Capítulo 24 - END?

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Luke

Naquela noite quando fui dormir eu me masturbei. Só porque estava "velho" não queria dizer que meu amigão não levantava. Depois que eu gozei fiquei me imaginando acordando com Michael ao meu lado, o sorriso dele, o jeito que ele se escondia no meu peito, depois de um tempo com essas imagens na minha cabeça, eu adormeci. Era sábado, então eu só trabalharia de manhã. 

Meu despertador tocou e eu levantei em um pulo, peguei meu telefone e fui até o banheiro, meu apartamento parecia mais claro, mais feliz, ou era impressão minha. Coloquei uma camiseta listrada, calça preta (novidade) e botas também pretas. Até arrumei meu cabelo e aparei a barba aquele dia, passei perfume e tudo. Sai do prédio e fui andando para o trabalho, passei na starbucks e comprei um café, no caminho eu tomei ele todo, então quando cheguei no restaurante já não estava com tanto sono devido a cafeina.

- Você está tão radiante que eu quase fico cega - Rena brincou quando me viu chegar, eu sorri para ela, então vi Arzaylea abrindo as cortinas - ela não está de bom humor.

Percebeu que eu a observava, estava tendo um dia ruim ou ainda estava magoada, os dois talvez. Eu me sentia um monstro quando lembrava o que havia feito com ela.

- Não se culpe - Rena parecia ler meus pensamentos as vezes, tínhamos uma grande amizade. As vezes eu até achava que tinha uma queda por ela, mas ai lembrava de Michael Clifford, não sabia se ele era um demônio ou um anjo. Não sei quanto tempo fiquei perdido em pensamentos, mas Arzaylea já não estava mais ali.

- Não queria me sentir culpado - disse, mas não havia mais ninguém no caixa, suspirei e fui para a cozinha, como era sábado estava lá apenas Rena, Arzaylea e Jack, nenhum garçom viria. Eu e Jack ficaríamos na cozinha, Arzaylea no caixa e Rena trabalharia como garçonete. 

Quando abrimos demorou para gente chegar, um casal e seus filhos, depois de um tempo chegou uma solteirona, mas quem eu esperava não foi aquele dia.

- Hoje tem aquela sessão de autógrafos na Peckham Library, pensou sobre ir? - Jack perguntou, sentado na bancada, sorrindo amarelo. Jack ficava mais bonito que eu em um chapéu de cozinheiro, ele era o preferido de Liz, isso eu sabia.

- Talvez, como sabe sobre Michael?

- Mamãe tem uma foto de vocês dois no guarda-roupa, ela fala sobre isso as vezes.

Eu sorri minimamente, Liz sempre foi tão boa, mas já meu pai, bem, não era correto diz que ele separou muke, eu estava muito atrasado naquela faculdade, Michael ocupava maior parte do meu tempo, isso foi bom para o nosso futuro. Contudo isso me fez ficar um pouco depressivo durante a faculdade, mas o que importava era que Michael estava na cidade e eu faria de tudo para tê-lo novamente. Isso parece tão bobo, quando o amor deixou de ser?

Passou-se o tempo, não tivemos muitos clientes aquele dia, então a tarde apenas Jack ficaria na cozinha, e eu? Eu iria ver Michael. Quando sai do restaurante estava o maior sol, eu amava dias de calor, ainda mais se eles fossem acompanhados de Michael. Isso foi mais meloso do que aquele chá que Michael pediu na noite anterior, como ele suportava tomar aquilo?

Tive que pegar um táxi para chegar a Peckham Library, ou como eu carinhosamente apelidei: livraria que tem uns cogumelos dentro. Não demorou muito, não posso mentir que não estava nervoso, eu estava. Avistei a livraria azul, com vidros coloridos, pedregulhos, ou o que lá que seja aquilo. Havia uma fila enorme de pessoas que atravessava a porta, todos eles foram ver Michael.

Ai eu percebi que eu estava pelado, não pelado sem roupas, eu havia feito a barba também, mas não era isso. Não o levei flores, nem chocolates, nem mesmo pensei em um pedido de desculpas decente. Mas não hesitei em entrar na fila.

Demorou um tempo, ao minimo meia hora, para conseguir pelo menos ver Mike de longe, mas ainda havia muita fila para andar. Percebi que a maioria das pessoas ali eram garotas ou homens mais velhos, fiquei curioso sobre o livro tão famoso que Michael escreveu. Então o tédio bateu, peguei meu IPhone e conectei com uma internet aberta que tinha por ali. A velocidade da internet era a mesma que a  fila andava, devagar, mas dava para o gasto. Pesquisei o nome do meu amor, Michael Clifford, no google, o nome do livro dele me surpreendeu um pouco. Noob?

Li uma resenha em um blog, aquela história me deixou com saudades dos dezenove anos, ele mudou os nomes e um pouco da história, mas éramos nós dois, muke.

Na mesa de Michael tinha vários livros com uma capa roxa, meio rosa, acho que com um fundo galáxia, escrito "NOOB". Ele me viu ali, e um sorriso brotou no seu rosto, aquilo fez meu dia valer a pena.

- Aquele homem ali não parece Lucas do livro? - escutei a garota atrás de mim sussurrar para a amiga, dei uma espiada atrás de mim, as duas pareciam ter quatorze anos e usavam camisetas da One Direction.

- É um gostoso do caralho - a outra respondeu - não percebe como nossas bocas se encaixam?

- Hétero, ew. A única boca que eu quero ver ele beijando é a do Michael, os dois parecem muito Lucas e Mike - simpatizei com a garota. 

Escutei conversas das duas para passar o tempo, apreciei a beleza de Michael e anotei alguns lembretes sobre o restaurante no bloco de notas do celular. Passei no mínimo três horas de pé naquela fila. Michael as vezes me olhava com certo desejo, confesso que gostava, eu queria contato, pele a pele.

Então eu era o próximo, estava nervoso. Ai eu lembrei que era Michael, não precisava me preocupar com aparências com ele por perto. Quando a garota saiu com seu livro autografado, eu suspirei e me sentei na cadeira frente a dele.

- Michael, você sabe que eu não sou bom com palavras - ele me olhava intensamente com aqueles olhos verde intensos - eu fiz merda com você, mas isso ajudou você a construir seu futuro e o meu também. Foi meio como uma lição para um adolescente rebelde que não levava os estudos a sério, me entende? Mas eu nunca esqueci você, nunca esqueci seu cheiro, seu sorriso. Nós dois mudamos e olhe só, eu quero muito atacar os seus lábios agora, porque eu ainda te amo, Michael Clifford.

Ele sorriu minimamente, meu coração estava acelerado, respiração falha, então ele pegou um livro da pilha e anotou alguma coisa, não demorou muito, então me entregou. Pensei que acabaria ali, mas ele contornou a mesa, agarrou meu pescoço com uma das mãos e me beijou na frente de todos, seu beijo não mudou, porém sua língua parecia mais grossa. Escutei os gritos, mas a hipinose de um beijo de amor os fez parecer como uma música, gritos de comemoração. Pareciam séculos, não me importaria de morrer ali mesmo sem ar, estava com Michael novamente. Com a intensidade do beijo eu levei minhas mãos a sua cintura, seu boné caiu e eu fiquei surdo.

Nos separamos e eu olhei em seus olhos, azul no verde, e é aqui que termina, com a linda paisagem de um mar turquesa em um dia ensolarado.

        

          

              

           

                     

                 

            

Luke,

Eu poderia dizer isso olhando para você, mas preferi escrever. Porque somos história, somos romance, um entre milhões deles espalhados pelo mundo, podemos ser personagens secundários em muitas dessas histórias, mas nas minhas histórias você sempre será o personagem principal.

Assinado: seu noob.

noob ♡ mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora