Pela manhã, fui acordada pela Maria que tocou a campainha até que eu abrisse a porta.
-Minha querida,você está bem? - segurava um jornal - saiu algo sobre você no jornal,não pude acreditar quando a Elen me mostrou. - acariciava meu rosto com sua mão livre.
-Eu estou bem,do que a senhora está falando? - eu havia descido as escadas as pressas,sentia que minha alma estava fazendo dawlod. Tirei sua mão gentilmente do meu rosto e segurei o jornal. As poucas palavras que li,foram o suficiente pra me fazerem contrair a mandíbula e procurar o chão que havia sumiu debaixo dos meus pés. - mas não tem nenhuma verdade aqui - minha voz falhou de imediato.
-Essa empresa é complicada, querida,os funcionários que saem de lá sempre acabam sendo difamados no jornal da cidade. Temo muito pela minha Elen.
-Eu não roubei nada e muito menos arranquei minha filha do ventre. Que absurdo. - o jornal dançava em minhas mãos enquanto eu o apertava com todo força que tinha.
-O que está acontecendo aqui? - o Rafael desceu as escadas apressadamente,provavelmente gracas a minha voz alterada.
-A Elen trouxe este jornal hoje,vim ver como a Anne estava, não imaginei que ela não estava ciente.
Ele pegou o jornal das minhas mãos e antes que acabasse de ler eu já estava em lágrimas.
-Meu Deus,quanta crueldade. - era notória a perplexidade q sentiu em seus olhos.
-Eles são monstros, Rafael,não acredito que envolverem minha filha nessa bagunça. - me joguei em seus braços,assim que voltei a sentir meus pés com contato com o chão daquela enorme sala.
- Eu sei,eu sei.. - sentia sua camiseta branca,molhada graças as minhas lágrimas,mas não conseguia solta-los de meus braços.
-Como será que descobriram tanto sobre você? - seu queixo estava encostado em minha cabeça e suas mãos me apertavam como se assim pudesse me proteger de tudo aquilo.
-Espera,então é verdade? -Maria pôs a mão na boca, tentando esconder sua surpresa.
-Sinto muito você saber dos momentos mais difíceis da vida da Annelise dessa forma,mas o que diz no jornal não é verdade, Ana não morreu de um aborto induzido.
-Acho melhor conversarmosuma outra hora. - antes de ir apertou levemente minha mão que ainda estava geudada no Rafael.
Ele pediu que eu me sentasse pois iria fazer um chá.
-Não quero chá, Rafael,quero a verdade. Eu perdi a minha Ana,eu não a matei. - enxuguei algumas lágrimas e continuei - meu nome e minha foto estão em um jornal pra quem quiser dessa cidade ver.
-Eu sei,e sinto muito por isso. Nós vamos provar que tudo não passa de mentiras. Vamos desmascarar cada um deles. - eu afirmava com a cabeça em cada palavra que ele dizia.
-Vou mostrar para eles que não saí de um casulo para ir para a prisão. - respirei fundo.
-É assim que se fala - seu leve sorriso me trouxe calmaria.
-Irei ligar para a Lorena e perguntar se ela pode nos ajudar.
-Vou verificar o email novamente.
Subi até o quarto em busca do meu celular ao voltar de lá acho a reação do Rafael bem estranha,seu olhos estavam vidrados para tela do computador.
-O que aconteceu,Rafael? Você está pálido...
-Foi ela - murmurou baixinho.
-O que está falando?
-Foi a Elen que pôs o aparelho na sua bolsa. - me aproximei para ver o vídeo e lá estava o que nem mesmo eu acreditava.
-Vaca! - minha pulsação estava explodindo - Ela é maluca? - ele permaneceu em silêncio por alguns segundos até se levantar as pressas e sair, imaginei qual seria o seu destino e o seguir até a casa da Maria.
-Elen ! - gritou assim que chegou em frente a porta - eu sei que está aí. - Ele apertava sem parar a campainha.
-O que está acontecendo? - Maria abriu a porta confusa.
-Eu quero falar com a Elen, Maria. - no mesmo instante ela se aproximou.
-Que gritaria é essa,Rafa?
-Eu sei que foi você,como pôde? - ele ignorava a senhora que estava bem a sua frente,entre ele e a Elen.
-Rafael, a Maria - segurei sua mão forte e ele olhou pra Maria. Ao ver o quanto ela estava assustada,voltou a falar com a Elen depois de respirar fundo buscando calma.
-É em nome da nossa amizade que vim te avisar que não irei te poupar,não importa o tempo da nossa amizade,não deixarei alguém inocente ir pra cadeia por sua causa. - falava mais calmo,mesmo eu sentido o peso da sua respiraçãoe o tremor das suas mãos.
-Do que está falando,Rafael? - sua mãe questionou nervosa.
-Eu lamento por sua filha ter se tornado esse tipo de pessoa,Maria.
-Esse tipo de pessoa? É assim que você fala de mim? Todo esse desespero por alguém que mal conhece? Você não sabe o que ela fez antes de te conhecer, enquanto nós dois somos amigos há anos,Rafael.
-Mais de uma década de amizade e você chegou a acreditar que eu iria encobrir seu crime e deixá-la ir pra cadeia,todos esses anos e você não conhece meu caráter,Elen?
-Era ela ou eu,você sabe como é difícil ter um bom emprego,eu não podia perdê-lo por alguém que não conheço. Era a minha vida que estava em jogo.
-Não era apenas a sua vida,mas você nem mesmo chegou a pensar nisso. - ele olhava dentro de seus olhos.
-Rafael, vende a droga dessa casa e acaba com esse pesadelo. - disse calma.
-Eu jamais aceitarei isso - falei sem esperar a resposta dele - vou provar minha inocência,Elen,e espero que você no final de tudo isso ainda tenha uma chance para recomeçar. Você está em areia movediça e foi escolha sua pisar nela. - voltei pra casa sem olhar para trás,me doia ouvir o choro da Maria. Ela estava confusa,mas pela situação sabia que não era uma simples conversa entre amigos que podia resolver o problema.
Assim que sentei no sofá em frente ao computador passei a rever o vídeo,segundos depois o Rafael recebeu um novo email. Era da funcionária,deixando minha etica de lado abri. Meus olhos se arregararam quando vi vários vídeos e corri até a porta para chamar o Rafael. Ao chamar seu nome vi que ele estava abraçando a Maria e a Elen já não estava mais lá.
Maria ao me ver desviou o olhar e o Rafael se despediu dela e veio até mim.
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Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)
RomanceApós decidir se reerguer,o primeiro passo de Annelise foi mudar de cidade,o segundo tentar não viver presa ao seu passado e a suas cicatrizes,o terceiro...bem,uma coisa de cada vez. Passos curtos e lentos também são passos importantes. Rafael não e...