Capítulo 31

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Jason estava do lado de fora da mansão, o frio cortando sua pele. Ele o recebeu bem, no entanto — qualquer coisa para aliviar a tensão que ainda o atormentava. O jantar tinha sido um desastre, como ele sabia que seria, mas ele apareceu mesmo assim. Enquanto caminhava em direção ao portão, com as mãos enfiadas nos bolsos, ele não conseguiu deixar de se arrepender de não ter trazido sua bicicleta.

Torta sobre a bicicleta. Parecia uma escolha inteligente na época, mas agora ele se arrependia. O ônibus levaria mais tempo, e o frio era implacável. E talvez, se ele tivesse trazido a bicicleta, ele poderia ter fugido antes que o interrogatório de Bruce começasse.

A caminhada até o ponto de ônibus se estendia à sua frente, sem fim. Cada rajada de vento parecia uma punição, picando seu rosto e cortando sua jaqueta. Jason odiava sentir frio. Ele tentou enfiar as mãos mais fundo nos bolsos. Sua respiração ficou turva no ar da noite, e ele tentou se concentrar nisso — algo simples, rítmico, para abafar o barulho de todo o resto. Mas não funcionou. As vozes do jantar ainda ecoavam em sua cabeça: as perguntas de Bruce, a tensão pesada na sala, o peso dos olhos sobre ele quando ele se levantou para sair.

Quando ele caiu no banco do ponto de ônibus, a exaustão já estava bem no fundo dos seus ossos. Suas mãos estavam praticamente dormentes, e o ônibus não conseguia passar rápido o suficiente. Ele caiu, apertando mais o casaco em volta de si, mas o frio no peito não tinha nada a ver com o frio lá fora. Ele tinha aparecido. Ele tinha tentado. E tinha sido exatamente como ele sabia que seria.

O ônibus chegou, suas portas sibilando ao abrir, e Jason subiu, encontrando um assento perto do fundo. A cidade passou por ele através da janela, raios de luz na escuridão. O zumbido do motor era constante, um zumbido baixo e constante abaixo dele, mas não fez muito para aliviar o aperto em seu peito. Tinha sido um erro, tudo isso.

Ele trocou de ônibus no meio do caminho, a rota o levou pelas bordas do Crime Alley. Ele manteve a cabeça baixa, as ruas familiares passando por ele, mas era impossível se livrar das memórias. Mesmo agora, o lugar parecia ter garras nele, puxando algo bem fundo. Ele cerrou os punhos nos bolsos, olhando para frente, contando os minutos até sua parada.

Finalmente, quando ele desceu do segundo ônibus, seu apartamento não estava longe. O vento estava brutal agora, e cada passo parecia mais pesado que o anterior. Seu corpo doía de frio e ele ansiava por um longo banho quente. Quando ele finalmente chegou à sua porta, ele a abriu, o calor lá dentro o saudando como uma memória distante. Ele fechou a porta atrás de si, encostando-se nela por um segundo, deixando o silêncio se instalar ao seu redor.

Antes que ele pudesse tirar o casaco, seu telefone vibrou no bolso. Ele o pescou, olhando para a tela. Sadie.

Um sorriso cansado surgiu em seus lábios, seu polegar roçou o nome dela antes de responder.

Um sorriso cansado surgiu em seus lábios quando ele respondeu. “Ei,” ele disse, sua voz mais áspera do que o normal.

“Ei, Jay,” a voz de Sadie era suave, quente, o som envolvendo-o como um cobertor. “Eu não te acordei, acordei?”

Os pássaros canoros continuam cantando (eu te amo, eu te amo, eu te amo)Onde histórias criam vida. Descubra agora