Maria insistiu que os panos usado para limpar a parede do incidente da noite passada voltariam a sua cor de origem com alguns bons esfregões,então a ajudei nessa tarefa. Eles com certeza não voltariam a ficar cinzas novamente,o pigmento vermelho eram muito forte e no fundo eu sabia que ela queria apenas uma distração,se ocupar com algo que lhe tomasse um bom tempo e ocupasse sua mente. Deixei a Maria sozinha por algumas horas,apesar de ser contra minha vontade. Eu precisava ir até o mercado, já havia adiado demais a longa caminhada que teria que fazer.
Duas horas depois voltei para casa com o que precisava pra a casa e tbm com uma nova distração para a Maria.
- Oi de novo! - mostrei um largo sorriso quando a senhora abriu a porta para mim. - se importa em me ajudar a fazer uma torta de abacaxi? - balancei as sacolas que segurava com todos os ingredientes e recebi um olhar confuso.
-Precisa de ajuda para uma simples torta?
- Na verdade eu preciso aprender - fiz uma cara de envergonhada e admiti - eu não sei fazer.
- Só pode está brincando. - eu neguei de forma engraçada com a cabeça.
- Podemos fazer lá em casa se achar melhor. - dei de ombros.
- Entra,criança. Vamos dar um jeito nisso. - entrei o mais rápido que pude antes de mudasse de ideia e meu plano evaporasse.
Além de ótima cozinheira, Maria era uma excelente professora de culinária. Depois da torta pronta e enquanto apreciava a beleza que havia ficado,agradeci muito pela paciência e tempo que ela teve comigo. Talvez eu enjoaria de comer tanta torta de abacaxi mas tudo bem,foi prazeroso ver a empolgação da Maria em me ensinar e o fato dela esquecer de todos seus problemas por algumas horas.
Recebi algumas dicas culinárias enquanto esperávamos a torta esfriar.
- Nossa,ficou uma delícia - disse antes de colocar mas um pedaço da fatia na boca.
- Você é uma boa aluna.
- Mas eu apenas cortei o abacaxi.
- Por isso que ficou tão boa - ela falou com um meio sorriso e não me contive, sorri ao ponto dos meus olhos lacrimejarem.
- Obrigada pela ajuda - me despedia na porta com o restante da torta nas mãos.
- Não agradeça, sabemos quem foi ajudado aqui. - recebi um beijo na testa antes de ir.Depois de chegar do culto,joguei as chaves sobre a pequena mesa que ficava ao lado do sofá.
Recebi uma video chamada do Rafael quando subia as escada com o Scarpin preto bico fino que usei em mãos,meus pés não aguentavam mais um segundo, muito menos subir a escada depois de horas calçada com eles. Talvez eu estivesse perdendo o jeito e devesse usar um salto menor. A ligação me fez dar pulinhos de alegria antes de corree e atender no quarto.
-Mudou de ideia,não me ama mais ? - não tive tempo de lhe dar um boa noite. - Não acredito que não me mandou nenhuma mensagem.
- Não queria parecer grudenta no nosso primeiro dia. - sorri involuntariamente com seu drama.
-Aceito seu grude. Sinto muito não ter feito isto,meu dia foi uma loucura. - respirou fundo - qualquer coisa se torna entediante sem você por perto.
- Se me der sua localização chego em algumas horas. - brinquei. - Eu também senti muito sua falta. - Suas palavras me deixaram sem jeito e seu sorriso fez meu coração tocar uma orquestra.
- Como foi seu dia?
- Aprendi algo novo. Pedi a Maria que me ensinasse a fazer uma torta de abacaxi. - disse orgulhosa.
- Deu certo?
- Deu sim,afinal eu cortei o abacaxi. - o Rafael gargalhou me fazendo sorri também.
Meu sorriso sumiu aos poucos quando pensei em como dizer a ele o real motivo da torta.
-Acontece alguma,não foi? - Seu sorriso também desaparece. - Ela está doente?
- Calma,ela está bem - respondi rapidamente ao notar sua preocupação. - Sei que ela não gostaria que soubesse para não te preocupar,mas não quero esconder o que aconteceu de você.
- Obrigado. - deixou seu corpo mas rígido na cadeira para ouvir o que viria em seguida.
Enquanto contava em riqueza de detalhes o meu dia com a Maria e tudo o que aconteceu na noite passada. A tristeza surge rapidamente em seu rosto e percebo seu maxilar sendo pressionado.
-Tem certeza que é uma boa ideia deixá-la dormir sozinha?
-Ela garantiu que me ligaria a qualquer momento caso precise. Eu insisti muito que viesse dormir comigo, mas você sabe como a Maria é.
-Sei sim, ao ponto de ter certeza que ela não sairá daquela casa até ter notícias da filha.
-Verdade,ela disse que não pode sair, pois a Elen pode voltar a qualquer momento e ela precisa estar em casa. É tão difícil vê-la sofrendo dessa forma. - notei ele fazer o que sempre fazia quando estava nervoso ou preocupado, passou os dedos entre os cabelos bagunçando um pouco. - sinto muito ter trazido más notícias.
-Não. Como você disse,ela não me contaria, então,muito obrigado.
-Mas me conta como foi seu dia, não desfez sua mala? - perguntei curiosa ao ver a mala no canto da sala prima a ele,mas a intenção maior era distraí-lo.
-Na verdade não tive tempo nem mesmo de abri-la. - olhou em direção ao objeto rapidamente - Acabei de chegar de uma reunião que durou o dia inteiro,sentei no sofá e te liguei. Precisava melhorar meu dia te olhando.
- Entendo. Então me vê melhora seu dia? - demonstrei estar convencida.
-Você não sabe o quanto. - senti meu rosto queimar como uma pimenta.
-Prometo que me verá o dia inteiro amanhã. - me recomponho.
-Devo procurar você dentro da minha mala? -apontou para o objeto mas sem o olhar.
-Acredite, eu tentei caber nela. - sorrimos. - Quando você volta?
-Se tudo der certo,daqui a três dias.
-É muito tempo,acho que terei que ir até você.
-Estarei te esperando no aeroporto.
-Seu bobo - sorri.***
Depois de mais um pouco de conversa, me despertei com uma leve risadinha do Rafael.
- Qual o problema? - questionei sonolenta.
-Você cochilou. Já te falei o quanto você é linda? - sorri
-Falou e está quase me convencendo disso. Agora você precisa descansar.
-Precisamos. Te amo.
-Eu também amo você.
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Entre o casulo e a borboleta (Livro 2)
RomanceApós decidir se reerguer,o primeiro passo de Annelise foi mudar de cidade,o segundo tentar não viver presa ao seu passado e a suas cicatrizes,o terceiro...bem,uma coisa de cada vez. Passos curtos e lentos também são passos importantes. Rafael não e...