Capítulo 3

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Resumo:
Aquele em que alguém empresta um livro ao Capuz Vermelho.

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O sol estava baixo no céu, lançando longas sombras sobre Gotham enquanto Jason navegava pela cidade. O ar da noite tinha um toque frio, uma mudança bem-vinda do calor sufocante das últimas semanas. A patrulha de rotina de Jason o levou por ruas e becos familiares, sua mente vagando de volta para a cafeteria e a facilidade inesperada de suas conversas com Sadie.

Seu caminho o levou aos arredores de um parque, um lugar que ele raramente visitava, mas conhecia bem o suficiente. Era mais silencioso aqui, o barulho habitual da cidade substituído pelo farfalhar das folhas e o ocasional chilrear distante de um pássaro. Ele parou em um telhado baixo com vista para o parque, aproveitando um momento para aproveitar a paz relativa.

Um barulho fraco, mas familiar, chamou sua atenção: os acordes abafados de uma banda de jazz tocando em algum lugar do parque. Jason olhou para baixo, avistando uma pequena multidão reunida perto da fonte, onde uma banda local estava se apresentando. O sol poente pintava tudo em tons quentes, criando um contraste sereno com a escuridão usual da cidade.

Ele debateu se deveria continuar sua patrulha ou investigar a música. A curiosidade venceu, e ele desceu silenciosamente para o parque, ainda permanecendo nas quadras externas, sem conseguir se misturar como Red Hood.

A melodia da banda era suave, muito diferente das sirenes e gritos que frequentemente marcavam suas noites.

Jason se encostou em uma árvore, observando a cena se desenrolar. As pessoas dançavam, riam e curtiam a música. Ele esqueceu que Gotham também tinha esse lado.

Por um momento, ele sentiu uma pontada de desejo por uma vida mais simples, uma onde ele pudesse ser apenas mais um rosto na multidão, sem o peso da vida noturna pesando sobre ele.

Enquanto a banda fazia uma pequena pausa, ele notou Sadie andando pelo parque, sua mochila pendurada casualmente em um ombro. Ela parecia estar de bom humor, seus olhos examinando a área com uma mistura de excitação e contentamento. Jason hesitou, mas sendo o idiota que era, decidiu se aproximar dela, esperando por uma chance de alcançá-la.

"Ei, Sadie", ele gritou enquanto se aproximava, tomando cuidado para manter o tom casual.
Sadie se virou, seu rosto se iluminando em reconhecimento. "Oh, ei! Eu não esperava ver você aqui."

"É, eu também não", Jason respondeu com um leve sorriso, que ela não conseguia ver por baixo do capacete, mas talvez ela tenha ouvido na voz dele. "Pensei em dar uma olhada na música. Parece uma boa mudança de ritmo."
"É", Sadie concordou. "Eu amo isso aqui. O parque é um dos meus lugares favoritos e a banda de hoje à noite é muito boa."

Jason assentiu, absorvendo a atmosfera animada. "É legal. Me lembra um pouco de... bem, algo que eu tinha esquecido que perdi."
Sadie olhou para ele curiosamente. "Algo que você perdeu?"

Jason hesitou, um olhar distante em seus olhos. "É, como quando eu era criança. Antes de tudo ficar... complicado. Costumava haver momentos como esse, apenas aproveitando a cidade e fazendo coisas normais." Até onde viver com um bilionário que o escolheu na rua era normal.

A expressão de Sadie se suavizou. "Parece uma boa lembrança."

Jason assentiu, um leve sorriso tocando seus lábios. "É, é. É fácil esquecê-los com todo o resto acontecendo."

Sadie assentiu, compreensão em seus olhos. "Eu entendo. A vida pode ser bem esmagadora às vezes."

Eles continuaram a assistir à banda, a música preenchendo as lacunas na conversa. Sadie parecia relaxada e contente, e Jason se viu aproveitando a companhia fácil. Ele estava ciente de quão raros esses momentos eram para ele, e não queria deixá-los escapar.

Os pássaros canoros continuam cantando (eu te amo, eu te amo, eu te amo)Onde histórias criam vida. Descubra agora