Capítulo 18

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Me encontrei com a Lorena durante a noite,ou eu estava paranóica ou "alguém" estava observando a casa, deduzi que fosse algum jornalista. Imaginei que descobriram onde morava afinal a cidade era pequena,não seria tão difícil encontrar alguém que saiu nos jornais locais poucos dias atrás. Quando a noite chegou pus uma roupa escura esperando que isso me ajudasse de alguma forma.
-Irei com você.
-Não precisa,eu consigo. - falei indo em direção a porta.
-Eu não duvido disso,mas não te deixarei ir sozinha. - sabia que seria perda de tempo tentar convencê-lo do contrário.
Nosso ponto de encontro era na praça,como da última vez. Assim que cheguei a avistei pisquei o farol do carro para que me visse também.
-Alguém te seguiu? - perguntei quando se sentou no banco de trás do carro.
-Com certeza não. - fala orgulhosa.
-Ok. Tenho os vídeos e como combinado terá que usar sua criatividade para explicar de onde veio.
-Essa é a parte fácil.
-Não sabia que existia uma. - fiz uma leve careta.
-Conseguir convencer algum funcionário a me dar entrevista é o maior problema. Tem certeza que a pessoa que cedeu os vídeos não toparia?
-Ela não quer se envolver mais.
-Posso tentar convencê-la uma última vez - Rafael entrou na conversa.
-Rafael,você mesmo disse que as coisas não seriam fáceis pra ela.
-Eu consigo uma solução para o que ela mais teme e ela nos ajuda nessa.
-O que tem em mente? - Lorena questionou curiosa.
-A possível solução desse seu problema.
-Aqui está - lhe entreguei o pendrive com todas as peovas que tínhamos.
-Estou com sangue nos olhos - comentou animada,enquanto eu e o Rafael a olhavamos pasmos.
-O que quer dizercom isso? - perguntei.
-Vocês não sabem o quanto desejei jogar a corrupção da Nord no ventilador. Te conheci no momento certo. - seus olhos brilhavam.
-Vai com calma,precisa ter cuidado.-Tentei amenizar sua euforia.
-Não se preocupe - apertou de leve meu ombro sem deixar o brilho dos seus olhos apagarem.
- Falo sério, essa gente é perigosa,Lorena.
-Essa certeza eu tenho. Espero que um dia seja o suficiente para você convencer a funcionária,pois é o tempo que posso te dar,deixarei tudo organizado e aguardarei sua confirmação.
-Um dia? - nos dois falamaos ao mesmo tempo.
-Um dia - saiu do carro - A bomba está nos últimos segundos. - disse da janela.
-Meu Deus, será que fiz a coisa certa? - me perguntei em voz alta assim que ela foi embora.
-Você garante que ela é normal?
-Agora não mais.
...
O Rafael estacionou e assim que sai do carro,um homem surgiu bem na minha frente, tomei um baita susto dando um passo para trás.
-Como se sente sendo acusada de roubo pela empresa Nord? Poderia me dar uma entrevista? Ele é seu esposo,pai do bebê que abortou? - segurava algum tipo de gravador de voz.
-É meio noite,você está em minha porta parecendo um maluco,porque não me pergunta sobre como me sinto em relação a isso? - me esforcei para manter a calma depois de respirar fundo.
-Eu estou apenas fazendo o meu trabalho. - baixou o gravador aos poucos.
-Então o faça corretamente. Procure entrevistar os verdadeiros culpados. Com licença. - O homem ficou boquiaberto enquanto o Rafael segurava minha mão e fomos para dentro.
-Que pesadelo,meu Deus - me joguei no sofá da sala.
-Calma,vamos sair dessa juntos - sentou ao meu lado no sofá com leve sorrisono rosto. Trocamos olhares por alguns segundos e sem pensar duas vezes o abracei o mais forte que consegui,o susto que levou provou que nao esperavapor aquilo. - Está tudo bem ? - Afirmei com a cabeça ainda em seu ombro e minhas maos grudadas em suas costas largas.
-Me deixa ficar assim um pouco. - pedi fechando os olhos e me entregando aquele momento.
-Sabe que podemos conversar sobre tudo,não sabe?
-Sei,mas no momento preciso apenas do seu abraço. - ele me aproximou mais para perto e me envolveu em seus braços sem dizer mais nenhuma palavra,afundou seu rosto em meu cabelo e senti sua respiração.

Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora