como vai o bebê?
- Desculpa Michael, eu preguei uma peça, na verdade eu adotei um cachorro, e por favor, não conta pra ninguém porque é proibido na faculdade ter animais de estimação - ela foi bem direta.
- Meu Deus, você me assustou - ri abobadamente - eu fiquei tipo, correndo pelas escadas feito um idiota - fui sarcástico.
- DESCULPA, TE AMO, GORDON.
Olhei para baixo e Danny estava lá, abraçado as minhas pernas, era tão adorável.
- Vou desligar - falei olhando aquele garotinho fofo - diz tchau pro Calum também e não deixa ele mexer nas minhas coisas.
- AH! Falando em mexer nas suas coi- ela parou - OKAY, TCHAU TCHAU.
Se Calum mexeu em algo eu rasgo aquelas revistas pornográficas do fim do armário. Desliguei e agachei-me para ficar mais perto do garoto, caralhinhos, ele era tão apertável.
- Quer jogar alguma coisa? - perguntei e vi um sorriso com covinhas brotar no rosto de Danny.
- Sim.
Coloquei o celular no bolso e subimos as escadas para meu quarto, onde tinha apenas uma cama, uma pequena televisão, meu vídeo game e algumas caixas com histórias em quadrinhos de super heróis. Comics. As paredes agora eram brancas, o que me deu uma depressão por lembrar delas azuis.
Abri o único jogo que me restou naquela casa: Street Fighter. Era um milagre aquele aparelho ainda rodar algum jogo, eu tenho ele desde o colegial.
Ele escolheu a Sakura e escolhi o Blanka.
Acho que Luke tinha razão, eu jogava mal, muito mal. Luke era tão incrível, e é ele que não vê isso. Ele sabe cozinhar, sabe jogar, entende de astronomia, sabe um tanto de jornalismo... E cantar. AH quase me esqueci: ele sabe TUDO sobre bolinhos de todos os tipos. Os Lamingtons dele são os melhores, se qualquer ser humano ou alienígena tente fazer nunca vai conseguir melhor que ele. Luke sabe fazer doces também.Caralho, Danny era bom no vídeo game. Ele era muito bom ou eu era muito ruim, mas eu preferia acreditar na primeira opção. E não acredito que perdi cinco vezes para um garoto de o quê? Doze anos? Eu vou fazer 20 daqui a um mês!
Okay, troquemos de controle. Não tinha como perder.
- Michael - ele chamou, eu estava concentrado no jogo - Você não sabe jogar, desista.Perdi seis vezes.
- Vou comer um sanduíche - ele largou o controle - cansei.
- O que? Merda, espera ai - ele fechou a porta, ninguém sente pena do pobre e pequeno Michael? Só ele se fode aqui?
Meu celular tocou de novo, por algum motivo os pelos do saco arrepiaram-se. No dia, tipo, ontem, merda, ontem, quanta virgula, ONTEM. Eu transei com ele ontem!
- Mikey? - ele me chamou, nem tinha percebido que havia atendido.
- Luke, oi - falei meio nervoso, caralho, o pau dele é graANDE MICHAEL SE CONTROLE.
- Hey... Então, namorado - ele pareceu nervoso, afinal, nervosos pelo quê? - eu vou te buscar três horas, okay? Quero te mostrar algo e... conversar - já comecei a suar nas virilhas.
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GOSTARAM DA NOVA CAPA? ♥ créditos a minha amiga linda Nicole, a spacestylz essa delicia ambulante.