09. Bed Chem

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Where art thou? Why not uponeth me?
See it in my mind, let's fulfill the prophecy
Bed Chem - Sabrina Carpenter

Depois de algumas horas, a exposição finalmente havia terminado. As luzes suaves ainda iluminavam algumas das peças expostas, mas a maior parte da multidão já havia ido embora. Helena observava de longe enquanto os últimos convidados se retiravam, sussurrando elogios sobre sua obra.

Ela nunca havia sentido tanto alívio quanto naquele momento, estava extasiada. Tudo havia corrido bem — exceto pela aparição inesperada de Chloe e Aaron — e a dona da galeria dissera que a exposição fora um "sucesso absoluto".

Os elogios ainda ecoavam em sua cabeça enquanto Nicholas a guiava para fora do prédio. Havia tantas coisas para processar, e ainda assim, a última coisa que iria se permitir sentir naquele momento era preocupação. Tudo aquilo poderia esperar. Ela precisava apenas aproveitar o momento, pelo menos uma vez na vida.

Nicholas segurava sua mão com firmeza, um lembrete corpóreo de que ela deveria apenas curtir o momento. Sua presença sempre a reconfortava. Enquanto caminhavam em direção ao carro dele, o olhar de Nicholas seguia cada movimento de Helena, e aquilo era o suficiente para fazer com que ela sentisse o corpo inteiro esquentar.

O vestido que ela usava — uma peça elegante verde-esmeralda, escolhida com cuidado para a exposição — agora parecia ter uma nova função. Ela o havia comprado pensando especialmente naquele dia, no impacto que queria causar nos críticos e amantes da arte. Mas a maneira como Nicholas a olhava a fez perceber que, talvez, esse também tivesse sido um dos motivos que a levaram a escolher o vestido. Ela queria impressioná-lo, queria que ele não conseguisse tirar os olhos dela, que a desejasse.

Quando chegaram ao carro, Nicholas abriu a porta para ela, mas, em vez de entrar imediatamente, Helena se virou para encará-lo. Seus olhos pareciam mais escuros que o normal, e a expressão séria em seu rosto lhe causava arrepios.

Nicholas inclinou-se mais perto, seu rosto apenas a centímetros do dela. Ela sentiu o ar quente de sua respiração tocando suas bochechas quando ele murmurou, com um sorriso travesso:

— Acho que você só comprou esse vestido para que eu pudesse tirá-lo.

A frase pairou no ar, e o efeito foi imediato. O corpo de Helena reagiu antes que sua mente pudesse processar. O calor subiu por seu rosto, seu coração disparando no peito. Ele estava certo. Talvez ela não tivesse admitido para si mesma, mas havia escolhido aquele vestido esperando que tivesse algum efeito sobre ele.

Ela mordeu o lábio, tentando manter a compostura, mas o sorriso de Nicholas só se alargou. Ele adorava vê-la daquele jeito — vulnerável e lutando para manter o controle. Ela sabia que ele estava jogando, testando os limites.

— Talvez sim — ela respondeu em um tom desafiador, embora sua voz estivesse um pouco trêmula. — Ou talvez não.

— Ah, eu posso esperar — ele disse, inclinando-se um pouco mais, o suficiente para que ela pudesse sentir seus lábios tocando levemente sua pele. — Mas não acho que nenhum de nós aguenta mais isso, não é?

Helena apenas engoliu em seco e entrou no carro. Ele tinha razão, afinal. Ela não achava que conseguiria suportar mais um dia com aquela tensão insuportável entre os dois. Era como um fio que havia se esticado tanto que poderia romper a qualquer momento.

No caminho para o apartamento dele, o silêncio no carro era carregado de antecipação. Helena olhava pela janela, tentando manter sua mente longe de todos os pensamentos relacionados a Nicholas — o que era uma tarefa muito difícil quando ele dirigia em silêncio, com uma mão no volante e a outra descansando sobre a perna dela, seus dedos apertando firmemente o local. Ela podia sentir o olhar dele sobre si de tempos em tempos, como se ele estivesse o tempo todo se forçando a lembrar que ainda estavam dentro de um carro em movimento.

THE SHARPEST TOOL - NICHOLAS ALEXANDER CHAVEZ Onde histórias criam vida. Descubra agora