"A maldade que você me ensinou eu executarei, e será difícil, mas serei melhor que as instruções." - Willian Shakespeare.
Segredos, mentiras e dinheiro são as coisas que regem a humanidade, eles são os pilares para que as nações continuem em um cre...
“Pagamos um preço por tudo que temos ou tomamos no mundo, e embora valha a pena ter ambições, o preço delas não é pequeno.” - Lucille Maud Montgomery.
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“É uma pena que algumas agentes estejam na equipe só por causa do sobrenome do pai perfilador”. Esta era a frase que ficava repetindo e repetindo na mente de Leonora sem pausa. Ela sabia que Morris não era a primeira a pensar daquela forma e, infelizmente, tampouco seria a última.
É claro que a mulher sentia a raiva criar raízes obscuras no terreno vasto que era sua mente e coração, a angústia se acomodando sob sua pele e fazendo-a remoer diversas coisas que já não importavam mais. A vontade de rebater cada um dos pensamentos de Jill sobre si também estava presente, mas a agente já havia desestabilizado a equipe o suficiente para um único caso.
Bouveair havia passado dos limites quando estava na sala de Morris, e em resposta escutou o que não queria. Ela podia, talvez até mesmo devesse, ter respondido à altura, reafirmado sua necessidade e merecimento em estar na UAC, mas aquela discussão apenas atrasaria o caso e mais distante da identidade do assassino eles estariam.
O tempo sempre seria uma questão importante em qualquer um dos casos, e Leonora já havia perdido tempo demais naquele, mas isso não significava que existiria um momento mais apropriado para suas palavras que após uma prisão.
Uma prisão que no momento Leonora não estava trabalhando para ser efetuada mais rapidamente, visto que seus olhos continuavam concentrados em ler tabloides sensacionalistas em seu computador. Nunca houve dúvidas de que a imprensa adoraria um possível escândalo interno, ao menos não para Leonora.
Infelizmente o nome de Caleb Coulter já estava começando a surgir novamente, como sussurros no mundo on-line. Logo as pessoas recordariam que Caleb tinha uma filha, uma que desapareceu assim que a mãe foi assassinada.
Era de se surpreender a quantidade de tempo que Leonora teve para se manter afastada da sombra de seu pai, mas aquilo não duraria para sempre, tampouco agora com as pessoas farejando uma fofoca no ar.
Estava claro que Cal já sabia dos recentes acontecimentos; se por alguma informação de Rossi ou ocorrência do acaso, Leonora não sabia, mas a forma que seu pai havia lhe escrito “vamos conversar quando voltar para Washigton?” deixava bem claro o nível de conhecimento dele sobre a situação.
Mas a mulher não queria conversar sobre nada daquilo. Não com seu pai, não com Dave, com Emily, Jason e tampouco Hotch. Até mesmo James estava na lista de silêncio agora, não que ela achasse que ele soubesse dos acontecimentos recentes.
Ela não estava se sentindo uma pessoa verbal no momento, e por isso pretendia passar o resto da noite sentada naquela poltrona enquanto fuxicava os tabloides sensacionalistas. Ela ficaria ali, vendo a facilidade de ter uma carreira inteira desmantelada por uma associação de sobrenome.
