02. Mimosas

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Good morning, mimosa
Cocktails in the summer afternoon
Valley girls - blackbear


Por que as pessoas gostam tanto de brunch?

A resposta é bem simples: não tem nada melhor que comida de café da manhã regada a bebidas alcoólicas.

E isso era a única coisa em que Helena conseguia pensar enquanto terminava de se arrumar. Estava faminta depois da atividade física intensa e havia sido uma tortura ter que esperar até as 10 horas da manhã para finalmente poder comer. Tudo isso graças a um costume idiota que havia adquirido com Sabrina: as duas deveriam se reunir para um brunch todas as quintas-feiras.

Por que quintas-feiras? Não havia exatamente um motivo específico, era apenas o dia mais conveniente para as duas.

Helena apressava os últimos retoques na maquiagem, com o estômago roncando alto o suficiente para ser ouvido por outras pessoas, se ela não morasse sozinha. Olhou para o relógio pela terceira vez em cinco minutos, torcendo para que Sabrina não estivesse atrasada de novo.

"Por que brunch? Por que não um café da manhã normal?", pensou, quase sentindo em sua boca o gosto das panquecas fofinhas e ovos beneditinos que com certeza viriam acompanhados de alguma bebida com espumante.

A campainha tocou no exato momento em que Helena espalhava os sapatos pelo quarto à procura de um par de tênis.

— A porta está aberta! — gritou ela, enquanto encontrava o que parecia ser o outro pé do tênis embaixo da cama.

Sabrina era uma loira de 1,50 de altura, mas tinha muita personalidade em um corpo tão pequeno. O rosto angelical e os olhos azuis não preparavam as pessoas para as piadas ácidas e inadequadas que ela constantemente falava. Era quase como se gostasse de ver a surpresa e o desconforto das pessoas quando a ouviam falar alguma atrocidade.

Ela entrou pela porta da sala com um sorriso largo no rosto e um perfume que parecia um abraço doce. Trazia uma bolsa gigante e óculos de sol que provavelmente custavam mais que a TV de Helena.

— Bom dia, flor do dia! — Sabrina cantarolou enquanto se jogava no sofá. — Está pronta para comer até explodir? Porque eu estou com uma fome de leão.

— Nem me fale — respondeu Helena, finalmente calçando os sapatos. — Seu pai tá tentando me matar. Se eu não comer em dez minutos, vou desmaiar aqui mesmo.

Sabrina riu e, com um ar de cumplicidade, pegou seu celular para verificar o local do brunch.

— Achei um lugar novo. Serve as melhores mimosas da cidade e, claro, vai ter aquele seu pão de fermentação natural com abacate.

— Você já tinha me ganhado nas mimosas, Sabs. Vamos antes que eu desista e devore qualquer coisa pela casa. — Helena pegou sua bolsa, ainda tentando manter o humor leve, mas sentia seu corpo exausto da academia.

As duas saíram de casa e, em pouco tempo, estavam no café charmoso, com cadeiras de madeira clara e luz natural que deixava o ambiente quase etéreo. Sentaram-se perto da janela, onde uma brisa suave entrava, trazendo o cheiro delicioso de café fresco e pães quentes. Helena não pôde evitar um suspiro de alívio quando o garçom chegou com o cardápio.

— Vou pedir o de sempre, claro — disse Sabrina, já marcando suas opções. — E você? Alguma novidade ou vai no básico?

— Hoje eu preciso de tudo — Helena riu. — Vou com aquele combo completo: panquecas, ovos, suco de laranja e uma mimosa bem generosa.

Quando o garçom se afastou, Sabrina deu um sorriso malicioso enquanto acompanhava o rapaz com os olhos. Helena tentou fingir reprovação, mas logo estava rindo junto com a amiga.

THE SHARPEST TOOL - NICHOLAS ALEXANDER CHAVEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora