Cap.59 Voltando as origens

32 6 7
                                    

Naquela noite, o ar estava carregado de tensão. A antiga Baronesa da favela, assumiu o corpo de Jade, e se preparava para um confronto cara a cara com o inimigo...

Depois de tantas tentativas de viver uma vida pacífica, longe do crime , o passado havia batido à sua porta com força, trazendo consigo um rival que ela pensava ter derrotado...

João Guilherme estava de volta, e ele não se contentaria com menos do que a ruína de Jade e de sua família...

Sozinha em um antigo galpão, Jade esperava pela chegada de João Guilherme. Ela sabia que não podia falhar. Depois de tudo que havia passado, das cicatrizes e das batalhas, aquela era a prova final de que poderia proteger sua nova vida, seus filhos, e Paulo André, sem que ele sequer soubesse dos detalhes...

Havia algo  doloroso na decisão de esconder tudo dele, mas Jade acreditava que era a única maneira de evitar que sua família fosse arrastada de volta para aquele mundo sombrio...

Ela olhou para as mãos e sentiu o peso de uma vida que parecia ter ficado para trás. Mas, na verdade, a Baronesa sempre esteve ali, adormecida, esperando o momento de ser chamada de volta ao campo de batalha...

O que estava em jogo agora era mais importante do que qualquer território. Era a segurança de sua família. E por eles, Jade sabia que faria qualquer coisa...

João: Você realmente achou que podia sair disso, não é, Baronesa ? - A voz dele ecoou pelo galpão quando ele finalmente apareceu,

João: Mas o passado não fica enterrado. Ele sempre volta.

Jade permaneceu firme, com os olhos verdes fixos no inimigo à sua frente. Ele estava mais velho, mas o olhar predatório continuava o mesmo. João Guilherme estava ali para reivindicar o que achava que era dele: o controle da favela, tudo isso porque ele era o braço direito do pai dela, e achava que tudo deveria ter ficado pra ele...

Jade: Eu não sou mais a mesma, João — respondeu, com a voz fria e firme. —Mas se for pra defender a minha família, eu vou a ser.

João deu uma risada baixa, zombando dela...

João: Eu sempre soube que você nunca conseguiria se afastar de verdade. No fundo, você nasceu pra isso.

Jade cerrou os punhos. Ela sabia que não podia demonstrar fraqueza. Não agora...

Jade: A diferença entre nós dois é que eu não tenho medo de lutar pelo que é importante pra mim. Você não entende o que é proteger uma família, por você teve e nunca vai ter uma, ninguém te ama, pq você é ser humano podre

João Guilherme riu mais uma vez, mas a risada foi interrompida por um movimento rápido de Jade...

Sem hesitar, ela sacou a arma que estava escondida em sua cintura, apontando diretamente para o rival...

O silêncio que se seguiu foi pesado, enquanto João Guilherme a encarava, surpreso pela habilidade que ainda tem ...

Jade: Acabou pra você, João.

Ele balançou a cabeça lentamente, um sorriso maníaco se formando em seus lábios...

João: Você não tem coragem de me matar. Não mais. Você virou uma mãe, uma mulher de família. Tá mole.

Jade respirou fundo. O passado inteiro piscava diante de seus olhos. Todos os momentos de dor, luta e perda, tudo o que havia enfrentado para proteger sua família e garantir que seus filhos nunca passassem pelas coisas que ela passou. João estava errado. Ela não estava "mole". Ela estava mais forte do que nunca...

Sem dizer uma palavra, Jade apertou o gatilho. O som do disparo ecoou pelo galpão, enquanto João tombava no chão, com o olhar surpreso de quem nunca imaginou que aquela seria sua última noite...

Jade não hesitou. Sabia que não podia dar chance a ele. Não quando se tratava de sua família...

Ela se aproximou lentamente do corpo caído de João, sentindo o peso de sua decisão. Havia algo trágico naquele fim, mas também libertador...

Com ele morto, ela sabia que aquele ciclo de violência poderia finalmente terminar. Pelo menos, era o que ela esperava...

Jade limpou as lágrimas que ameaçavam cair e, com um último olhar para o rival derrotado, guardou sua arma e saiu do galpão...

Do lado de fora, o ar parecia mais leve, embora o peso das consequências ainda pairasse sobre seus ombros...

Ela voltou para casa naquela noite, silenciosa, enquanto PA dormia no quarto ao lado das crianças. Ao entrar no quarto, ela observou seu bem mais precioso, sua família...

Jade guardou a arma, tomou banho, e se deitou ao lado deles, tentando acalmar a mente. O silêncio da noite parecia abraçá-la, mas seu coração batia rápido, ainda sentindo a adrenalina...

PA, sonolento, sentiu a presença dela e a puxou para mais perto...

PA: Tá tudo bem, amor? — ele murmurou, meio acordado.

Jade: Tá, sim... — respondeu baixinho, embora soubesse que as coisas nunca estariam completamente "bem".

Ela havia vencido aquela batalha, mas a guerra contra seu passado ainda poderia se estender por muito tempo...

Mas naquela noite, pelo menos, ela dormiu com a certeza de que havia feito o que era necessário para proteger sua família...

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

A Dona da Favela Onde histórias criam vida. Descubra agora