Capítulo 20

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Na manhã seguinte, Sadie acordou com o som da chuva batendo nas janelas. Uma luz suave filtrava-se pelas cortinas, lançando um brilho suave pelo quarto. Ela se virou, esperando encontrar Jason ainda dormindo ao seu lado, mas a cama estava vazia. Os lençóis estavam frios onde ele estivera, e por um momento, um lampejo de preocupação passou por ela.

Então ela ouviu um leve tilintar de metal vindo da cozinha.

Saindo da cama, ela pegou um dos moletons de Jason pendurados sobre uma cadeira e o vestiu, o tecido quente e reconfortante contra sua pele. Enquanto ela caminhava pelo corredor, seus pés descalços mal faziam barulho contra o piso frio de madeira. A visão que a saudou a fez parar na porta.

Jason estava de pé no fogão, sem camisa, de costas largas para ela enquanto virava panquecas em uma panela. A suave luz da manhã acentuava as cicatrizes que cruzavam sua pele como um mapa rodoviário de sua vida.

Ele deve ter sentido a presença dela, porque olhou por cima do ombro, pegando-a na porta. Um sorriso lento puxou o canto da boca dele. "Bom dia."

"Bom dia", ela respondeu, sua voz ainda grossa de sono. "Eu não esperava acordar com panquecas."

Jason deu de ombros, voltando-se para a panela. "Achei que eu devia algo a você depois da noite passada." Seu tom era casual, mas havia uma pitada de autoconsciência nele. A festa tinha sido difícil para ele, mas não tinha sido tão ruim quanto qualquer um deles temia.

Sadie se aproximou e deslizou os braços em volta da cintura dele por trás, descansando a bochecha contra suas costas cicatrizadas. O calor dele penetrou nela, a batida constante do coração dele a aterrando. "Você não me deve nada, Jason."

Ele não disse nada por um momento, apenas deixou o silêncio pairar entre eles enquanto virava outra panqueca na pilha crescente. Mas ela podia sentir a tensão em seu corpo, a maneira como ele se mantinha um pouco rígido demais, como se estivesse se preparando para algo.

Sadie apertou os braços em volta da cintura de Jason, tentando aliviar um pouco da tensão que sentia nele. "Ei", ela sussurrou, sua voz suave, "está tudo bem."

Jason suspirou, o som quase inaudível acima da chuva batendo nas janelas. Ele abaixou a espátula e desligou o fogão, deixando a última panqueca na panela.

Lentamente, ele se virou nos braços dela até que ficaram cara a cara. Seus olhos, geralmente tão cautelosos, continham uma mistura de emoções — gratidão, vulnerabilidade e uma tristeza persistente.

"O que ele disse ontem..." Jason começou, sua voz áspera, quase um sussurro. Ele respirou fundo, as palavras ficaram presas na garganta. "Ele parecia... naquela época. Quando ele era meu pai."

Sadie sentiu o coração apertar diante da aspereza na voz dele.

"Talvez ele ainda esteja, Jason", ela sugeriu gentilmente, procurando nos olhos dele qualquer sinal de que suas palavras estavam chegando até ele.

Jason soltou um suspiro de raiva, sua mandíbula cerrada. "O filho dele morreu. E nós brigamos antes que isso acontecesse. Ele parou de gostar de mim muito antes de eu fugir."

Os pássaros canoros continuam cantando (eu te amo, eu te amo, eu te amo)Onde histórias criam vida. Descubra agora