Capítulo 22

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Acordei com um sorriso no rosto,fui até a cozinha "flutuando" mesmo depois de ter dormindo poucas horas e ter acordado tão cedo.
Ao chegar na cozinha,me deparei com uma flor sobre a mesa e um pequeno post It em formato de borboleta que dizia "sentirei sua falta,com amor Rafael" sorri enquanto sentia o perfume suave da flor. Apos alguns segundos ouvi a porta se fechar e corri o mais rápido que pude para ter a oportunidade de me despedir.
-Eu também sentirei a sua falta - falei um pouco ofegante assim que abri a porta e vi ele abrindo a porta do carro.
-Prometo não demorar - sorriu pra mim e eu retribui o sorriso - não acredito que seja linda até mesmo quando acaba de acordar.  - lembrei que estava descalça,de pijama e de cabelos bagunçados.
-Ai,meu Deus - fui rapidamente para trás da porta.
-Eu te amo, Annelise. - diz um pouco alto para ter certeza que ouviria e em seguida ouvi o barulho da porta o carro fechar.
-Eu também te amo,Rafael - respondo de onde estava.

Meu dia a partir daquele momento se resumiu a pensar no Rafael e acompanhar cada detalhe no canal da Lorena. Desde a descoberta do envolvimento da Elen com o celular não tivemos mais notícias dela,pelo menos não eu e o Rafael.
A probabilidade de estar em outro estado ou até mesmo país era enorme, afinal ela teinha ao seu lado recursos e pessoas para conseguir isso. Algo que me deixava indignada é era a maluca ter deixado a pobre da Maria para trás. A Maria se esforçava para fingir não estar afetada por todo o ocorrido e a ausência da única filha.

-Maria? - fui até a sua porta e mesmo notando o silêncio não desisti.
-Oi querida,está aí a muito tempo?
-Graças a Deus,fiquei preocupada pois te chamei algumas vezes. Posso entrar?
-Ah,é claro. Só um minuto. - parecia distante enquanto procura as chaves.
-Checa no porta chaves, Maria, você sempre as deixa lá.
-Verdade. - alguns segundos depois ouvi o barulho das chaves e seus passos. - eu as encontrei - sorriu sem jeito.
-Aconteceu algo? Não parece estar bem - indaguei ao entrar e lhe dar um abraço.
-Estou bem,é apenas cansaço. Não dormi bem noite passada.
-Dormiu no sofá? - havia um cobertor bagunçado nele. Não quero ser intrometida mas tudo aquilo me deixou inquieta.
-Sim,mas não é tão desconfortável quanto parece querida. - segurou levemente seu pulso e forçou mais um sorriso.
-Meu Deus, Maria isso é sangue? - no chão da sala há um balde com um líquido vermelho dentro e alguns panos que antes eram brancos na mesma situação.
-Não, não se preocupe. É tinta. Venha,irei fazer um café para nós duas.
-Vai me dizer o que aconteceu aqui? - com certeza alguma coisa havia acontecido ali e eu estava preocupada ao ponto de insistir até ter respostas. - e por favor não minta pra mim, Maria.
-Não estava conseguindo dormir ontem a noite,então deitei aqui. Alguns minutos depois ouvi um barulho estranho vindo da rua e fui conferir. - me esforcei para esconder minha tristeza antes de ouvir tudo que tinha pra me dizer. Mas era inevitável. - algumas pessoas picharam minhas paredes com tinta vermelha. Mas está tudo bem, eu vi a tempo então consegui removê-las com facilidade.
-Picharam? O que escreveram? Não deveria ter saído,foi perigoso. - segurei sua mão.
-Ah,nada do que eu já não tenha ouvido de algumas pessoas nesses últimos dias - sorriu sem jeito - acreditam que estou escondendo a Elen, que sei onde ela está e estou encobrindo os crimes que cometeu.
-Maria eu lamento muito,muito mesmo - sentia que minhas lágrimas poderiam cair a qualquer momento. 
- Nada justifica o que ela fez com você e com as outras pessoas que ela machucou durante os abos que trabalhou naquele maldito lugar, mas escrever palavras de ofensa na minha parede não vai mudar o caráter dela e muito menos toda essa situação.
-Eu sei - a abracei - você não merece passar por isso.
-E a minha filha não dá notícias,Anne. A polícia veio aqui ontem a noite atrás de informações dela, e nem mesmo eu sei se está bem, se está viva.  eu sinto que vou morrer de tanta tristeza e preocupação.
-Maria, a Elen está bem -  segurei seus ombros e olhei fixamente em seus olhos - não se preocupe que ela irá encontrar um jeito de entrar em contato com você.
-E se isso acontecer,o que faço? Devo entregar a minha filha? Devo deixar que fuja e não pague pelo que fez? Nunca pensei passar por essa situação e não sei o que devo fazer.
- Se isso acontecer você vai fazer o que seu coração de mãe pedir. Não importa a situação Deus sempre fala aos nossos corações o que devemos fazer. Então não pense tanto,apenas espere. - seco uma lágrima sua - agora vou aceitar um pouco do seu delicioso café e vamos conversar até você me mandar ir embora. - finalmente consigo tirar um sorriso sincero.

Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora