Ela só queria assistir ao concerto da sua banda favorita, mas um encontro inesperado muda tudo. Depois de ser notada por Rocky, o guitarrista, acaba por conhecer Ross. Juntos, fazem um acordo especial: encontrarem-se após cada concerto, em qualquer...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O céu de Frankfurt estava nublado quando a carrinha da produção entrou na cidade. A chuva fina batia contra as janelas, pintando a cidade com um brilho melancólico, quase reflexivo. Camila encostou a testa ao vidro, observando as gotas deslizar em pequenas correntes. O silêncio entre ela e Ross no banco de trás era confortável, mas havia uma tensão subtil no ar, algo diferente daquela energia vibrante que os costumava rodear.
— A cidade parece bonita, mesmo com este tempo — comentou Ross, quebrando o silêncio enquanto olhava para fora.
Camila virou-se, sorrindo-lhe levemente.
— Sim, tem um certo charme. Acho que todas as cidades têm, se olharmos com atenção.
Ele acenou, mas não disse mais nada. A sua expressão estava tranquila, mas o silêncio era mais contemplativo do que o habitual. Algo o incomodava, embora ele não estivesse a partilhar. Camila notou a diferença, mas optou por não pressionar. Sabia que Ross tinha os seus momentos em que precisava de tempo para processar os seus pensamentos, especialmente durante a turné, quando a vida podia tornar-se esmagadora.
A chegada ao hotel foi rápida, e enquanto o resto da equipa se espalhava para organizar as logísticas, Ross e Camila subiram ao quarto, ambos num estado de espírito mais calmo do que o habitual. Após largarem as malas, Ross sentou-se à beira da cama, olhando para o chão como se procurasse algo no meio do silêncio.
— Está tudo bem? — perguntou Camila, aproximando-se devagar, pousando a mão no ombro dele.
Ele suspirou, levantando o olhar para ela com um pequeno sorriso, mas os seus olhos revelavam uma fadiga emocional.
— Sim, está. Só... sabes aqueles dias em que te sentes fora de ti, como se estivesses a flutuar e não conseguisses assentar?
Ela assentiu, sentando-se ao lado dele.
— Compreendo. A turné deve ser cansativa, mesmo quando tudo parece estar a correr bem. Tens algum espaço para respirar com toda esta loucura?
Ross passou a mão pelos cabelos, suspirando de novo.
— Às vezes sinto que é difícil manter o equilíbrio. Estamos em cidades diferentes todas as semanas, pessoas diferentes todos os dias, e mesmo que eu adore tudo isto, às vezes fico perdido no meio. Parece que estou sempre a correr atrás de algo, mas sem saber o quê.
Camila ficou em silêncio por um momento, sentindo a profundidade da confissão dele. Era raro Ross mostrar esse lado mais vulnerável, mas ela estava grata por ele o fazer agora.
— Sabes que estou aqui, não sabes? — disse ela suavemente. — Quando sentires que estás a perder o chão, podes contar comigo. Mesmo que seja só para ficar em silêncio, ou para te fazer rir. Estou aqui.
Ele virou-se para ela, os olhos a suavizarem, e sem dizer mais nada, puxou-a para um abraço apertado. Camila aconchegou-se nos braços dele, sentindo o bater do coração de Ross contra o peito dele. Às vezes, era assim que eles comunicavam melhor — sem palavras, só a presença.
