Tá tudo bem

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Depois de um tempo, a maioria dos guardas estão desacordados, ou no chão. Agora, está de pé somente Sihyuk, eu, Niki, Yujin, Jake, Jay e Jungwon. 

— E agora, hein?
— Agora é você com a policia. — Diz Heeseung, da porta, fazendo todos que antes em circulo se viraram para ele.

Ele está do nosso lado? O que está acontecendo? Ele quem chamou a policia? Não importa agora. A policia está aqui, então vai ficar tudo bem. 

A policia põe Bang em uma algema, e entrego todas as provas (fotos) ao policial. Não faço ideia de como também não nos algemaram, mas claro, não vou questionar. Vou até Niki e ele me abraça forte. Choramos. Essa é a primeira vez que choramos na semana, mesmo com tanta coisa acontecendo. Os outros já estão saindo do escritório, então saímos por último. Eu acho que nunca houve momentos de tanto medo, desespero e ansiedade na minha vida. Nunca houve dias na minha vida como esses últimos. Graças a Deus eu estudo psicologia, senão não saberia sequer como dormir direito depois disso. Estou tão cansado que não exijo satisfações da minha irmã, já está explicado e não há mais o que discutir. Yujin foi para seu dormitório e nós cinco para o nosso. Jake e Jay largam suas bolsas e vão direto tomar banho. Tiro meus óculos, Jungwon tira seu blazer e Niki também. 

— Isso tudo que aconteceu hoje pode virar filme. — comenta Jungwon, com uma risada.
— Verdade, o plot twist que nem o autor imaginava. — digo
— Detalhe: ainda incompleto. — diz Niki.
— Como assim? — questiono.
— Jay não contou como foi no camarim. Com certeza, nem vai contar. — responde ele, nos tirando uma risada.
— Ai meu Deus, esse boiola deve ter amado — brinco.
— Mas eu sei quem amaria mais. Você. Você com certeza é o mais gay entre todos nós. — não sei se poderia, mas rimos.
— Eu acho que os dois são um casal tipo Heartstopper. Niki de Nick Nelson e Sunoo de Charlie.
— ..não é uma má ideia, Jungwon. — sim, escutei isso vindo da boca de Niki. Eu apenas ri.

Jake e Jay saíram do banho, então eu e Niki entramos. Normal tomar banho junto com alguém do dormitório, dessa vez, com Niki, não pode ser diferente.
Ligo o chuveiro, e parece que ele só fala, enquanto o silêncio berra. 

— Precisamos de um assunto, não da pra ficar esse silêncio todo. — digo.
— Verdade. — Como ele só concorda, e não puxa assunto?

Tudo bem, é só focar no banho. 
focar no banho.
focar no banho.
focar no Niki
focar no banho.
Cala a sua boca, é focar no banho e pronto.

— Mas sério, como um dia você cogitou ser hétero? — pergunta Niki, sorrindo.
— Tá brincando que o melhor assunto que você conseguiu pensar foi esse? — sorrio também.
— Pior que foi. — retruca ele.
— E por que você quer saber como cogitei ser hétero? — pergunto.
— O jeito que você tá aí.. parecendo que nunca viu um homem pelado na sua vida, já tendo me visto de 6 a 7 vezes.  — responde ele.

Depois de um tempo, digo:

— Eu já te disse que não sei minha sexualidade.
— E nem eu. 
— Sério, Nick Nelson?
— É né, Charlie — rimos a toa.

Quando saímos do box, Niki enrola a toalha em mim. Nem olho nos olhos dele. Cara, acho um pouco engraçado, da não. 


As insônias me atacam novamente, e tenho uma paralisia.
Tem alguém na porta de vidro que da para a varanda. Um ser alto, todo preto. Ele entra no quarto, se senta no puff e fica me olhando; um tempo depois, se aproxima de mim. Estou ofegante, odeio isso. Alguns segundo antes da merda — talvez o monstro me tocar —,  alguém me acorda. Não reconheço no breu, mas reconheço a voz.

— Ei, tá tudo bem. — é Niki.
Eu desço da beliche e me deito na cama dele. É mais escuro do que lá em cima, mais aconchegante também. Niki deita logo em seguida, ficando á minha esquerda. Eu abraço ele, e dou um beijo em sua bochecha. Ele sorri, nossas testas se encostam e dormimos.

Quem foi?Onde histórias criam vida. Descubra agora