Sorry pela parte arzaluke, é bem rapidinho.
Luke
- LUKE - ouvi Jack chamar-me do saguão, continuei resolvendo a conta das despesas, ele me chamava e sua voz ficava cada vez mais perto - Luke, você era mais legal quando tinha dezesseis anos.
- Sim, Jack, e você é mais legal quieto - segurei minha cabeça com as mãos, pois a dor dela estava um inferno e não aguentava mais o cheiro de comida que vinha das panelas. Não podia ficar parado ali, o restaurante abriria logo.
- Você tem que dar as ordens.
- Certamente.
- Vamos Luke, já está passada a hora de abrir! - Arzaylea chegou a cozinha batendo o pé, quase quebrando seu salto.
Terminei de calcular rapidamente, olhei para ela e percebi que agora estava loira.
- Bonita - sorri.
Arzaylea era grossa, chata e irritante. Mas me ajudava a controlar os gastos e o restaurante, também era divertida e uma ótima companheira.
- Eu sei, darling.
Deixei meus papéis no balcão e fui para o caixa encontrar Rena. sim, Rena. A única pessoa com quem tenho contato, estava tão diferente de quando estava na faculdade, seu cabelo estava rosa agora. Ela veio morar em Londres depois que a faculdade acabou e me ajudou bastante a conseguir abrir o restaurante, Jack também. Naquele dia estavam todos lá, pois nos fins de semana o restaurante era movimentado. Quem eu queria por perto era Michael.
Perdi o contato com ele, na faculdade de gastronomia eu estava deprimido e estudava em todas as minhas horas livres. Michael me fez acreditar em mim mesmo e eu o abandonei. Meu objetivo desde então foi sempre provar para ele que eu era capaz.
- Luke, quanto tempo você não dorme? Olhe a sua cara no espelho!
- Acordei cedo, deve ser isso. - Rena sabia que não era, mas eu queria deixar esse assunto para lá.
Os garçons já estavam apostos, então vi Arzaylea abrindo as janelas. Abri as portas e voltei para a cozinha, tinha trabalho a fazer. Jack e eu começamos a assar as carnes, nosso restaurante era famoso pelas carnes de canguru. O gosto parece frango, só que diferente.
- Soube que hoje vai ter famoso na cidade, um escritor - disse Jack, fritando alguma coisa que não consegui ver o que era - um romantista.
- Legal, mas não sou muito chegado a livros.
- Só acho que você deveria ir na sessão de autógrafos dele amanhã. Compra um livro, as vezes é bom ler um pouco.
- Ok, Jack.
Os pedidos chegavam, eram muitos, mas finalmente a hora do almoço havia terminado. Minhas pálpebras estavam quase fechando, assim o sono tomava conta do meu corpo.
- É sério, vai pra casa Luke - Rena notou meu cansaço.
- Eu sou seu chefe.
- E eu sou sua amiga.
- Tudo bem - me rendi. Minha cabeça ainda doía e eu precisava dormir. Falei com Arzaylea e ela ofereceu-se para me levar para casa com seu carro. Eu voltaria ao trabalho a noite de táxi e pegaria meu carro. O caminho todo ficamos em silêncio, as vezes ela botava a cabeça para fora da janela e xingava algum motorista inexperiente, era até um pouco engraçado, mas a gritaria não fazia bem para minha dor de cabeça.
Quando chegamos ao meu prédio agradeci e lhe dei um beijo na bochecha, quando estava prestes a sair do carro, ela segurou a barra da minha camiseta e me puxou de volta para o banco.
- Eu te amo, desgraçado - e então me beijou, eu não retribui. Não senti nada, não era como beijar Michael. O pensamento que ele era apenas um romance do passado e que nunca voltaria me assombrava.
Arzaylea abriu os olhos e desgrudou nossas bocas, ela estava ofegante, eu via suas lágrimas brilharem. Eu senti pena, não conseguia retribuir seu amor, não conseguiria mentir para ela.
- Desculpe, Arza - disse eu depois de um silêncio torturante, ela limpou suas lágrimas e arrumou o cabelo.
- Desculpe você. Até mais tarde, Luke.- pode não parecer, mas ela estava magoada.
Já cansado de toda aquela merda, não queria mais pensar sobre esse assunto. Fui ao mais rápido possível para meu apartamento. Quando cheguei lá tirei minhas roupas e fiquei de boxer, fui para cama e dormi.
Acordei com o toque do meu celular fritando meus miolos, olhei para a tela brilhante e atendi.
- Luke, que merda, onde você está?
- Eu dormi muito, desculpa.
- Aquele escritor famoso está no restaurante, está tudo corrido, preciso de você aqui.
- Vou chamar um táxi, me dê três minutos.
Desliguei imediatamente e chamei o fucking táxi. Coloquei minha camisa branca aberta no peito, minha calça preta e tênis, logo o táxi já me esperava. Desci as escadas e dei um tchau rápido ao porteiro distraído. Entrei no táxi e disse o endereço do restaurante, provavelmente eu estava com uma cara péssima, já estava anoitecendo e me perguntei o porquê alguém jantaria tão cedo. Dei uma cochilada rápida e logo chegamos.
Fui direto para a cozinha, achei Jack apurado, grelhando carnes e cortando vegetais.
- Ele quer pizza, Luke, me ajude, tire a massa do forno, meu Deus, chame alguém ou me ajude logo.
- Calma, Jack - disse eu indo até o forno, peguei as luvas e tirei a massa de lá.
- Luke, finalmente - Rena entrou apressada na cozinha - ele quer falar com você.
- Ele quem?
- O escritor, está bem irritado.
- Vou falar com ele, posso ao menos saber o nome desse desgraçado? - Rena engoliu a seco e me olhou nos olhos.
- Michael Clifford.
Depois de um século sem atualização...
