A Dona da Favela

Cap.38 Mais intimidade

1 mês depois...

A convivência de PA e Jade, sob o mesmo teto, trouxe uma nova dinâmica ao relacionamento...

Aos poucos, eles foram descobrindo que, apesar de toda a intensidade que sempre existiu entre eles, ainda havia muito a ser desvendado, tanto sobre si mesmos quanto um sobre o outro...

A intimidade que vinha com o cotidiano os aproximava de maneiras que antes eram impensáveis...

Numa tarde qualquer, enquanto descansavam juntos no sofá, PA abraçava carinhosamente Jade, e ela começou a falar sobre coisas que nunca havia revelado para ninguém...

Jade: Sabe Amor...Eu não sei se você entende como é viver assim... Sempre sendo aquela que toma as decisões mais difíceis, que precisa ser a mais forte, que não pode errar...Às vezes, cansa. Eu sempre tive que cuidar de tudo e de todos. Nunca pude... Ser cuidada.

PA apertou a mão dela com delicadeza, ouvindo cada palavra com atenção...

PA: Nossa Amor...Eu sempre te vi como uma mulher forte, mas nunca pensei no peso que essa força poderia ter. E, se você deixar, eu estou aqui. Para te cuidar. Para ser o seu porto seguro também.

Jade: Eu estou tentando, PA. Estou me acostumando a ser vulnerável com você... A não esconder as coisas que sinto. Eu nunca fiz isso antes.

PA a beijou na testa, com ternura...

PA: Você não precisa carregar tudo sozinha, minha Vida. Eu estou aqui com você. E quero que você saiba que eu também quero ser aberto, transparente. Eu não quero mais esconder nada de você.

Foi nesse ambiente de confiança mútua que eles começaram a revelar segredos, sonhos, e até medos que nunca haviam sido discutidos...

Jade chegou confessar algo que guardava há anos...

Jade: Sabe... às vezes eu sinto falta do meu pai de uma forma que me dói tanto, que nem consigo respirar. Eu sei que ele fez coisas horríveis, mas ele era meu pai 😔

Jade: E eu carregava comigo a promessa que fiz de vingar sua morte. Mas agora eu percebo o quanto isso me prendeu no passado... e me impediu de ser feliz

PA, surpreendido com a profundidade da confissão, apenas a puxou para mais perto,para que ela se sinta amada...

PA: Eu entendo, Jade. E eu acho que, aos poucos, você está se libertando disso. Mas saiba que eu não espero que você esqueça seu pai. Só que você encontre a paz para seguir em frente, comigo

Jade o olhou nos olhos, e pela primeira vez sentiu que estava deixando para trás a dor e o peso de tantas feridas antigas...

Por outro lado, PA também abriu seu coração...

PA: Sabe, Amor... Eu sempre quis ser como meu pai. Quando era criança, ele era meu herói. Mas, depois que soube das coisas que ele fez, de como ele destruiu famílias, eu não sei mais o que sentir. Às vezes, me sinto culpado por ainda sentir saudade dele.

Jade, que conhecia muito bem o conflito entre o amor e o rancor pelos pais, o olhou com compreensão...

Jade: Não tem nada de errado em sentir saudade, PA. Ele era seu pai, independentemente do que ele fez. E você é uma pessoa completamente diferente dele. Não deixe o que ele fez manchar quem você é.

Essas conversas íntimas e profundas se tornaram uma constante. A cada dia, eles se abriam mais um para o outro, revelando facetas que antes eram escondidas...

Não havia mais segredos. Eles estavam determinados a construir uma relação baseada na honestidade, na confiança e na verdade. E essa proximidade os uniu de uma forma que eles jamais imaginariam...

Com o tempo, a transparência entre eles se fortaleceu. Jade não precisava mais manter uma fachada de força o tempo todo. E PA aprendeu a lidar com os próprios medos e inseguranças....

Juntos, eles descobriram que a verdadeira força do relacionamento estava justamente em sua vulnerabilidade e em sua abertura um com o outro....

E, assim, cada dia ao lado um do outro se tornava uma jornada de descobertas, não só sobre o amor que compartilhavam, mas sobre quem realmente eram....

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