A Dona da Favela

Cap.58 Ameaça

Era uma tarde tranquila, com Jade e Paulo André desfrutando da paz que haviam conquistado...

As crianças, Maya e Miguel, estavam brincando no quintal, rindo e correndo com a energia de sempre...

Jade, porém, sentia um peso no peito que não conseguia explicar. Tudo estava calmo demais, e aquela sensação a incomodava. Mal sabia ela que esse pressentimento logo se confirmaria...

Naquela mesma noite, enquanto estava sozinha em casa — PA havia saído para uma reunião de trabalho —Jade recebeu uma mensagem que a fez estremecer...

Um número desconhecido, mas a mensagem carregava uma ameaça clara e familiar:

"Você acha que pode escapar do passado, Jade? Estou de volta, e desta vez, vamos acertar as contas. Prepare-se."

Era ele. Um antigo rival, alguém que ela havia derrotado anos atrás, quando ainda comandava a favela... Um homem perigoso, violento e sem escrúpulos...

Jade congelou por um momento, sentindo o frio subir pela espinha. Todo o seu corpo ficou tenso, e seus pensamentos imediatamente se voltaram para os filhos e marido, para a nova vida que ela havia construído, longe do crime, "longe do perigo" ...

Ela respirou fundo e decidiu, naquele momento, que PA não saberia de nada. Ele estava tão feliz com a nova fase que viviam, tão concentrado no trabalho , que ela não queria preocupá-lo...

Jade, por outro lado, tinha certeza de que conseguia lidar com isso sozinha, como sempre fez. Afinal, ela já enfrentou coisas piores...

Jade 💭: "É só mais um fantasma do passado"

Ao longo da semana, as mensagens continuaram. A cada ameaça, Jade se tornava mais alerta e determinada. Passou a revisar os antigos contatos que ainda tinha, falando com pessoas que podiam lhe fornecer informações sobre o paradeiro de seu rival...

A última coisa que queria era colocar sua família em risco, então ela agia com cautela, saindo escondida enquanto Paulo André estava no trabalho,deixando as crianças com a babá , investigando o máximo que podia sem levantar suspeitas...

PA: Amor, tá tudo bem? — perguntou, notando que Jade estava mais distante, mais pensativa, mas sem saber o motivo. — Você tá diferente esses dias...

Jade: Tô sim, amor. Só estou um pouco cansada com o trabalho e com as crianças — ela mentiu, forçando um sorriso para tranquilizá-lo.

PA, mesmo desconfiado, não pressionou. Ele sabia que a vida de Jade como modelo podia ser estressante, e talvez fosse isso mesmo. Mal sabia ele que o perigo rondava mais perto do que imaginava...

Uma noite, Jade decidiu ir sozinha à favela, sem avisar ninguém. Chegou de forma discreta, sem que ninguém soubesse, exceto por alguns velhos amigos logo notaram sua presença . Ela se encontrou com Léo, seu irmão, e explicou o que estava acontecendo...

Léo: Tem certeza que quer lidar com isso sozinha? — perguntou, preocupado. — Você não precisa mais disso, ainda mais agora que tem filhos, eu faço isso por você !

Jade: Eu sei, Léo...Mas isso é algo que eu preciso resolver antes que ele venha atrás da minha família. Eu não posso arriscar. E tem que ser eu, eu tenho mesma tenho que por um ponto final nisso tudo. Só preciso saber onde ele está, Você pode me ajudar?

Léo: Claro que posso, mas acho que você deveria contar pro PA. Ele vai ficar uma fera se descobrir que você tá se metendo nisso sozinha.

Jade hesitou. Sabia que Léo estava certo, mas, ao mesmo tempo, não queria envolver seu marido, nessa vida louca dela de novo...

Jade: Eu vou contar a ele, mas só depois que isso estiver resolvido. Por enquanto, eu preciso da sua ajuda.

Léo concordou, mesmo a contragosto, e forneceu a ela as informações de que precisava. O rival estava escondido em um bairro próximo, e parecia estar tentando reorganizar sua gangue para recuperar o controle que havia perdido anos atrás...

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