Cap.12 Ciúmes

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A festa seguia animada. Todo mundo estava aproveitando. Jade, no entanto, mantinha seus olhos atentos em PA, que ainda conversava com os amigos de Léo...

De tempos em tempos, ele olhava para ela, e ela para ele, mas nenhum dos dois se aproximava mais do que o necessário. A tensão estava ali, quase palpável...

Ambos sabiam que algo estava por vir, mas não tinham certeza de como nem quando...

Jade estava acostumada a esse jogo. O controle sempre esteve em suas mãos. Mas algo nele mexia com ela de um jeito que ninguém mais conseguia...

Quando ele sorria, especialmente agora sem camisa, os músculos bronzeados reluzindo sob o sol da tarde, ela sentia seu coração acelerar – algo que ela detestava admitir...

Mas o que realmente fez o sangue de Jade começar a ferver foi a presença de Tais. Tais, a garota mais rodada do morro, como todos a chamavam...

Uma mulher que sempre estava por perto dos homens da favela, especialmente dos bandidos mais poderosos. Ela tinha uma reputação que a precedia...

Elas nunca se deram bem, e a presença de Tais em qualquer lugar era suficiente para estragar o clima de Jade, ela só estava na festa, por conta do pai dela que é um grande soldado de Jade...

Tais se aproximou de PA com aquele jeito que ela sempre tinha, atrevido. De longe, Jade observava a cena com o maxilar travado...

Ela viu Tais encostar na barriga dele, sorrindo para ele como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ele, por sua vez, não fez nada para se afastar...

Muito pelo contrário, ele parecia estar se divertindo com a conversa, soltando risadas que deixaram Jade ainda mais irritada...

Jade: Não acredito — murmurou, apertando os punhos ao ver PA rir de algo que Tais disse.

Ela tentou manter a calma, mas cada toque de Tais no corpo de PA, cada risada que ele soltava, fazia a raiva crescer dentro dela...

Ela não aguentou mais. Sua paciência se esgotou no instante em que viu Tais deslizar a mão pela barriga de PA mais uma vez. Com passos firmes, Jade cruzou o quintal, aparentemente muito tranquilo, mas o olhar ardendo de fúria...

À medida que se aproximava, ela podia sentir as risadas e o flerte cessarem aos poucos. Todos sabiam o que a presença de Jade significava, e ninguém queria estar no caminho dela quando estava desse jeito...

Jade: O que está acontecendo aqui? — A voz de cortou o ar como uma faca, calma, mas cheia de veneno.

Tais se virou lentamente, um sorriso falso nos lábios, mas seus olhos traíam o nervosismo que sentia diante da "Baronesa"...

Tais: Nada demais, Baronesa. Só batendo um papo com o Paulo — respondeu, tentando soar casual, mas claramente intimidada.

Jade ergueu uma sobrancelha, sem disfarçar o desdém em seu rosto...

Jade: Só conversando? Interessante... Porque, do jeito que você estava tocando nele, parece mais que estava tentando algo a mais — disparou com seu tom firme, mas não agressivo. Ela não precisava elevar a voz para impor respeito.

PA, percebendo a tensão, ficou em silêncio, com um meio sorriso nos lábios. Ele sabia o que estava acontecendo. Jade estava com ciúmes, e isso, de alguma forma, o deixava satisfeito...

Ele nunca a tinha visto reagir assim antes. Aquilo só confirmava que ele realmente mexia com ela...

Tais: Relaxa, Baronesa — disse, tentando manter a pose, mas claramente desconfortável. — A gente só tava conversando mesmo.

Jade: Conversa, eu não tenho problema. Agora, encostar no que é meu... aí é outra história — respondeu com seu olhar gelado fixo em Tais.

Sem mais palavras, Taís apenas se afastou, murmurando algo baixinho enquanto desaparecia na multidão da festa. Todos ao redor fingiram não ter percebido o que aconteceu, voltando para suas conversas e brincadeiras...

PA ainda estava com aquele sorriso de quem sabia que havia causado algum impacto...

PA: Tá com ciúmes, Baronesa? — Ele provocou, cruzando os braços e dando um passo em direção a Jade.

Ela o olhou com uma mistura de raiva e desejo. O tom provocativo dele só piorava sua irritação, mas o pior era admitir que, sim, ela estava com ciúmes...

Ele mexia com ela de uma forma que ninguém mais conseguia, e ela odiava perder o controle, principalmente em público...

Jade: Não tenho tempo para ciúmes, flamenguista — respondeu ela, fria, embora suas mãos ainda tremessem de raiva. — Só estou deixando claro quem manda aqui.

Ela se virou antes que ele pudesse responder, marchando em direção à casa. PA ficou parado, observando-a se afastar, ainda com aquele meio sorriso no rosto...

Jade entrou em casa, o coração batendo forte. Ela odiava perder o controle de suas emoções...

Ela foi até a sala, tentando se acalmar. Lá fora, a festa continuava, a música e as risadas ainda enchendo o ar. Mas, por dentro, Jade se sentia tomada por uma tempestade. O ciúme que sentiu ao ver Paulo André com Tais foi só um lembrete do quanto ele a abalava....

Ela ouviu passos atrás de si. Não precisava se virar para saber que era PA que a seguia. Ela respirou fundo, tentando se preparar para o que quer que ele fosse dizer...

O fato de ele ter vindo atrás dela só a irritava mais. Ele não deveria ver essa parte dela, a parte vulnerável que ela escondia de todos...

PA: Vai ficar me evitando agora? — A voz dele soou atrás dela, suave, mas com aquele tom provocador que a fazia querer socá-lo e beijá-lo ao mesmo tempo.

Ela se virou lentamente, o olhar sério...

Jade: O que você quer, Paulo André?

Ele deu de ombros, aproximando-se devagar...

PA: Quero saber o que foi aquilo. Não precisa ficar com ciúmes, Baronesa.

Jade: Eu não estou com ciúmes — ela rebateu, co
a voz afiada. — Eu só não gosto de ver gente que eu desprezo se aproveitando dos outros.

Ele riu baixinho, se aproximando ainda mais, parando a poucos centímetros dela...

PA: Então não tem nada a ver com o fato de eu estar conversando com outra mulher? Nada de ciúmes?

Jade sentiu o corpo todo se enrijecer. A proximidade dele a desestabilizava, mas ela não podia deixar que ele percebesse isso...

Jade: Se você quer ficar com alguém como a Tais, isso é problema seu.

PA: Não tô interessado na Tais.

Jade: Não pareceu isso lá fora — retrucou cruzando os braços.

PA: E quem eu tô interessado não parece que quer saber de mim — disse ele, o sorriso sumindo por um momento, e a sinceridade tomando conta do rosto dele.

Por um segundo, o silêncio tomou conta da sala. Jade sentiu o coração bater forte, mas não disse nada. Ela não sabia como lidar com aquilo. Com ele...

Sem dizer mais nada, Paulo André deu um passo para trás, ainda com o olhar fixo no dela, e se virou para sair...

PA: A gente se vê por aí, Baronesa — ele disse, antes de sair pela porta.

Jade ficou parada ali, sozinha, sentindo as emoções confusas rodopiarem dentro dela. Ela queria segui-lo, queria mandar ele parar, mas, ao mesmo tempo, sabia que, quanto mais perto ele chegasse, mais perigoso isso seria...

Ela se jogou no sofá, tentando processar tudo. Não estava acostumada a sentir ciúmes, não estava acostumada a perder o controle. Mas, com PA, nada era como ela estava acostumada...

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