Cap.2 Morte

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Rio de Janeiro,Anos atrás...

Era um domingo comum na favela, daqueles que a gente quase esquece os problemas e se permite respirar...

O sol brilhava forte, e a praça estava lotada, com as famílias aproveitando o som do pagode que tomava conta do lugar...

Crianças corriam de um lado para o outro, e os adultos se dividiam entre as mesas, conversando, rindo, e bebendo...

Eu estava ali, ao lado do meu pai, como sempre.
Léo brincava com os amigos não muito longe dali, e minha mãe, Mônica, estava conversando com as vizinhas, rindo alto...

Era um daqueles momentos em que tudo parecia perfeito...

O pagode seguia animado, e eu sabia que meu pai adorava essas tardes. Era uma das poucas ocasiões em que ele relaxava, deixando o peso de ser o dono do morro de lado...

Mas a paz não durou muito.De repente, tiros foram ouvidos.Estremeceu a praça inteira. As risadas cessaram, e o som do pagode foi abafado pelo pânico que tomou conta de todos...

O olhar do meu pai mudou instantaneamente, passando de despreocupado para tenso em um segundo...

Xxx: A polícia tá subindo o morro,Chefe
— um dos homens do meu pai veio correndo, quase sem fôlego. Ele mal conseguiu terminar de falar, ja apontando para a entrada da favela.

Meu pai olhou para mim e para minha mãe. Eu sabia o que aquilo significava.Mesmo sem ele dizer uma palavra, a expressão dele me dizia tudo. Ele pediu que nos levassem para casa, para longe do perigo. Mas, como sempre, ele ficou...

Carlos: Leva as meninas e o Léo para casa agora! — ele gritou, enquanto ajeitava a arma na cintura. — Eu vou segurar a situação aqui.

Eu não queria ir. Queria ficar ao lado dele, mas não havia tempo para discussões...

Léo e minha mãe foram levados para um lugar seguro, mas eu demorei. Quando tentei seguir, ouvi mais tiros, mais perto dessa vez...

De longe, vi meu pai cercado. Ele estava trocando tiros com a polícia, e, mesmo sendo um homem forte e imponente, não era invencível. As balas cruzavam o ar como flashes de luz. Foi tudo rápido demais. Um momento ele estava de pé, lutando, no outro... caiu...

Jade: Paaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiii! - gritei, mas minha voz se perdeu no caos.

Ele não se mexeu. O homem que todos temiam, que eu amava mais que tudo, estava ali, no chão. Parecia surreal. O choque tomou conta de mim, mas fui puxada para longe pelos homens de confiança dele...

Fui levada à força para casa, mas deixei uma parte de mim naquele chão.Uma hora depois, veio a confirmação.Meu pai estava morto 🖤...

A dor que eu senti naquele momento foi algo que não consigo descrever. Era como se parte de mim tivesse sido arrancada à força...

Naquele instante, prometi a mim mesma que vingaria a morte dele

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Naquele instante, prometi a mim mesma que vingaria a morte dele. Quem matou meu pai pagaria...

O enterro foi rápido, discreto, como era de costume. Não tivemos muito tempo para chorar...

Na favela, o luto é curto.Uma semana depois da morte do meu pai, já era esperado que alguém assumisse o comando. Eu sabia que esse alguém seria eu...

Eu, Jade Picon, a filha mais velha, a herdeira natural de tudo que ele construiu. Léo era só um adolescente, ainda protegido da dura realidade que sustentava a nossa vida.Minha mãe, embora forte, não tinha a mentalidade para liderar...

Eu sabia que o peso de tudo isso cairia sobre mim.Naquela noite, uma semana após o enterro, subi no terraço da nossa casa...

Eu olhei para o horizonte, vendo a favela toda aos meus pés, e me preparei para o que estava por vir. Eu sabia que não seria fácil, mas não tinha medo...

Jade: Eu juro, pai — sussurrei para o vento, como se ele pudesse me ouvir. — Eu vou vingar sua morte. E vou cuidar de tudo isso como você cuidou.Ninguém vai tirar isso de mim. Eu vou continuar o seu legado.

Com isso, assumi a responsabilidade. A favela agora era minha, e, junto com ela, veio a promessa de vingança. Eu me tornei a líder que a favela precisava...

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A Dona da Favela Onde histórias criam vida. Descubra agora