Capítulo 13: Crescendo o Desejo

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A manhã seguinte chegou com o brilho suave do sol invadindo o quarto de Isabela, mas, ao contrário dos dias anteriores, ela não se sentiu imediatamente ansiosa ou sobrecarregada ao acordar. Havia uma calma estranha e reconfortante que a envolvia, como se a conversa com Rafael na noite anterior tivesse acalmado parte da tempestade que ela carregava dentro de si.

Lembranças da noite anterior ainda pairavam em sua mente. O momento no terraço, a sinceridade nos olhos de Rafael quando ele admitiu seus próprios medos, a forma como ele expressou o desejo de tentar algo com ela, apesar das dificuldades. Tudo isso a deixava esperançosa, mas também inquieta. Era difícil para Isabela, uma mulher que sempre gostou de controle, entregar-se ao desconhecido. E com Rafael, tudo era imprevisível.

Ainda assim, o desejo entre eles continuava a crescer, uma chama que não se apagava, não importa quantos obstáculos ela tentasse colocar entre eles. Desde o momento em que se conheceram, havia uma tensão latente, algo não dito, mas presente, em cada olhar, em cada gesto. E agora, parecia que essa tensão estava prestes a explodir.

O celular de Isabela vibrou sobre a mesa de cabeceira, tirando-a de seus pensamentos. Ela o pegou, sabendo de quem seria a mensagem antes mesmo de ver o nome na tela.

Rafael: "Podemos nos encontrar depois da reunião? Preciso ver você."

Seu coração acelerou. Ele queria vê-la novamente, e por mais que parte dela quisesse resistir, a outra parte – a que estava dominada pelo desejo crescente – ansiava por isso. A lembrança do toque dele ainda estava fresca em sua mente, e seu corpo reagia a cada pensamento que a levava de volta aos momentos que passaram juntos.

Isabela: "Depois da reunião. Encontro você no mesmo lugar."

A resposta foi rápida, quase instintiva, como se o desejo que ela sentia fosse mais forte que qualquer hesitação. Ela sabia que encontrá-lo significaria, mais uma vez, colocar suas emoções à prova, enfrentar a atração poderosa que parecia envolvê-los cada vez mais. Mas naquele momento, ela não se importava. Havia algo inevitável entre eles, e Isabela não sabia mais se era capaz de lutar contra isso.

As horas que seguiram foram ocupadas com reuniões e apresentações, mas, a cada minuto que passava, Isabela sentia a antecipação crescer. Ela tentava se concentrar no trabalho, como sempre fez, mas a presença de Rafael nas salas de reunião, seu olhar constante sobre ela, tornava impossível ignorar o que estava acontecendo entre eles.

Ele era um mistério – ao mesmo tempo intensamente presente e habilmente reservado. Sua habilidade de separar o lado profissional do pessoal era impressionante, mas Isabela começava a perceber que, mesmo nas interações mais formais, havia uma carga emocional escondida. Cada vez que ele a olhava, ela podia sentir o desejo não dito que os envolvia, como uma corda invisível que os puxava um para o outro, mesmo em meio à competição feroz dos negócios.

Quando a última reunião do dia terminou, Isabela sentiu o peso do cansaço se acumular, mas também o fogo de uma antecipação que não conseguia ignorar. Ela pegou seus materiais e se despediu dos colegas, evitando qualquer conversa desnecessária. A única coisa em sua mente era o encontro com Rafael, e quanto mais perto chegava, mais seu coração batia forte.

Caminhando até o terraço, onde haviam se encontrado na noite anterior, Isabela olhou ao redor, certificando-se de que não havia ninguém por perto. O ar fresco da tarde aliviava um pouco a tensão em seus ombros, mas o calor que crescia dentro dela não diminuía. Ao longe, ela avistou Rafael. Ele estava encostado na parede de pedra, os braços cruzados, olhando para o mar. A postura casual dele parecia esconder a intensidade do que sentia. Era como se ele sempre estivesse no controle, mas Isabela sabia que, por dentro, ele estava tão inquieto quanto ela.

Quando ela se aproximou, Rafael levantou os olhos, e o que ela viu ali fez seu coração disparar. Não havia mais a fachada fria e calculista do CEO. Em seus olhos, havia desejo, puro e sem disfarces, uma chama que ele não fazia questão de esconder.

"Eu estava esperando por você," ele disse, a voz baixa, mas cheia de significado. Cada palavra parecia carregada com uma promessa silenciosa.

Isabela parou a poucos metros de distância, o vento jogando seus cabelos para trás enquanto ela tentava manter a compostura. Mas era difícil. Era quase impossível, na verdade. O desejo entre eles estava crescendo, tão forte que parecia uma força tangível no ar ao redor deles.

"Eu disse que viria," ela respondeu, sua voz mais firme do que esperava, embora soubesse que, por dentro, seu corpo tremia de antecipação.

Rafael deu alguns passos em direção a ela, diminuindo a distância entre eles até que ela pudesse sentir o calor de sua presença. Ele não disse nada por alguns segundos, apenas a observou, seus olhos intensos viajando pelo rosto dela, como se estivesse absorvendo cada detalhe.

"Isso não está ficando mais fácil, está?" ele finalmente perguntou, a voz rouca e baixa.

Isabela riu suavemente, sem humor. "Não. Não está."

Ele deu mais um passo, e agora eles estavam perigosamente próximos. Isabela sentiu seu corpo reagir, o coração acelerado, a respiração ficando mais rápida. O desejo estava ali, entre eles, crescendo a cada segundo, como se o simples fato de estarem juntos fosse o suficiente para acender uma chama que nenhum dos dois conseguia apagar.

"Você sabe que podemos parar agora," Rafael disse, sua voz um pouco mais suave. "Se você quiser."

Isabela o encarou por um momento, sabendo que ele estava sendo sincero. Ela poderia parar. Poderia dizer que não, que eles precisavam manter as coisas sob controle. Mas ao olhar nos olhos dele, vendo o reflexo do próprio desejo que queimava dentro dela, soube que não havia mais volta.

Ela deu o passo final, cruzando a pequena distância que ainda restava entre eles. Suas mãos encontraram o peito de Rafael, e ela sentiu os músculos tensos sob a camisa enquanto ele a puxava para mais perto. Quando seus lábios finalmente se encontraram, foi como se uma barragem tivesse sido rompida.

O beijo foi intenso, cheio de desejo reprimido, de emoções que ambos tentavam manter sob controle, mas que, agora, não podiam mais ignorar. As mãos de Rafael desceram pela cintura de Isabela, segurando-a firme contra ele, enquanto ela correspondia com a mesma urgência. Não havia mais dúvidas, não havia mais espaço para resistir. O desejo entre eles havia crescido até um ponto de ruptura, e, naquele momento, era tudo o que importava.

Eles se afastaram apenas o suficiente para respirar, os rostos ainda próximos, as respirações entrelaçadas. Rafael olhou para ela com uma intensidade que fez seu corpo inteiro vibrar.

"Eu não consigo parar de pensar em você," ele murmurou, sua voz carregada de sinceridade. "Desde o momento em que te conheci."

Isabela sentiu o coração disparar novamente, as palavras dele encontrando eco em seus próprios sentimentos. "Eu também," ela admitiu, sua voz mal saindo em um sussurro. "Mas isso não está certo, Rafael."

Ele balançou a cabeça, tocando o rosto dela com suavidade. "Eu sei. Mas às vezes o que não é certo... é exatamente o que precisamos."

Ela não sabia se ele estava certo ou errado. Naquele momento, tudo o que sabia era que o desejo entre eles crescia mais a cada segundo, e a ideia de parar agora parecia impossível. Não havia mais volta, e, de alguma forma, ela estava disposta a arriscar.

Os Lençóis da TempestadeOnde histórias criam vida. Descubra agora