Capítulo 15

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Luke

Casey e eu, assim que vendemos mais de quarenta bolinhos, tivemos que fechar a loja. Já estava bem tarde.
Michael estava estudando hoje, eu não queria lhe atrapalhar, então resolvi sentar com Casey para conversarmos. Fomos até uma cafeteira ali perto. Entremos e escolhemos nosso café, ele pediu dois. Sentamos nas mesas do lado da janela, a janela sempre é o melhor lugar para sentar. Naquele dia não fazia tanto frio, estava... Morno.
- O que você estuda? - perguntei, bebericando meu café.
- Administração - ele sorriu - e você?
- Legal - mordi o piercing - estou indeciso.
- Já estamos no meio do ano, cara - abaixou a cabeça e encarou os guardanapos.
Ele tentou pegar um deles.
Tentou.
Casey era um cara desastrado e não sabia muito bem como lidar com as coisas. Derrubou todos os guardanapos no chão, depois para juntá-los acabou por derrubar os copos.
O olhei assustado, mas acabamos rindo da situação.
Pedimos uma pizza.
Casey optou por comer doces.
Ele dizia "minha salada" para o prato, nós dois sabíamos que não era uma salada e sim um prato de gorduras gostosas. Frase legal, é uma boa frase.
- Então, Moreta, tem namorada? - perguntei e ele sorriu minimamente.
- Não, mas estou de olho em alguém - colocou os braços encima da mesa e segurou sua cabeça com as mãos - e você, Hemmings?
- Michaelcliffordnando - falei em meio um suspiro.
- Eh, hm, desculpe?
- Haha nada - voltei a comer.
Michael

Era engraçado estudar escrita de ficção, a parte chata eram as letras e tudo aquela merda.
Escrevi um texto enorme para o professor que eu não lembrava o nome. Considerei-o bom pra caralho. Af, como eu sou talentoso.

- Drack, você sabe que pode fazer isso. Deixe tudo isso explodir, corra quando tudo acabar - ele me disse sem olhar em meus olhos, encarava o campo do inimigo.

- Michael - Luke tirou-me do transe arrombando a porta. Ele arrombou a maldita porta do meu quarto.
Atrás dele veio Calum, ele estava com um sorriso estranho, não era um bom sorriso, estava estampado nele a tristeza.
- O que aconteceu?
- Aconteceu algo comigo e com Ashton - ele disse, seco. Olhei para Luke e ele mordeu o piercing. Meu amigo kiwi deitou-se na cama ao lado e derramou suas lágrimas. Mas eu continuava a encarar Luke mordendo os lábios. Gostoso. Ah, eu sou um vagabundo.
Fui até Cal e o confortei, ele não estava nada bem. Ah, sério, Clifford? Ele tá soluçando enquanto chora e tá super feliz, claro.
- Vamos comer e assistir algo o dia todo, o que acha? - dito isso Calum olhou-me e eu beijei sua bochecha. Luke estava com os lábios semi-abertos e me encarando. Ah, ele me queria nu em sua cama.
Conto para Calum a piada que Ashton nos contou no dia em que invadimos aquele estúdio de beisebol. Ele riu um pouquinho, mas não foi o bastante.
Cashton é complicado demais.
Sabíamos que a porta que arrumamos provisóriamente iria cair mais tarde, mas quem ligava? Eu não.
Deixamos ele sozinho por um tempo e fomos alugar um DVD. Entramos no dormitório de Casey, o colega de quarto dele, Jurumilo, alugava filmes. Batemos na porta e o garoto apareceu, ele estava semi-nu coberto por um lençol branco e um garoto ruivo se juntou a ele na porta.
- Er, oi - o ruivo se pronúnciou, o mais baixo moreno riu provavelmente da nossa cara de "que porra é essa".
- Vocês querem filmes, certo? - disse Jurumilo abrindo a porta para nós. Entramos e pelo visto não tinha nenhum indício de sexo. São rápidos.
- Olhem - ele tirou uma caixa de debaixo da cama, eu esperava não encontrar camisinhas ali e sim DVDS.  Agachei-me no chão e abri a caixa, assim comecei a escolher. Luke veio até mim e ajudou-me. Se você acha que ele me ajudou a escolher o DVD, você está errado. Ele me ajudou a ter uma ereção, apertando a minha coxa direita. Eu queria tirar a roupa ali mesmo e atacar a loira vadia.
- Omg, daddly, parece que eu faço efeito em você - ele sussurrou no meu ouvido acariciando meu amiguinho. Soltei um gemido abafado e ele riu, com a mão livre pegou um DVD e me entregou.
- Interestelar? - olhei para Luke, ele sorria.
- Quando eu era pequeno meu pai me mostrava as estrelas e dizia suas teorias sobre o universo. Eu o ouvia atentamente, ele falava o que houve e o que poderia acontecer com a terra. Você está me ouvindo? - assenti.
- Okay, sua Taylor Swift vadia, a gente deixou o Calum no quarto sozinho. Vamos - digo e Luke me olha malicioso - err... Tira a mão daí antes.
- Amigos, eu não tenho tanto tempo assim pra esperar vocês se pegarem - Jurumilo colocou uma mão em meu ombro e eu levantei-me.
Luke riu por algum motivo, o ruivo e Jurumilo também começaram a rir. Era só eu que não via a graça?
- Oh, daddly, eu realmente faço efeito em você.
Olho para baixo e encontro minha calça molhada, ah, essa era a graça.
- Vamos - puxei Luke pela mão - te pago depois, J - tenho certeza que estava mais vermelho do que o meu nariz de palhaço.

Ashton (olha eu trocando a POV pela terceira vez)
Liguei pro Cal, ele não atendia.
Droga, droga, droga, droga. Eu não deveria ter o beijado assim, do nada. Ele estava se recuperando do término com a namorada? Sério isso? Já faz mais de um mês que eles terminaram.
Fui até o dormitório dele de táxi, paguei ao cara e ajeitei os óculos, suspirando. Desci do carro e corri até o quarto dele. Subi as escadas rapidamente, correndo entre adolescentes suados. Esbarrei em um casal se beijando e o garoto me xingou. Agradeci mentalmente por ele não me impedir a continuar correndo. Ao chegar no corredor de seu quarto tropecei em meus próprios pés, todos riram. Levantei-me e continuei a correr. Cheguei a porta dele ofegante, wowowow, eu estava fora de forma.
- Cal - soquei a porta e esperei a resposta, mas nada foi dito - o que houve? Me diga. Por favor.
Ele abriu a porta para mim, estava horrível. Não era aquele Calum por quem me apaixonei. Era um Calum desanimado, com olheiras debaixo dos olhos, enrolado em um cobertor.
- Desculpe, Ash, eu estou confuso. Nunca fui, err... Gay. Aí você chegou e mudou tudo, não que eu não gostei disso - ele abaixou a cabeça, aquele garoto era incrivelmente bonito em todos os sentidos.
- Você é feliz comigo? - perguntei e ele me encarou - tudo bem, vamos dar um tempo até você ter certeza - beijei sua testa e ele voltou a sorrir.
- Luke e Michael foram alugar DVDS, você vai ficar?
- Eles irão me fazer um interrogatório comigo por deixar alguém tão incrível triste - fiz um bico e Calum riu, colocando a língua entre os dentes - mas sim, eu vou ficar.
Entro e sento no chão, Calum sentou ao meu lado e colocou a cabeça em meu ombro. Poderia ficar assim para sempre, era tão relaxante.
Michael abriu a porta e ela caiu. Ele gritou, motivos pelo que ele gritou 1) talvez seja pelo fato da porta cair 2) eu estar ali depois de fazer Calum chorar 3) a porta bateu em sua cabeça. Luke tampou sua boca com as duas mãos, alguns adolescentes curiosos vieram a porta para ver o que estava acontecendo.
Calum foi chamar o diretor. Eu e Michael tentamos erguer a porta. O diretor nos disse que amanhã de manhã alguém trocaria a porta.
Assistimos um filme confuso, Luke tentava nos explicar o que estava acontecendo, mas ninguém entendia. Michael ficou o filme todo dormindo em seu colo e concordando com tudo que Luke dizia. Calum roubou-me um beijo, ele estava sonhando. Mas eu acho que era eu quem estava sonhando.

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Segurem os forninhos para o próximo ;-)

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