Cap.6 Playboy

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Era mais uma noite de baile na favela. Aquele ambiente já fazia parte da minha rotina, o lugar onde me estabeleci e onde o respeito por mim era inquestionável...

Como de costume, eu sabia que todas as atenções se voltariam para mim assim que eu pisasse ali. Afinal, não sou qualquer uma. Sou a Baronesa, a dona do morro...

Minha postura era minha marca...

Ao entrar, cumprimentei algumas pessoas conhecidas e me encaminhei para a quadra principal, onde a festa já estava pegando fogo...

Mas, naquela noite, algo diferente aconteceu. Eu senti um olhar cravado em mim, algo que raramente me fazia parar...

Olhei em volta, buscando a origem daquele sentimento, e foi quando vi ele...

Um moleque novo, com cara de playboy, claramente deslocado naquele ambiente, mas com algo intrigante no olhar

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Um moleque novo, com cara de playboy, claramente deslocado naquele ambiente, mas com algo intrigante no olhar. Ele não pertencia ali, e isso era óbvio...

Sua presença contrastava com a vibração da favela, mas não era de uma forma ruim. Havia algo nele que prendia minha atenção, como se ele fosse uma peça fora do lugar, mas que de algum modo se encaixava no quebra-cabeça daquela noite...

Seu olhar me seguiu de forma tão intensa que, por um momento, me senti desafiada...

Passei por ele, deixando que nossos olhares se cruzassem. Ele me observava com uma mistura de fascínio e surpresa, algo que não via há muito tempo...

Dei uma piscadinha provocante, só para ver como ele reagia, e o efeito foi imediato. Ele ficou paralisado, quase hipnotizado. Um sorriso de canto surgiu no meu rosto enquanto seguia em direção ao camarote...

Ao chegar no camarote, minhas amigas já estavam lá, como de costume. Fefê, Nina e Vivi estavam conversando e rindo, como sempre faziam quando estávamos juntas...

Sentei ao lado delas e logo peguei um drink. Ainda estava pensando naquele moleque, mas tentava disfarçar. Afinal, eu não era de me deixar abalar por qualquer um...

Fefe: Qual é a boa, Jade? Tá com uma cara diferente hoje

Eu ri, balançando a cabeça...

Jade: Nada demais. Só... vi um moleque na pista que me chamou atenção — admiti, dando um gole na bebida e tentando soar casual.

Vivi: Moleque? — Vivi arqueou as sobrancelhas. — Quem é o sortudo que conseguiu captar a atenção da Baronesa?

As três riram, já imaginando que era algo incomum. Eu nunca dava muita atenção para ninguém nos bailes...

Minha posição exigia que eu fosse seletiva, e a verdade é que não tinha muita paciência para romance ou para me envolver com qualquer um...

Jade: Ele é amigo do Léo. Um playboy meio deslocado, mas com algo que me deixou curiosa.— confessei, lembrando do olhar penetrante que ele me lançou.

Nina: Amigo do Léo?— perguntou Nina, franzindo o cenho. — Então o moleque é de fora, né? Cara, cuidado... esses playboys podem ser problema.

Eu sabia que elas estavam certas. Meu instinto também me dizia que deveria tomar cuidado...

Mas, ao mesmo tempo, aquele moleque despertou uma curiosidade que eu não conseguia ignorar...

Ele não era o tipo de cara que eu me envolvia. Pelo contrário, tudo nele gritava "problema", mas talvez fosse exatamente isso que me atraía...

Jade: Você sabe que eu não sou de me deixar levar fácil, né? Só tô curiosa, por enquanto.— respondi, tentando manter a postura. — Mas, tem algo nele... não sei explicar.

Fefe: Cuidado pra essa curiosidade não te meter em encrenca, Jade.Você não precisa de um playboyzinho te dando dor de cabeça.

Jade: Eu sei disso.— respondi, rindo. — Mas, vamos ver.

Eu não estava com pressa. Sempre fui uma estrategista, sabia como jogar o jogo, tanto no poder quanto nos relacionamentos. Não ia me precipitar por causa de um moleque bonito...

Mas, ainda assim, era divertido pensar nas possibilidades. Eu não sabia o que ele estava fazendo ali, mas estava disposta a descobrir...

Olhei para a pista de dança novamente e vi ele conversando com o Léo. Meu irmão parecia tranquilo, e isso me deu uma sensação de segurança...

Léo nunca traria alguém problemático para o baile, ainda mais sabendo do meu envolvimento e de como protejo o que é meu. Mas aquele moleque... ele era diferente...

Nina: Ele te olhou como se nunca tivesse visto alguém como você antes, né? — comentou, me arrancando um sorriso. Ela tinha uma maneira de ler as situações que sempre me impressionava.

Jade: Exatamente.— respondi. — E acho que ele não tem ideia do que está se metendo.

Vivi: Bem, se ele tá com o Léo, ele vai acabar te conhecendo melhor.Mas, cuidado. Pode ser que ele esteja querendo algo que não vale a pena.

Eu sabia que elas tinham razão, mas naquele momento, eu só queria aproveitar a noite...

Aquela noite prometia. Eu sentia isso no ar. E, de algum jeito, sabia que aquele garoto — por mais deslocado que estivesse — poderia trazer algo novo para minha vida...

Algo que eu ainda não sabia se estava preparada para lidar. Mas, como sempre, eu jogaria o jogo à minha maneira...

E se ele quisesse entrar nesse jogo, teria que estar preparado. Porque, no meu território, quem dá as cartas sou eu...

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A Dona da Favela Onde histórias criam vida. Descubra agora