Jason afundou mais fundo no sofá de couro gasto, os olhos preguiçosamente seguindo a última catástrofe que se desenrolava no Shark Tank. Um empreendedor nervoso gaguejou um discurso para algum tipo de esteira para cães de alta tecnologia, suas mãos tremendo enquanto ele se atrapalhava com um controle remoto. Os rostos dos tubarões eram uma mistura de diversão e descrença mal disfarçada.
Jason soltou um suspiro lento, sua mão descansando levemente na cabeça do gato Alfred, que estava esparramado em seu colo, ronronando ritmicamente.
A luz quente da tarde filtrando-se pelas janelas da toca. Seu lado ainda doía da infecção que o havia tirado de ação, mas não era só a dor que o mantinha ancorado no sofá. Havia algo reconfortante na monotonia silenciosa da TV, no entendimento fácil e tácito entre ele e o gato — apenas existir.
A porta rangeu ao abrir, e Jason não precisou olhar para cima para saber quem era. Dick sempre entrava em uma sala como se fosse o dono dela.
"Tubarões, hein?" A voz de Dick estava brilhante com um sorriso, e Jason podia ouvir o sorriso sem nem olhar em sua direção. "Esse é um dos seus planos para ficar rico rápido, Jaybird?"
Jason resmungou, seus olhos ainda semicerrados na tela. "Se eu estivesse procurando por conselhos sobre como perder dinheiro, eu perguntaria a você, Grayson."
"Ei, eu sou um investidor estável", Dick retrucou, entrando mais na sala e se jogando no canto oposto do sofá. Ele estendeu a mão, dando uma coçada casual atrás das orelhas de Alfred. "Não posso dizer o mesmo de quem achou que isso era uma boa ideia." Ele acenou com a cabeça em direção à tela, onde o empreendedor agora estava suando balas sob o escrutínio brutal dos tubarões.
"Esteiras para cães, cara", Jason disse, impassível. "O futuro é brilhante."
"Sério?" A voz de Stephanie soou enquanto ela entrava rapidamente atrás de Dick, agarrando o encosto do sofá para se apoiar. "O que vem depois, um Peloton de hamster?"
"Não lhes dê ideias", Jason murmurou, embora o canto de sua boca se contraísse para cima.
Stephanie pulou sobre o braço da cadeira e se acomodou no sofá ao lado de Jason, jogando as pernas para cima. Ela lançou um olhar furtivo para Alfred, que piscou preguiçosamente, mas não se moveu do colo de Jason.
"Ah, Alfredo reivindicou você, hein?" ela provocou, roçando levemente o ombro de Jason com o seu. "Acho que isso faz de você o trono dele agora."
Jason olhou para o gato, o peso de seu pelo quente e firme contra seu estômago. "Não é uma troca ruim. Pelo menos ele não responde."
"Trate meu gato com respeito, Todd," a voz de Damian cortou bruscamente quando ele entrou, o mais novo deles com aquele sorriso típico de Damian, embora seus olhos fossem mais suaves do que suas palavras sugeriam. Ele deu um breve aceno para Jason antes de se sentar de pernas cruzadas no chão perto da TV, de frente para o sofá como se fosse um encontro de mentes. "Se eu quisesse bobagens sem sentido, teria ficado na Academia Gotham."
"Você diz isso, mas veio aqui por vontade própria", Jason apontou, finalmente tirando o olhar da tela para olhar para Damian. "Qual é o problema, não conseguiu lidar com o mundo fascinante do cálculo?"
"Tt." O lábio de Damian se contraiu, mas Jason sabia muito bem que o garoto estava abandonando o dever de casa naquele momento.
Jason recostou-se no couro gasto, olhos na tela, mas ouvidos atentos ao barulho crescente ao redor dele. Dick, Damian e Stephanie, a todo vapor, ricocheteavam um no outro em um ritmo familiar que enchia a sala. Ele não sentiu necessidade de intervir — era mais fácil apenas deixar suas vozes o envolverem.
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Os pássaros canoros continuam cantando (eu te amo, eu te amo, eu te amo)
FanfictionJason pensou por um momento antes de responder. "Normal é superestimado. Além disso, quem precisa de normal quando você tem um capacete e uma reputação de fodão?" Sadie riu, balançando a cabeça. "Ponto justo. Mas ainda assim, deve ser difícil às vez...