"A maldade que você me ensinou eu executarei, e será difícil, mas serei melhor que as instruções." - Willian Shakespeare.
Segredos, mentiras e dinheiro são as coisas que regem a humanidade, eles são os pilares para que as nações continuem em um cre...
"A tarefa do espião não é se esconder onde ninguém possa vê-lo, uma vez que ele mesmo não será capaz de enxergar coisa alguma. A tarefa de um espião é se esconder onde todo mundo possa vê-lo e onde ele possa ver tudo." - Viet Thanh Nguyen.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
2009, Cidade de Londres.
A melodia de um piado, as risadas e as conversas paralelas preenchiam o lugar quase tanto quanto o cheiro de fumaça e bebida pelo local.
Leonora não se importaria com os cheiros fortes ao seu redor, se isso não significasse o cheiro de whiskey, uma bebida que ela havia adquirido uma aversão muito significativa.
Fazia exatos um ano e três meses desde que ela havia tomado a última gota de whisky de sua vida, também fora a última vez que ela havia perdido o controle de sua mente e percepção.
— Aumento cinquenta mil. — Fala um dos jogadores na mesa de poker em que Nora estava. O homem joga um punhado de fichas para o Dealer, o homem responsável por embaralhar e distribuir as cartas para todos os jogadores da mesa.
O homem de aparência parruda e pele clara foca seus olhos na morena de vermelho, buscando qualquer sinal de medo ou receio referente ao jogo.
Nora não estava preocupada, ele sabia como ganhar aquele jogo, por este motivo ela sorri ladina e brinca com as fichas em sua mão, antes de se inclinar para frente e se aproximar do homem ali, vendo-o passar a mão pelo cavanhaque preenchido por pelo louros.
— Sabe... no poker a gente não joga apenas um jogo... — Bouveair sussurra em um tom convidativo para o homem, percebendo o olhar dele descer para o vestido vermelho que modelava seu corpo.
— Não jogamos? — O questionamento surge cheio de interesse.
Leonora emite um som baixinho de negativa, fazendo também um movimento suave com a cabeça, um que o homem ali imita sem nem ao menos perceber tal feito.
— A gente joga com pessoas. — Ela informa sem tirar seus olhos castanhos dos azuis e frios do homem em sua frente. — Os bons jogadores percebem tudo..., linguagem corporal, a fala, os olhos... treinamos nosso cérebro para isso.
Surge um sorriso galanteador nos lábios do mais velho, este que estiga sua mão apenas o suficiente para que seus dedos encostem levemente nos de Leonora.
Por um momento fugaz o corpo da agente se tensiona, seus olhos passam por todo aquele local, analisando tudo que poderia vir a acontecer no futuro.
— E o que percebeu sobre mim, querida? — A pergunta entrega uma brecha para que Bouveair passe seus olhos de forma descarada pelo loiro, desde seus sapatos caros e lustrosos, até o início de uma tatuagem escura no pescoço do homem, uma que era escondida pelo smoking escuro e sob medida.
O homem tinha dinheiro, isso estava claro, mas pelo suor que estava reunido em sua testa, as ligações que recebia de dez em dez minutos, e as unhas comidas em suas mãos, estava que ele estava com problemas sérios relacionados a apostas e dinheiro.