Após uma hora de viagem,fui acordada por Rafael.
- Falei para conversarmos,e assim eu não dormiria - disse recuperando os sentidos.
-Você dormiu e me deixou falando sozinho. Vem,chegamos
-Impossível,eu estava atenta a conversa - desci do carro - tenho certeza que você se calou e me deixou dormir.
-Me calei quando te vi babando.
-Eu não babo dormin -- Olá, meu lindo! Até que enfim apareceu,essa velha estava morrendo de saudades - fui interrompida por uma senhora baixinha de cabelos grisalhos de aparência gentil,aparentemente tinha sessenta anos,não sei ao certo.
- Olá, Maria - a abraça enquanto observo tudo encostada no carro.
-Como você está? Nossa, como está magrinho...abatido - apertou seu rosto com as mãos. - Vamos para minha casa,vou te alimentar - segurou sua mão como uma mãe segura a de uma criança - espera - percebeu que ele não estava sozinho - é ela?
-Maria,essa é a Annelise, e Annelise,essa é a sra. Maria,eu a considero como uma vó. - Seu sorriso era largo e seus olhos brilhavam quando falou da senhora.
-Prazer - me aproximei envergonhada para cumprimenta-la com um aperto de mão, e fui pega de surpresa por um abraço quente.
- O prazer é todo meu. Nossa que moça bonita. - olhou para o Rafael que já estava sem jeito.
-Obrigada - lancei um olhar de socorro a ele que entendeu recado.
-Maria,vou levar a Annelise até minha casa,prometo que voltaremos rápido.
-É claro, vou preparar algo para vocês comerem, o que fazem que não tem tempo de se alimentarem? - comentou entrando apressada para casa. Eu a observava entrar,quando Rafael tocou em meu ombro e fez sinal para a casa onde iriamos.
Suas casas são separadas apenas por alguns pequenos arbustos. Ao contrário do que acreditei, a casa não era pequena,nem simples. Tem uma cor acinzentada, com várias janelas de vidro e de bela arquitetura. Onde eu estava com a cabeça quando topei essa loucura?-Entra,vou te mostrar os cômodos.
-Você esqueceu de me contar ou não achou importante frisar que a casa tem no mínimo doze cômodos? - tentei não mostrar meu desespero.
-Isso não era importante para ser citado e se bem me lembro você não perguntou. - deu de ombros.
-Eu no mínimo precisaria trabalhar um ano para conseguir o dinheiro de dois meses de aluguel desse lugar,Rafael.
Ainda bem que não insisti em pagar. - brinquei.-Mas você insistiu sim. - fingiu não notar a brincadeira.
-Esquece isso, tá!? - sorri e ele também.
-Fique a vontade,vou buscar suas coisas no carro.
-Foi realmente uma boa ideia ? - me peguei insegura novamente e ele escutou ao voltar com as malas.
-Você não precisa ter dúvidas disso e antes que pense em ir embora saiba que não tem essa opção, pois não vou te levar de volta - fui em sua direção para ajudá-lo - Vai ser legal você morar aqui, a casa é aconchegante e a vizinha é maravilhosa - sorriu - por falar em vizinha, vamos nessa ou ela vai chegar aqui com tudo que temos direito. - colocou minhas malas no canto da sala e fez sinal para acompanha-lo.
...-Como pode passar tantos meses sem vir aqui? - Maria iniciou a conversa apenas quando já estavamos sentados à mesa.
-A vida está corrida,esses últimos dias tenho tido muito trabalho. Sinto muito.
-Sei...e sua vó? - depositou um pedaço de bolo em seu prato.
-Infelizmente na mesma,não tem muito o que fazer,mas estou dando todo conforto possível a ela,e irei permanecer assim até seu último suspiro.
-Sinto muitas saudades da minha amiga - comentou pensativa.
-Tenho certeza que ela sente o mesmo,Maria. - segurou sua mão e ela assentiu com carinho.
-Me conta - recebi um leve sorriso e ela olhou para o Rafael - como a conheceu ? - Arregalei os olhos no mesmo instante. O rumo da conversa mudou inesperadamente.
-Na faculdade - tomou um pouco de suco.
-Quantos anos tem, querida?
-Dezoito anos.
-Pensei que tinha a mesma idade que o Rafael - a senhora não tirava os olhos de mim, o que por pouco não me fez sair correndo.
-É o que muitos pensam. - levei o copo com suco até a boca e sorri fraco.
-A quanto tempo estão juntos? - senti o líquido descer com muita dificuldade pela garganta e dei algumas torcidas, o Rafael sorrindo me entregou um guardanapo.
-Desculpa ser tão direta,mas é que eu estava perdendo as esperanças,pensei que morreria e não veria o Rafa namorando. - meu olhar de espanto encontra o sorriso do Rafael.
-Assim você vai assustá-la.
-Sinto muito meu bem!
-Tudo bem - como desejei correr dali.
-Como disse por telefone na noite passada, ela vai morar na casa.
-Será ótimo tê-la como vizinha. E ela morará nesta enorme casa sozinha? Pobre criança,morrerá de solidão! - Recebo leves batidinhas na mão.
-Não exagera,Maria,ela tem você e virei com mais frequência para visitar. - ele vem?
-Não acredite no que ele diz, são essas mesmas palavras que diz sempre que vai embora. E adivinha só,ele mal vem me ver.
-Não é bem assim, você tem a Elen e sempre que posso estou aqui.
-Elen não sabe o que é viver em casa. Meu bem - segurou carinhosamente meu braço- não seja boba para acreditar no que ele diz. Se bem conheço esse moço,passará meses sem pôr os pés nessa cidade.
-Não se preocupe,temos um trato - menti. Mas porque menti? E quem é Elen!?. Não tinhamos nenhum trato mas ele não seria louco de me abandonar ali sozinha... pelo menos era no que eu acreditava.
Olá amados e amadas,espero que gostem da continuação do livro Segredos de uma borboleta! Comentem o que acharam do primeiro capítulo 🥰 e não esqueçam de deixar seu voto❤️
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Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)
عاطفيةApós decidir se reerguer,o primeiro passo de Annelise foi mudar de cidade,o segundo tentar não viver presa ao seu passado e a suas cicatrizes,o terceiro...bem,uma coisa de cada vez. Passos curtos e lentos também são passos importantes. Rafael não e...