14. Midnight in Rome

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I've been looking sad in all the nicest places
I see you around in all these empty faces
I don't wanna live forever - Taylor Swift



Seis meses haviam passado voando.

Ela quase conseguia sentir-se feliz novamente. As ruas antigas e cheia de histórias, a arquitetura monumental, e as vozes animadas em italiano agora quase eram o suficiente para fazê-la voltar a sentir o prazer simples de estar vivendo naquele lugar magnífico.

Vinha pintando com uma frequência desesperadora, agora que finalmente conseguia enxergar verdade em suas obras novamente. E com as pinceladas vinham os elogios dos professores e colegas.

Ela até tinha parado de evitar as pessoas, aceitando que sua vida seria menos insuportável se fizesse conexões humanas. Vinha frequentando cafés com Francesca; ia a museus com Chiara e desbravava as ruas  e becos romanos com Luca.

Falava todos os dias com Sabrina, que estava melhor do que nunca. Conversar com a amiga no final de um dia agitado sempre acalentava seu coração. A sensação de familiaridade abrandando suas preocupações. Aquela era a primeira vez em suas vidas que passavam tanto tempo longe uma da outra.

Ela quase conseguia sentir-se feliz novamente. Quase.

Por mais que lhe custasse admitir, nenhum daqueles sentimentos havia sumido. As vezes, quando estava voltando sozinha para casa, sentia as bochechas molhas por lágrimas que nem sabia que havia derramado. As vezes, quando pensava em jogar uma moeda na fontana di Trevi, sentia vontade de desejar que ele estivesse ali.

Um dia estava pintando ao ar livre, nos jardins da Villa Borghese, quando percebeu que todas as cores que usavam não faziam jus ao lugar vibrante. Não eram cores quentes e felizes. Eram frias e mortas, refletindo o que ela tanto vinha tentando parar de sentir. A sensação era de que ela vinha ficando triste mesmo nos lugares mais bonitos que poderiam existir.

Tinha lido e relido a mensagem que ele havia enviado tantas vezes naqueles meses. Precisou de toda a sua força de vontade para não respondê-lo, pois sabia que aquilo não faria bem a nenhum dos dois. Responder seria o mesmo que dar esperanças de que tudo ficaria bem, quando ela não sabia se podia garantir aquilo.

Era melhor que ele achasse que ela não se importava mais, que não sentia a falta dele em seus osso. Tudo bem se ele a odiasse por aquilo, desde que estivesse de alguma forma ajudando-o a seguir em frente.

Pelo menos era o que dizia a si mesma sempre que a mensagem não respondida a assombrava. Cogitou algumas vezes em perguntar a Sabrina como ele estava, se ela tinha cruzado com ele por aí. Mas sempre se impedia antes de ser tarde demais. Era melhor não saber de nada sobre a vida dela. Tinha que voltar a viver uma vida em que Nicholas não fazia parte.

Quer dizer, ela vinha há 6 meses vivendo uma vida em que ele não fazia parte. Roma estava sendo quase como uma clínica de reabilitação, desintoxicando sua mente e coração. Mas, como uma boa viciada, ela ainda sentia muita falta de sua droga.

Naquela noite, no entanto, Helena havia decido que não deixaria seus sentimentos acabarem com a diversão. Seus colegas de classe a arrastaram para um bar de jazz em Trastevere.

O bar  era um recanto apertado e acolhedor, com luzes baixas e paredes cobertas de pôsteres antigos e quadros de artistas locais. Havia uma pequena pista de dança e um palco improvisado onde músicos tocavam saxofone e piano com a alma, criando um ambiente quase hipnótico e cheio de nostalgia. O teto era baixo, dando ao lugar uma sensação de intimidade, como se todos os clientes estivessem participando da mesma história, uma mesma noite inesquecível.

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⏰ Última atualização: 5 hours ago ⏰

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