Capítulo 24

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Jason acordou com o brilho suave da luz do entardecer deslizando através das cortinas pesadas. Por um momento, tudo pareceu estranho, o peso do quarto pressionando-o de uma forma que era muito familiar, mas inquietante. Seu cérebro lutou para puxá-lo completamente para acordá-lo. A cama, o painel de madeira escura, o tique-taque distante de um relógio — tudo parecia estranho e fora do lugar, como se ele tivesse acordado na vida de outra pessoa.

Mas então, fez sentido. A mansão.

Ele suspirou, revirando os ombros enquanto a névoa do sono começava a se dissipar. Certo. Depois do telefonema com Sadie, ele tinha voltado para cá. A conversa o deixou estranho — feliz em ouvir a voz dela, mas desequilibrado com a presença silenciosa de Bruce no quarto. Ele voltou para este quarto depois, buscando uma fuga. Foi o maior tempo que ele ficou sozinho com Bruce desde antes de Jason morrer.

Esticando-se sob as cobertas, consciente de seu ferimento — o corte em seu lado que o trouxe até ali — ele piscou e deixou as memórias do dia se acomodarem de volta no lugar. Ele havia retornado ao quarto — um na ala da família, não o antigo — e caiu na cama, esperando clarear a cabeça.

Um farfalhar suave no pé da cama chamou sua atenção. Ele olhou para baixo e viu Titus, o Dogue Alemão de Damian, enrolado a seus pés. O cachorro deve ter entrado um pouco depois que Jason adormeceu.

Jason sorriu. Titus geralmente era tão grudado em Damian, mas agora ele estava ali, esparramado ao lado dele como se estivesse fazendo isso há anos.

Jason se mexeu, apoiando-se em um cotovelo enquanto estendia a mão para coçar Titus atrás das orelhas. A cabeça enorme do cachorro cutucou sua mão, inclinando-se ao toque com um grunhido suave e satisfeito.

"Acho que você não se importa que eu esteja aqui, hein?" Jason murmurou, sua voz rouca de sono.

Titus respondeu descansando a cabeça na perna de Jason, seus olhos escuros o observando, calmos e firmes. Jason suspirou, sentindo um pouco da tensão deixar seu corpo.

Titus era um gigante gentil, um que Jason conhecia apenas das caminhadas que fazia com Damian, e ainda assim, ali estava ele, buscando a companhia de Jason. Talvez Titus entendesse algo que Jason não conseguia expressar — ​​que estar ali, nesta sala, nesta casa, era mais difícil do que ele queria admitir.

Depois de um tempo passando os dedos silenciosamente pelo pelo de Titus, Jason ouviu a batida suave e familiar na porta. O som era gentil, mas inconfundível, um gesto sutil de respeito pela privacidade que Jason sempre apreciou. A porta rangeu ao abrir, e Alfred entrou, impecavelmente vestido em seu terno preto de sempre, carregando uma bandeja com a precisão que só ele conseguia.

A visão de Alfred, tão calmo e firme, trouxe consigo uma estranha mistura de nostalgia e uma profunda apreciação que Jason nunca conseguiu expressar em palavras.

Não importa o quanto Jason tenha se afastado, Alfred sempre foi uma constante — um elo com algo familiar, algo seguro.

Os pássaros canoros continuam cantando (eu te amo, eu te amo, eu te amo)Onde histórias criam vida. Descubra agora