Minha cabeça latejava de dor,deitei no sofá depois de tomar um remédio na tentativa de ao menos amenizar-lá. Minutos depois ouvi o Rafael descer as escadas às pressas,pelo barulho com cerestava descalço.
-O escândalo da Nord está em todas as notícias. - segurava o notebook aberto.
-O quê? - meu estômago revirou e levantei minha cabeça tão rápido que meu corpo de obrigou a deitar novamente. - calma. - disse a mim mesma.
-Está tudo bem? - antes de eu responder senti sua mão em minha testa. - está quente... - estava com aquele olha de preocupado.
- Estou com um pouco de dor.
- Vou pegar remédio - colocou o computador sobre a pequena pesa que ficava ao lado do sofá.
-Não, volta aqui. - alcancei sua mão e segurei - eu já tomei,não se preocupe. - me levantei dessa vez devagar e pedi que sentasse do meu lado. - agora, me conta o que está acontecendo.
-A Lorena fez um trabalho excelente,inclusive postou bem mais que apenas uma entrevista com a funcionária da empresa, tudo virou uma bola de neve que não para de crescer.
-Como ela fez isso? - nossa ajuda foi limitada,não tínhamos muito como ajudá-la.
-Pelo que entendi,ela encontrou antigos funcionários que também denunciaram a empresa. - pus as mãos sobre a boca. - ela não divulgou a identidade deles,mas é muita gente, Anne.
-Ela é boa no que faz.
-E não é tão louca como imaginei - segurei o notebook enquando via toda a matéria. Havia entrevistas e alguns documentos comprovando as sujeiras da empresa que foram varridas por anos pra debaixo do tapete.
Enquanto isso,o Rafael foi até a cozinha e fez um chá de lavanda. Eu não notei até que vi a xícara estendida em minha direção.
- É de lavanda,vai te ajudar com a dor. - segurei a xícara,deixando o notebook de lado. O agradeci com um olhar. Talvez eu deveria lhe dizer que seu cuidado era o melhor remédio. Eu estaria sendo bem sincera.
-Podemos ir ao hospital, se desejar. - colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu deveria estar muito destruída aparentimente pra ele pensar isso.
- Rafa - tomei um gole do líquido quente - é apenas uma dor de cabeça,o chá com certeza será o suficiente. - sorri pra ele tentando amenizar sua preocupação desnecessária.
- Esta ouvido isso ? - afirmei levemente com a cabeça. Eram várias vozes falando ao mesmo tempo,não dava para discernir o assunto,pois o barulho estava distante. O Rafael foi até o lado de fora e eu como uma boa curiosa o segui.
Nos deparamos com a frente da casa da Maria lotada de jornalistas,ela pedia para que fossem embora e eles insistiam em obter informações. Me afastei rapidamente da porta para que não me vissem,eu facilmente poderia ser a próxima.
- É melhor você ficar aí dentro.
-Precisa ajudar a Maria. - senti o desespero dela nos seus olhos.
- Irei,mas se te verem será você que eles não deixarão em paz.
- Eu sei,eu sei,mas vá até lá - falei lhe dando um leve empurrão.
Enquanto o esperei voltar, fui até o notebook ler as informações sobre o caso na internet. Estava tudo um caos. Existia a possibilidade da Nord não cair,mas não podia se dizer o mesmo da sua reputação e suas ações.
Rafael trouxe a Maria com ele e era nítido o quanto a pobre mulher estava abalada.
A sala ficou em um total silêncio e ele foi até a cozinha buscar uma água. Mesmo estando sozinha no ambiente comigo, notei que ela ainda não me olhava nos olhos permanecendo de cabeça baixa.
-Maria,sinto muito pelo que está passando - quebrei ao silêncio e me sentei ao seu lado.
-Sou eu que sinto, Anne. Não sei como te olhar nos olhos sem me sentir envergonhada.
-O quê? - seguro sua mão,entendendo a situação - Não! Não precisa se sentir assim, Maria. - eu a abracei forte.
-Minha filha lhe fez tanto mal, querida. - chorava.
-Você não tem culpa dos erros da Elen. Não quero que pense assim e muito menos se sinta envergonhada. - Sem querer nos atrapalhar,Rafael voltou para cozinha ao nos ver abraçadas.
Com alguns minutos de conversa, Maria estava mais calma,os jornalistas haviam ido embora depois de uma bela conversa com o Rafael que também se apresentou como advogado da Maria. -Ele não era advogado, porém os jornalistas não sabiam, um leve sorriso de lado apareceu em meu rosto ao lembrar da primeira vez que fez isso.
-Ela se sente melhor? - Rafael perguntou quando fui até ele na cozinha e sentei ao seu lado na mesa.
-Sim,mas insiste em voltar pra casa,diz que você já controlou tudo e precisa fazer o almoço. Maria acredita que a Elen voltará antes disso.
-Meu Deus - passou sua mão pelos cabelos - e você,como se sente com tudo isso? - hesitou antes de pôr a mão sobre a minha.
-Honestamente,eu não sei - tentei engolir o choro mas falhei - minha mente está uma bagunça, Rafael - me permiti chorar e pus minha cabeça em seu ombro.
-Ficará tudo bem - senti seus dedos acariciarem meu coro cabeludo - precisa ter fé nisso. - Afirmei com a cabeça,mas sem levantá-la.A noite enquanto preparava o jantar e o Rafael passeava pela sala de um lado para o outro em inúmeras ligações. Recebi uma mensagem da Suzana lamentando por tudo que eu estava passando e dizendo que todos da faculdade estavam torcendo para as coisas darem certo. Graças a saúde debilitada de Dona Rute,Suzana não podia ficar muito tempo longe de casa. Na verdade desde que as coisas se agravaram,ela nem mesmo frequentava a faculdade. Eu compreendia o fato de ela não estar ao meu lado em um momento como aquele. A força que ela me dava todas as vezes que me ligava não tinha preço mesmo estando distante.
- Não tenho palavras para agradecer pelo que fez, Lorena,mesmo não sabendo no que dará tudo isso,eu serei eternamente grata a você - recebi uma ligação dela e aproveitei para lhe agradecer.
-Nós ajudamos uma a outra. Meu trabalho nunca mais será o mesmo Annelise e também devo isso a você. E se não for pedir muito - exitou um pouco abtew de continuar - ter uma entrevista sua seria algo magnífico. Eu sei que desde o início você deixou claro,mas a repercussão foi maior do que eu mesma esperava e tem muita gente te apoiando nessa.
- Lorena,eu- ela me interrompeu.
-Você não precisa decidir isso agora,apenas pensa um pouco. De certa forma é graças a você que as pessoas então vendo a verdade encoberta a tantos anos.
-Ok - respirei fundo - prometo pensar com calma.
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Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)
RomanceApós decidir se reerguer,o primeiro passo de Annelise foi mudar de cidade,o segundo tentar não viver presa ao seu passado e a suas cicatrizes,o terceiro...bem,uma coisa de cada vez. Passos curtos e lentos também são passos importantes. Rafael não e...