Cap.7 Jogo de sedução

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Dois dias depois, domingo...

Eu não conseguia tirar aquela mulher da cabeça. Desde o baile, algo em mim mudou. Nunca fui de me deixar levar fácil por alguém, mas a Baronesa, não era como ninguém que eu já tinha conhecido...

Havia algo nela que ia além da beleza. Era a força, o poder que ela exalava, a confiança de quem domina não apenas o ambiente ao redor, mas a si mesma. E aquilo me atraiu de uma forma que eu não sabia explicar....

Então, quando Léo me chamou para voltar no domingo, no jogo entre Flamengo e São Paulo, eu aceitei sem pensar duas vezes. Queria vê-la de novo. Queria entender o que me prendia tanto nela...

Saí de casa por volta das três da tarde. Minha mãe estranhou, claro. Eu não era o tipo de cara que saía todos os dias, mas ela parecia feliz que eu estava tentando aproveitar a vida. Mal sabia ela para onde eu estava indo e com quem...

Peguei o moto Uber e, dessa vez, já sabia o caminho. Não precisei esperar Léo me buscar na entrada. Entrei na favela com mais confiança, mas ainda sentindo aquela adrenalina que não era comum para mim...

Quando cheguei na quadra, vi o telão montado e a galera já animada para o jogo. Procurei o Léo no meio da multidão e logo o encontrei, sentado a uma mesa com algumas pessoas...

E lá estava ela:com uma blusa do São Paulo, e aquele mesmo olhar penetrante que me desarmou na noite de sexta ...

Ela me viu antes de eu me aproximar. Nossos olhares se cruzaram de novo, e dessa vez, ela sorriu...

Um sorriso debochado, daqueles que te deixam sem saber se você deve se sentir lisonjeado ou intimidado. Léo estava sentado ao lado dela, e assim que cheguei perto, ele me apresentou...

Léo:Baronesa , essa é meu amigo Paulo André — disse Léo, como se estivesse fazendo uma apresentação formal.

Ela me cumprimentou com um aperto de mão firme, seus olhos verdes brilhando com uma intensidade que me deixou sem palavras...

Jade: Senta aí, flamenguista, eu não mordo — disse ela, com um tom provocante, enquanto gesticulava para que eu me sentasse ao seu lado. Eu mal pude acreditar que estava na presença dela de novo.

O jogo começou, e assim que o Flamengo marcou o primeiro gol, eu não pude evitar a alegria que me tomou...

Pulei da cadeira e, sem pensar, comecei a comemorar. Mas quando olhei para o lado, percebi que todos estavam em silêncio, me observando como se eu tivesse cometido um crime...

O sorriso dela, por outro lado, permaneceu firme...

Jade: Comemore não flamenguista — disse
com um tom sarcástico. — Aguarde pelo gol do meu São Paulo.

Aquilo me deixou ainda mais animado. Quando o primeiro tempo chegou ao fim e o São Paulo marcou um gol no último minuto,ela me  provocou de volta...

As risadas e as provocações fluíram entre nós. Assim que o intervalo começou, Léo se afastou, deixando Jade e eu a sós...

Nossos olhares se encontraram mais uma vez. Eu queria saber mais sobre ela, saber o seu verdadeiro nome, mas, de alguma forma, a ideia de perguntar parecia estranha...

PA:Você tem quantos anos tem? — perguntei, tentando me manter leve.

Jade: Sou mais velha que você. E você? — respondeu, com um sorriso travesso.

PA: Eu tenho 24

Ela sorriu de novo, mas dessa vez, havia algo mais, como se estivesse pensando em como eu era mais novo que ela...

Jade: Ah, então quando você era um adolescente, eu já era uma adulta e dona de tudo isso aqui — brincou.

Aquilo me deixou intrigado, e eu não pude deixar de pensar que idade realmente não significava nada para mim. Mas, para ela, parecia que significava tudo...

PA: Idade não significa nada, você sabe — eu disse, tentando convencê-la.

Ela apenas riu, um riso sincero que fez meu coração acelerar...

Jade: Para você, talvez. Mas para mim, significa muito. E não estou disposta a me envolver com alguém mais novo — disse ela, e eu percebi que meu coração despencou.

Frustrado, mas determinado, eu não queria desistir.

PA: Mas podemos ser amigos? — perguntei, um pouco inseguro.

Jade: Talvez sim — respondeu, e seu sorriso me deu um pequeno fio de esperança.

O jogo continuou, e a atmosfera ficou mais leve. Cada gol, cada momento, parecia que estávamos construindo uma conexão. Quando o jogo terminou em um empate de 2 a 2, trocamos olhares durante todo o tempo, mas nada além disso...

Não era o que eu esperava, mas ainda assim, estava feliz por estar ali com ela...

Aquela tarde foi apenas o começo de algo que eu sabia que poderia se transformar em muito mais. Mas, por enquanto, eu estava grato por ter conhecido a Baronesa, uma mulher que não apenas dominava o morro, mas também havia começado a dominar meus pensamentos...

E eu estava disposto a descobrir tudo sobre ela...

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