Capítulo 59: Amor à Distância

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Os dias se transformaram em semanas, e o espaço entre Isabela e Rafael só aumentava. Apesar da dolorosa despedida, o amor que compartilhavam ainda estava presente, latente, mesmo que envolto em uma neblina de distância e incertezas. No fundo, Isabela sabia que Rafael ainda fazia parte dela, mas aceitava que agora ele estava seguindo um caminho separado. Não houve discussões, não houve raiva – apenas uma dolorosa aceitação de que, às vezes, o amor precisa de distância para respirar.

Isabela tinha mergulhado no trabalho de cabeça. A fusão da TechFuture estava finalmente prestes a ser concluída, e as últimas peças da rede de corrupção estavam caindo, uma após a outra. Vicente, o homem central no esquema, havia sido exposto e estava sendo investigado. A batalha corporativa que parecia interminável finalmente estava se aproximando de um desfecho.

Mas, no silêncio das noites, quando o trabalho dava lugar à solidão, Isabela ainda pensava em Rafael. Ela se perguntava onde ele estava, o que estava fazendo, e se ele também pensava nela. Era impossível para ela ignorar a ausência dele, e, por mais que tentasse, as lembranças continuavam a surgir.

Mesmo à distância, ela ainda sentia o amor por ele, mas também sabia que não podia forçar um reencontro. A distância física entre eles refletia a distância emocional que havia se formado ao longo do tempo. Agora, o futuro de ambos parecia incerto, e Isabela sabia que precisava seguir em frente, mesmo que seu coração ainda estivesse preso ao passado.

Um mês depois da despedida, Isabela estava voltando para casa depois de uma longa reunião com Marcelo e o conselho da TechFuture. A fusão finalmente tinha sido aprovada, e agora, o trabalho de reorganização da empresa começaria. Era uma vitória pessoal para Isabela, algo pelo qual ela lutara incansavelmente, mas, ao mesmo tempo, o triunfo parecia vazio sem Rafael ao seu lado para compartilhar o momento.

Quando chegou em casa, exausta, ela jogou a bolsa no sofá e tirou os sapatos. Seus pensamentos começaram a vagar automaticamente para Rafael. A saudade que sentia dele era persistente, e, por mais que tentasse se concentrar no presente, o amor que ainda sentia por ele a acompanhava em todos os momentos.

Naquele instante, o telefone de Isabela vibrou em cima da mesa. Seu coração acelerou brevemente, como sempre acontecia, esperando que talvez fosse uma mensagem de Rafael. Mas, ao olhar para a tela, viu o nome de sua amiga, Helena.

Isabela sorriu levemente e atendeu.

"Isa, você está ocupada?" Helena perguntou, a voz animada do outro lado da linha.

"Não muito," Isabela respondeu, jogando-se no sofá. "Acabei de chegar de uma reunião. O que houve?"

"Bem, eu queria saber se você está bem," Helena começou, a voz suavizando. "Não nos falamos muito nas últimas semanas, e eu sei que você está passando por muita coisa com a fusão, o trabalho... e, claro, o Rafael."

Isabela suspirou. Era claro que Helena sabia o que estava acontecendo. Ela e Rafael tinham sido próximos do casal desde o início, e, quando soube da separação, Helena não escondeu sua preocupação por Isabela.

"Estou bem... acho," Isabela disse, com um leve tom de resignação na voz. "É tudo muito estranho agora, sabe? A fusão finalmente foi aprovada, as coisas estão avançando, mas, ao mesmo tempo, eu me sinto meio... vazia."

Helena fez uma pausa, como se estivesse escolhendo as palavras com cuidado. "Você ainda está pensando muito nele?"

"Todo dia," Isabela confessou, sua voz mais baixa. "Eu tento seguir em frente, mas é difícil. Ainda sinto que ele faz parte de mim, mesmo com toda essa distância."

"Eu entendo, Isa. Mas às vezes o amor precisa desse espaço. E, pelo que você me contou, acho que vocês dois ainda têm um caminho a seguir. Pode não ser agora, mas o amor verdadeiro não desaparece, mesmo com a distância."

Os Lençóis da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora